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Construção do RN negocia salários para evitar greve

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Andrielle Mendes – repórter

Empregadores e empregados da construção civil do Rio Grande do Norte ainda não chegaram a um consenso com relação ao reajuste salarial da categoria. Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil, que representa os patrões, há risco de paralisação de algumas obras. Os trabalhadores pedem 25% de acréscimo sobre o piso salarial, de R$ 810 para pedreiros profissionais em início de carreira.  Os patrões oferecem 3,5%. Uma nova rodada de negociações está marcada para hoje, na sede da Superintendência Regional do Trabalho.
Natércio de Albuquerque Cardoso, carpinteiro em uma obra que está sendo executada em Natal: O reajuste que vier será bem-vindo
Os operários se reunirão antes na sede do sindicato para discutir a pauta de reivindicações. A equipe de reportagem tentou entrar em contato com o presidente do sindicato que representa os trabalhadores para saber como a categoria chegou a um reajuste de 25%, mas ele não atendeu as ligações.

Algumas construtoras liberaram os operários para  participarem hoje da assembleia. Este é o caso do Consórcio Arena Natal – Construtora OAS e Coesa Engenharia – filiado ao Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada. Os empregados, segundo informou o departamento de marketing, retornarão para a obra ao final da reunião, marcada para as 7h.

A última grande paralisação na construção civil em Natal ocorreu em abril, quando os empregados que trabalhavam nas obras do estádio Arena das Dunas cruzaram os braços durante dez dias. A construtora ofereceu abono salarial de R$ 131 para pedreiros e montadores e de R$ 106 para ajudantes na folha salarial de março e aceitou reduzir de 6% para 1% o desconto do vale-transporte, colocando fim à greve. Além da capital portiguar, os estádios de Fortaleza (Castelão), Belo Horizonte (Mineirão), Rio de Janeiro (Maracanã), Recife (Arena Pernambuco), Salvador (Arena Fonte Nova) e Brasília (Mané Garrincha) enfrentaram paralisações na época.

O presidente do Sinduscon, Arnaldo Gaspar Júnior, que convocou a imprensa para apresentar seus argumentos ontem, evitou falar em percentuais, mas sinalizou que poderia subir um pouco mais a proposta. “As empresas filiadas ao sindicato disseram que só poderiam conceder 3,5%. Mas estamos dispostos a negociar e conciliar o que parece inconciliável”, disse.

O percentual apresentado pelos patrões, segundo Gaspar, “foi condizente com a proposta apresentada pelos empregados”, considerada irreal. A economia brasileira, de uma forma geral, desacelerou, afirma o presidente do Sinduscon. “O reajuste de 25% não encontra respaldo na economia, que cresce num ritmo menor. Por isso, não podemos conceder reajustes parecidos com os já concedidos”, acrescentou.

Há pouco mais de um ano na construção civil, o servente Jadilson Monteiro da Silva, 19 anos, não se mostra muito animado com as negociações. “3,5% não vai fazer muita diferença no final do mês. O percentual é muito pequeno”, afirma. Carpinteiro, Natércio de Albuquerque Cardoso, 26 anos, pensa um pouco diferente. “O que vier, vai ser bem-vindo”.

Geração de empregos cresce no setor

Renata Moura – editora de Economia

A construção civil foi um dos setores que mais cresceram em geração de emprego no Rio Grande do Norte este ano, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O cadastro mostra que, em relação a dezembro do ano passado, o número total de trabalhadores com carteira assinada na atividade avançou 8,07%. A agropecuária, que registrou o segundo melhor desempenho, cresceu 6,76%.

Apenas no mês de setembro, a construção civil gerou 994 empregos no RN – o número é o saldo entre o total de demitidos e o de contratados e avançou 2,08% em relação a agosto deste ano.

Os dados do Caged mostram que o saldo total de empregados no estado, no mês passado – considerando todas as atividades econômicas – foi de 5.283, com crescimento de 15,67% sobre o  mesmo período do ano passado, quando não passou de 4.567.

A indústria de transformação, que há meses vem sendo a atividade que mais demite, foi, desta vez, a que mais contratou. Em setembro, o saldo de empregos do setor alcançou 2.183, influenciado pelo bom desempenho das indústrias química e alimentícia, que concentram a produção de álcool e açúcar. Apenas a indústria química gerou 1.805 vagas, 35,33% a mais que em agosto.

O desempenho positivo registrado de forma global no mercado de trabalho potiguar acompanhou o do Nordeste, mas seguiu na contramão do restante do país. Nacionalmente, o saldo de contratações em setembro foi o menor para o mês desde o ano 2001.

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