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Cobra cega

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Agnelo Alves
Jornalista
 
Vamos brincar de “cobra-cega”? Vamos sim. Como é? Não me lembro bem. Alguma ideia? A cobra tem algo a ver com Adão e Eva? Não, a “cobra-cega” deve ser cega mesmo. E a cobra que enganou Adão e Eva enxergava longe. Muito além do paraíso. Então você sabe como era. Tinha pernas e, como castigo, perdeu todas as pernas. Foi o castigo que levou, tendo como única compensação o veneno que ganhou para se defender e não para atacar e matar.

Afinal, quem ainda se lembra da brincadeira de criança da “cobra-cega”? Ninguém se aventurou a dizer que estava lembrado. Então vamos brincar de que mesmo? De “cobra-cega” mesmo. Há de aparecer alguém que diga que se lembra da brincadeira. Seguiu-se uma algazarra. Não dava mais para distinguir se só tinha homem ou tinha mulher também. Aumentou a minha curiosidade. Todos misturados, homens e mulheres, será que todos brincaram de “cobra-cega” e ninguém se lembrava mais de como era essa brincadeira?

Foi como comecei a exercitar minha memória. Viajei de volta a Angicos. De carro, de misto ou de trem? O carro lá de casa ficava aqui, em Natal. Não sei  por quê, mas ficava. No “misto” de Zé Petronilo? Não. Zé Petronilo não viajava até Natal. Vinha até Angicos e voltava para Assú com os assuenses que viajavam de trem até Angicos. Na carroceria, a bagagem. Então no caminhão do “seu” Agenor. “Manda um recado para ele passar lá em casa, às quatro horas da manhã”. Na boleia, só eu e minha mãe. Tudo acertado. O ano era de inverno. A viagem era via Cerro-Corá. Na madrugada seguinte prosseguia Cerro-Corá/Angicos.

Melhor ir de trem. Porque não ficar mesmo em Natal? Fica, não fica. Viaja, não viaja… Melhor não. Em uma coisa viajar, ou em outra? Como é, então, que ficava? Fica, não fica. Viaja, não viaja. Quem estava querendo brincar se ninguém dos participantes estava lembrado de como era a brincadeira?

Assim parece a crise política e institucional que abala as estruturas da “Pátria Amada”. O ministro Gilberto Kassab esteve aqui. Recebeu um “abaixo-assinado” dos prefeitos e vereadores sugerindo a prorrogação de seus próprios mandatos. O governador abalizou o “abaixo-assinado”. O presidente da FEMURN assinou. Ninguém comentou. O ministro voltou e faltou coragem para propor uma “sugestão”. Nem coragem firmou para…

O dito pelo não dito. Ficou só a brincadeira que ninguém se lembra de quando era criança.

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Infelizmente, não apareceu, ainda, um partido, dentre os 32 existentes no Brasil, capaz de apresentar uma proposta de reforma constitucional completa, de cabo a rabo, para ser submetida a plebiscito.

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São várias as propostas de reforma no Senado e na Câmara Federal. Reforma? Só reforma?

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Solução simples. Cada partido apresentará sua proposta. Cada proposta apresentada à sociedade será validada ou não através de votação direta, via plebiscito, artigo por artigo.

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Só está em vigor mesmo a que tomou o nome de “ajuste fiscal”. E está todo mundo apertando os cintos.

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Quem tem um tostão, poupe dois sem mandar para paraísos fiscais no exterior.
 
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O Brasil foi transformado em uma grande delegacia de Polícia. Ainda bem.

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P.S.: A proposta de prorrogação dos atuais mandatos de vereadores e prefeitos ainda não tem data para ser entregue à presidente Dilma, ao presidente do Senado, Renan Calheiros e ao presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha.

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Ah, sim. “Entrou por uma perna de pato, saiu por uma perna de pinto. Seu Rei mandou dizer que quem souber que conte cinco”… Ou “entrou perna de um pinto e saiu pela perna de um pato, quem quiser que conte quatro”.

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