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Confrontos matam seis no Bahrein

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Manama (AE) – Os confrontos no Bahrein deixaram ontem pelo menos quatro mortos, elevando para seis o número de vítimas nos protestos pelo país. As Forças Armadas afirmaram que tomariam “medidas estritas” a fim de restaurar a segurança no Bahrein, incluindo a proibição de reuniões públicas. Soldados e tanques ocuparam o centro da capital, Manama, mas os manifestantes prometeram realizar um grande protesto nesta sexta-feira.

Manifestantes xiitas carregam colega ferido nos confrontos com a polícia, em Manama, e pedem a deposição do rei Hamad bin Isa al-KhalifaA polícia espancou manifestantes, homens e mulheres, enquanto o ministro das Relações Exteriores do Bahrein, Khalid Al Khalifa, justificou a repressão como necessária porque os manifestantes estariam “polarizando nosso país e o levando à beira do abismo sectário”. Os manifestantes queimaram retratos do rei Hamad bin Isa al-Khalifa e pediram o fim da monarquia no Bahrein. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que se opõe ao uso da violência contra os manifestantes pacíficos no Bahrein.

De madrugada, as forças de segurança reprimiram os manifestantes que realizavam protestos na capital. Um deputado da oposição, Ali al-Aswad, membro do bloco Al-Wefaq, disse que havia 95 pessoas feridas, cinco delas em estado grave. Segundo a televisão estatal, lideranças militares disseram que controlam “partes importantes” da cidade e proibiram reuniões públicas.

Os manifestantes, quase todos xiitas, disseram que a repressão foi desfechada nas primeiras horas desta quinta-feira, com a polícia atacando indiscriminadamente homens, mulheres e até crianças. Os xiitas formam 70% dos 500 mil habitantes do Bahrein. Eles afirmam que são discriminados pela dinastia governante, que é muçulmana sunita. Dezenas de veículos blindados da polícia foram usados ontem para reprimir as manifestações na Praça Pérola, no centro de Manama.

A rede Al-Jazira afirmou, em seu site, que havia confrontos também em outras partes da capital. O líder do principal bloco da oposição xiita no país, xeque Ali Salman, qualificou a ação policial como “selvagem e injustificada”. Segundo Salman, a repressão terá “repercussões catastróficas”. Os policiais chegaram quando os manifestantes dormiam na praça, usando gás lacrimogêneo e tiros de borracha para dispersá-los.

Os protestos começaram na segunda-feira no país do Golfo Pérsico, exigindo democracia e melhorias econômicas. Os manifestantes se inspiram nos levantes ocorridos em Tunísia e Egito, que terminaram com a renúncia dos líderes dessas nações. O protesto no Bahrein foi convocado por ativistas pela internet.

Na terça-feira, o rei do Bahrein, Hamad bin Isa al-Khalifa, fez uma rara aparição na televisão, prometendo investigar as duas mortes anteriores de manifestantes. Al-Khalifa já havia tentado acalmar os manifestantes no dia 12, quando liberou US$ 2.700 para cada família do país.  Mas os protestos cresceram, com muitas pessoas exigindo a saída da família real do comando do país. De maioria muçulmana xiita, o Bahrein é controlado por uma dinastia sunita.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Bahrein disse que os Estados que formam o Conselho de Cooperação do Golfo devem anunciar seu apoio ao governo do Bahrein. O grupo é formado por Bahrein, Omã, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Duas pessoas são mortas em protestos no Iêmen

Sanaa (AE) – Dois manifestantes morreram e dez ficaram feridos depois que a polícia realizou disparos para dispersar um protesto contra o governo do Iêmen na cidade portuária de Áden, sul do país, informou ontem um funcionário hospitalar. Na capital Sanaa, pelo menos 25 pessoas ficaram feridas e a polícia realizou disparos de advertência, durante duros confrontos entre manifestantes contrários ao governo e partidários do regime, informou a agência France Presse. Ontem foi o sétimo dia seguido de protestos contra o governo do presidente Ali Abdullah Saleh, que governa o país há 32 anos. Os manifestantes exigem a renúncia de Saleh, um aliado dos Estados Unidos. Nem o apelo do principal clérigo islâmico sunita do país, o xeque Abdul-Majid al-Zindani, acalmou os manifestantes. Os EUA consideram al-Zindani, que é amigo de Saleh, um partidário da rede terrorista Al-Qaeda.

Cerca de 2 mil manifestantes, em sua maioria estudantes, deixaram a Universidade de Sanaa rumo à praça Tahrir, no centro da capital, quando encontraram partidários do regime e entraram em confronto pelo quinto dia seguido, segundo um correspondente da AFP. Segundo o jornalista, 15 dos feridos eram manifestantes e os outros 10 eram partidários do regime.

Partidários do presidente Saleh estavam reunidos e esperando perto da universidade desde o início do dia. Eles atacaram os manifestantes com paus e pedras. Os manifestantes, que gritavam pelo fim do regime, responderam com pedras. A polícia interveio com tiros de advertência para separar os manifestantes rivais.

Na terça-feira, a polícia também interveio em Sanaa, quando partidários e opositores do presidente se confrontaram, deixando três feridos. Os lados rivais também se confrontaram em Taez, ao sul da capital. Na segunda-feira, os oposicionistas confrontaram a polícia e partidários da situação. Confrontos similares ocorreram no domingo.

GP2  cancela prova e situação  preocupa a F-1

Manama (AE) – Os organizadores da GP2 Ásia anunciaram o cancelamento da etapa do Bahrein, depois que a repressão aos protestos de ontem. A decisão acontece menos de um mês antes da realização da prova de abertura da Fórmula 1 no circuito de Manama. O GP do Bahrein está marcado para 13 de março e os membros das equipes devem chegar ao país em dez dias, já que testes estão marcados para ocorrer entre 3 e 6.

Inicialmente, apenas as atividades da sexta da GP2 Ásia haviam sido canceladas. “Na sequência dos acontecimentos no Bahrein, a pedido da Federação de Automobilismo, foi decidido que o encontro que deveria acontecer esta semana no Circuito Internacional do Bahrein está cancelado por motivos de força maior”, afirmou, em comunicado, os organizadores da GP2.

Luiz Razia, único brasileiro da categoria, revelou que a situação ficou mais crítica ao longo da semana. “Os protestos estão crescendo. A polícia e o exército decidiram agir e as ruas estão bloqueadas. É muita polícia, para todo lado; é assustador ver tanques de guerras nas ruas”, disse. Com o agravamento dos embates, o piloto recebeu orientação do governo para não deixar o hotel. “As autoridades pedem para as pessoas não saírem de casa. Nós teríamos de ficar no hotel. Fomos ao circuito, mas as coisas não estão nada bem”, afirmou.

No início desta semana, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) expressou confiança de que os protestos no país não vão impedir a realização da corrida de Fórmula 1. “Eu sempre tento não reagir precipitadamente com notícias de última hora. Você tem de verificar qual é a realidade – que nem sempre é o que você ouve – para reagir sem emoção demais e para enfrentar adequadamente o problema”, afirmou Jean Todt, presidente da FIA, ao jornal irlandês Irish Independent.

Na última quarta, dezenas de veículos blindados da polícia foram usados para reprimir as manifestações na Praça Pérola, no centro de Manama, capital do Bahrein.

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