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Constituinte já

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Agnelo Alves
Jornalista

“É amigo Agnelo. Nem tudo que é semelhante é parecido e vice-versa, nem tudo que é parecido é semelhante”, me dizia, ontem, em um “papo” descontraído, o amigo Vulgo da Silva. “A propósito, de que você está falando sem dizer o que é parecido e o que é semelhante para eu ver a diferença, meu caro Vulgo da Silva? Deixe de lado o filósofo e desembuche uma coisa e outra, citando os fatos parecidos, sem serem semelhantes e vice-versa! Vamos lá. Diga, querido amigo!”

Vulgo da Silva, ao seu modo muito peculiar, olhando lá longe, enquanto soltava uma baforada de fumaça para o alto, fazia um ar de quem estava rindo, mas estava sério ou estava sério com a cara de quem estava rindo. Na verdade, o Vulgo estava indecifrável no olhar, com o ar de quem estava pensativo, sentindo mais do que vendo. E feliz, como sempre.

Claro que já vi Vulgo assim antes. Que me lembre, no repente do pensamento, em março de 1964 – para não ir mais longe. Estávamos com o então governador Aluízio Alves na inauguração de uma das escolas de ensino primário, aqui em Natal, quando chegaram o então coronel Ulisses Cavalcante e o Capitão Maciel Filho, ambos visivelmente inquietos, sei lá, como que querendo falar com o governador antes da solenidade começar.

“Bomba!” Exclamei. Aluízio, mais prudente e com peso maior de responsabilidade, mandou retardar o início da solenidade de inauguração, querendo saber algo mais. Não desço a detalhes. Os dois leais amigos, militares, com cargos de segurança do governo, concordaram que a solenidade fosse abreviada, providência que me cabia tomar.  Era o início do golpe de 64 com o nome de “revolução”.

O que uma coisa tem com a outra? Perguntei ao amigo Vulgo da Silva. Mas me preservei de saber o que estava parecido, mas não era semelhante ou o que era semelhante, mas não era parecido. O amigo Vulgo da Silva pareceu se preservar também. Não sem antes perguntar sobre o quadro político-eleitoral do Rio Grande do Norte.

Diria apenas que o quadro local está bem comportado. Mas o nacional, de certa forma, está inquietante. “Os atores estão no palco”, como o próprio Vulgo da Silva costuma avaliar e dizer, resolvem os seus problemas, querências e más querências, prometendo mudanças que sabem que não têm condições de implantar e até não desejam mudar, em vez de se unirem sem radicalismos para salvar o Rio Grande do Norte da bancarrota, ante à crise política que abala os alicerces da plantinha tenra da democracia brasileira.

A eleição está próxima. Não é uma decisão apenas política de partidos, todos contraditórios entre si, enfraquecidos perante a opinião pública. A crise que está aí, na base do “salve-se quem puder”, precisa de uma mudança profunda, fecunda, democrática, comandada pelos eleitos com o apoio de toda a nação brasileira. No caso estadual, de todos os norte-rio-grandenses.

A eleição é a solução. Com a união de todos, inclusive dos demais Poderes que não dependem de eleição.

CONSTITUINTE
Está nascente, ainda, um sopro realmente renovador para as mudanças político-institucionais que garantem a liberdade como bem maior do regime democrático que pode não ser o ideal dos ideais – e é – mas é o melhor regime.

Está nascendo um movimento para alcançar dez milhões de assinaturas, destinado à convocação de uma assembleia constituinte para escrever uma constituição que preserve os direitos, tendo a liberdade como o bem maior – cláusula mater – de todos os cidadãos brasileiros, sem amesquinhar os deveres de cada um.

Uma Constituinte já!

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