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Conflitos ao redor do mundo ameaçam segurança de voos

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Dubai (AP) – Na Líbia, milícias armadas com bazucas lutam pelo controle do principal aeroporto do país. Na África, a região de Sahel está repleta de armas, incluindo restos do sistema de defesa aérea do ex-ditador Muamar Kadafi. Há uma guerra civil em curso na Síria, em que milhares de soldados desertaram e montaram novos batalhões capazes de derrubar jatos e helicópteros militares. No Iraque, a dissidência da Al-Qaeda, que já conquistou grandes parcelas do território e tem tomado posse de armas nas regiões que conquista.

O mundo está repleto de zonas de perigo do oeste da África até a Ásia Central. Uma vasta região onde aviões comerciais podem estar em risco. Apesar de especialistas em contraterrorismo afirmarem que o céu é seguro, a queda do avião da Malaysia Airlines recentemente mostra que há perigo em qualquer voo sobre áreas de instabilidade política onde armas sofisticadas estejam disponíveis aos militantes.

Esses riscos foram respaldados pela agência nacional de aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês), que proibiu companhias americanas a voar para o aeroporto de Tel-Aviv, em Israel, por pelo menos 24 horas após a explosão de um foguete do Hamas próximo ao local. A FAA também proibiu voos para a Líbia, o norte da Etiópia, Somália, Coreia do Norte, Iraque e a região do leste da Ucrânia.

Cerca de 60 países ao redor do mundo possuem mísseis de grande altitude guiados por radar, semelhantes àquele que supostamente derrubou o Boeing 777, segundo John Pike, diretor do site de informações militares Globalsecurity.org.

Uma arma muito menos sofisticada, mas que oferece risco mais imediato, é o sistema portátil de lançamento de mísseis chamado Manpad, que pode atingir alvos a cerca de 4.500 metros de altitude, de acordo com Pike.

Mísseis de grande altitude são muito maiores e mais caros do que os Manpad, além de exigir mais conhecimento técnico para serem operados. “Você consegue treinar alguém para usar um Manpad em uma tarde”, explica um diretor do Atlantic Council, Peter Pham.

Entre os países alvos das restrições da FAA, aqueles que têm a probabilidade de ter armamentos semelhantes ao que derrubou o voo MH17 estão a Coreia do Norte, Israel e Etiópia, diz Pike. Mas nesses países o Exército controla o arsenal, o que, no mínimo, reduz o risco de um disparo acidental.

Em outra lista da FAA que enumera países que apresentam risco a aviões americanos, estão incluídos Mali, Congo, Quênia, Iêmen, a península do Sinai, no Egito, Síria, Irã e Afeganistão. Entre essas regiões, explica Pike, apenas o Irã, o Egito e a Síria possuem equipamentos antiaéreos sofisticados. Existem suspeitas sobre a possibilidade de a Líbia também ter acesso a esse tipo de armamento.Um programa norte-americano de US$ 40 milhões para a recompra desses mísseis, após a queda de Kadafi, ajudou a recuperar apenas 5 mil das 20 mil armas desse tipo que a Líbia possuía.

Um relatório divulgado em março por especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) revela que lançadores MANPAD da Líbia foram vendidos para militantes em quatro zonas de conflito, incluindo Chade e Mali. Um MANPAD usado para derrubar um helicóptero militar na península do Sinai neste ano veio da Líbia, segundo o relatório.

Armas da Líbia também foram encontradas na Somália, na República Centro-Africana e em partes da Nigéria onde operam militantes do grupo extremista Boko Haram.

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