Sara Vasconcelos
Repórter
Comprar dólar ou outra moeda estrangeira está mais caro a partir desta terça-feira, dia 3. A Receita Federal aumentou a alíquota do imposto sobre operações financeiras (IOF) para a compra de moeda estrangeira, em espécie, de 0,38% para 1,10% – nas operações de câmbio, liquidadas a partir desta data. A alta foi de 189%. Para quem pretende viajar para o exterior implica em aumento dos gastos lá fora. A medida foi publicada no Diário Oficial da União de ontem e deve representar em arrecadação do tributo R$ 2,377 bilhões, segundo o Ministério da Fazenda. 
Mas o que poderia levar a desistência na hora de decidir viajar, na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav-RN), Abdon Gosson, não traz impactos negativos para o setor. O reajuste afeta, segundo ele, o bolso do consumidor a medida em que o peso do imposto cobrado desqualifica as despesas com compras, restaurantes e passeios durante a viagem.
#SAIBAMAIS#“É um desacato e um desrespeito ao consumidor o aumento do imposto, sobretudo em meio a recessão. Mas isso não deve implicar em queda no fluxo de viagens ao exterior, pois o impacto não é tão alto”, afirma.
Contudo, acrescenta ele, ainda é mais vantajoso comprar a moeda estrangeira em espécie. Isto porque as outras formas de aquisição de bens e serviços no exterior, como operações no cartão de crédito e pré-pago, permanecem com alíquota de 6,38%.
Já para o consultor financeiro, Janduir Nóbrega, o aumento na taxação deve repercutir na redução ou prorrogação de viagens já planejadas. “O aumento foi a forma encontrada pelo Governo federal para aumentar a receita. Isto deve coibir o desejo de compras e viagens ao exterior e aquecer o turismo interno”, disse o economista.
Em um cálculo simples, ele explica que o turista que comprou até ontem (2) US$ 1 mil – valor permitido para entrada em países como Estados Unidos – pagou cerca de R$ 3,6 mil e em imposto foi cobrado, com alíquota de 0,38%, R$ 13,60. A partir de hoje, pelo mesmo valor, a taxação passa para R$ 36,60 (1,1%).
Cautela
O economista recomenda cautela na hora de planejar viagem e que o consumidor observe quais as operações são menos taxadas e podem trazer mais vantagem na hora de comprar. Para os EUA, por exemplo, o turista brasileiro pode portar US$ 1 mil e comprar com isenção do tributo até US$ 500, para entrar no Brasil.
O Ministério da Fazenda espera arrecadar R$ 2,377 bilhões por ano com a elevação de 0,38% para 1,1% da alíquota do IOF para a compra de moeda estrangeira em espécie. E mais R$ 146,48 milhões em 2016 e R$ 156,28 milhões em 2017 com a cobrança de 1% de IOF ao dia sobre o valor do resgate, cessão ou repactuação das operações compromissadas efetuadas por bancos com debêntures emitidas por instituições integrantes do mesmo grupo econômico.
Em Natal, a notícia fez crescer o movimento em casas de câmbio. Em uma das empresas consultadas pela reportagem, a Sol Câmbio, um funcionário que preferiu não se identificar disse que, além da compra de moeda americana, a busca por informação seja com clientes indo a loja ou por telefone mobilizaram a maior parte do tempo dos funcionários.
