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Conflito no Onofre Lopes

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Woden Madruga [ [email protected] ]

Na edição de 14 de novembro, este Jornal de WM com o título “Conflito no hospital” publicou uma carta do médico Carlos Alberto Araújo, chefe do Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital Universitário Onofre Lopes, na qual relata conflitos que estariam ocorrendo na sua cúpula administrativa. O artigo, que teve ampla repercussão na classe médica do Estado, tem o título de “Ebserh/Huol X Meritocracia”. Ontem, caiu na minha bacia das almas, um outro artigo relacionado com o mesmo assunto, este agora assinado pelo doutor e professor Hernani Gadelha, médico cirurgião cardiovascular, professor do Departamento de Medicina Integrada e membro da Central de Transplantes do RN. O seu texto vai na íntegra:

“Após leitura do que foi publicado na sua coluna, com o título “Ebserh/Ufrn x Mediocracia”, no jornal Tribuna do Norte do último dia 14 de novembro, tenho um depoimento a fazer. Primeiramente quero expressar minha completa e irrestrita solidariedade ao professor Carlos Alberto. Segue meu testemunho:
Eu e as pessoas que trabalham na cirurgia cardíaca do Hospital Universitário Onofre Lopes estamos, há cerca de oito anos, esperando melhorias compatíveis com seu real potencial; elas vieram, mas até agora foram por esforço e mérito de indivíduos.
Quando assumimos a cirurgia cardíaca do HUOL, ela estava ameaçada de ser descredenciada por falta de cirurgias há anos. Iniciamos um projeto de organização em conjunção com os colegas da Cardiologia Clínica. Retomamos a realização de cirurgias que, ao longo desses quase 8 anos, chegaram a mais de 1.000 procedimentos, conforme último levantamento do início deste ano.
A própria Residência em Cardiologia criada no Hospital é fruto do levantamento dos procedimentos cardiovasculares que foram alavancados com a nossa chegada, dando suporte a hemodinâmica, marcapasso, enfermaria etc.
Nos tornamos referência em casos cirúrgicos cardíacos complexos e em cirurgia dos aneurismas da aorta. Realizamos a primeira cirurgia por vídeo no Estado e uma das primeiras no Norte-Nordeste (feita com instrumental de alto custo patrocinado por recursos próprios, não tivemos nenhum incentivo).
Realizamos a primeira transmissão de um procedimento cirúrgico via 4k no Brasil e a terceira no mundo. Fizemos, em conjunto com a Urologia, a ressecção inédita totalmente por vídeo cirurgia de um tumor de rim com invasão de veia cava e invasão cardíaca sendo publicado em revista internacional de renome.
Vários trabalhos publicados e ganhadores de prêmios em congressos foram relacionados a pacientes por nós operados. Enfim, poderia aqui dizer muitas outras coisas. Mas, infelizmente, todo este legado está ameaçado. Várias mudanças vêm acontecendo que, ao invés de melhorar a qualidade dos serviços oferecidos em cardiologia pelo hospital, vem se tornando inadequados e insuficientes.
A EBSERH ainda não deu resposta aos anseios e esperanças propaladas pelos seus implantadores locais. O que estamos vendo é apenas mais uma ideia partidária criando um novo organograma, formando muitos cargos de coordenadores com um número de “carregadores de piano” iguais ou inferior ao que existia previamente, dentro de um contexto de demanda crescente e aumentada redução da resolução dentro da realidade da alta complexidade em cirurgia cardiovascular.
Nesses oito anos nossas perspectivas – no sentido de “turbinar” o serviço – foram esvaziadas, nosso reconhecimento: mínimo estímulo para nós. Quase zero. O que vemos são pacientes sendo vitimados por um sistema que paradoxalmente desassiste sob o véu da assistência velada. Pacientes estão morrendo em decorrência da ineficiência de um sistema sem dinâmica, lento, que promete tratar dentro de uma programação. Nós, homens da saúde e os pacientes, não podemos mais ser reféns desse sistema falho, ineficaz que tenta o tempo todo nos convencer que está tudo bem.
Por tudo isso defendemos a melhoria do sistema que possa realmente se tornar eficiente, levando-se em conta acima de tudo os méritos de cada profissional envolvido.

Dom Quixote
Começo da noite de hoje, na livraria da Cooperativa Cultural da UFRN, temos um encontro com Dom Quixote, Sancho Pança e Dulcineia, convidados especiais para o lançamento de “Poemas para Dom Quixote & Sancho”, antologia organizada e prefaciada por Carlos Newton Júnior, que estará presente para o devido autógrafo. O livro tem o selo da Editora da Universidade Federal de Pernambuco.

Lá estão selecionados poemas de 40 escritores e poetas brasileiros e portugueses, tipo Machado de Assis, José Saramago, Carlos Drummond de Andrade, Miguel Torga, Euclydes da Cunha, Ferreira Gullar, Ivan Junqueira. No meio deles, um potiguar: Paulo de Tarso Correia de Melo.

Politica
De Dora Kramer, em seu artigo de ontem no Estadão, com o título “Pernas curtas”, que começa assim:
– É a tal história: não se pode enganar a todos o tempo todo. Foi isso o exposto na carta do vice-presidente, Michel Temer, endereçada à presidente Dilma Rousseff, onde listou uma a uma todas as razões pelas quais é falsa a afirmação dela de que não desconfia “nem por um milímetro” do vice e do PMDB.
– Se o Palácio do Planalto queria constranger Temer ao divulgar a carta, acabou exibindo a dubiedade do jogo do governo, trincando de vez o resto de confiabilidade do País na palavra da presidente. O PMDB pode não ser confiável, verdade, mas ela tampouco é digna de credibilidade. Situação mortal para um governante.

Livro
O livro de Deladier Pessoa da Cunha Lima, “Retratos da Vida”, será lançado hoje, a partir das 19 horas, no Centro de Convivência Nelson Mandela, no campus da UNI-RN, da qual ele é reitor. Fica na Rua Prefeita Eliane Barros, 2000, no Tirol. A receita da venda dos livros será revertida para a Liga Norte-Rio-Grandense Contra o Câncer. A edição é da editora Jovens Escribas.

Medicina
Num ato marcado para ás 9 horas de hoje, no auditório da Faculdade de Farmácia, serão lembrados os 60 anos da instalação da Faculdade de Medicina, atual Curso Médico da UFRN. 
Haverá uma palestra do professor  Iaperi Araújo que lançará, em seguida, o seu livro “60 Anos da Faculdade de Medicina”.

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