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Construtoras tentam garantir rentabilidade no “Minha Casa”

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Construtoras e incorporadoras nacionais e estrangeiras com projetos para a Grande Natal têm lançado mão de uma série de estratégias para garantir a rentabilidade do Minha Casa, Minha Vida e permanecer firme no programa.

A demora na aprovação dos projetos pelos bancos oficiais tem levado parte dos investidores a desistirem de participar das obras – principalmente os estrangeiros. Mas nem todas as construtoras tem do que se queixar. A Ecohouse Brasil Construções, com sede em Natal e filiais em Toronto, Cingapura, Dubai e Londres, tem nove projetos em andamento – seis deles na Grande Natal – e enxerga no Minha Casa um trampolim para o crescimento.
Empreendimento da MRV em Nova Parnamirim: foco no programa
Com quatro projetos já concluídos e cerca de 9,6 mil unidades em construção ou aguardando lançamento no país, a construtora investe dinheiro do próprio bolso nos projetos e consegue entregar as unidades do Minha Casa antes da concorrência. “As construtoras que dependem de financiamentos levam de seis a 12 meses entre o lançamento do empreendimento e o primeiro tijolo colocado. Nós lançamos e imediatamente começamos a construir. Entregamos nossos empreendimentos entre 90 e 120 dias”, compara Anthony Armstrong, CEO (diretor executivo, em inglês) da Ecohouse.    

Para fisgar mais clientes dentro do Minha Casa, Minha Vida, a construtora decidiu dispensar a taxa de adesão na hora de vender um imóvel, que pode gerar uma economia de até R$ 5 mil para o cliente, dependendo da construtora escolhida. A decisão, ao contrário do que se poderia esperar, diz o empresário, não trouxe nenhum prejuízo à construtora.

A mineira MRV é outra que não deixará de participar das obras do programa. “A empresa já nasceu para projetar e construir imóveis econômicos. A diferença é que, com o Minha Casa, nosso negócio ganhou escala”, observa Yuri Chain, diretor comercial da MRV para o Nordeste. Embora dependa dos financiamentos dos bancos oficiais, a empresa não costuma esperar muito pela aprovação dos projetos. “Nossa situação é um pouco mais confortável do que a das outras construtoras. Como construímos muitos imóveis, nossos projetos são tratados como prioridade nos bancos”, diz  Yuri.

Prejuízos causados por possíveis atrasos na análise são compensados com a construção em grande escala. “Conseguimos comprar mais barato e até alugar equipamentos por menos. Também temos um controle super rígido dos custos, o que mantém a margem de lucro em patamares saudáveis”, acrescenta.

Com cinco projetos do Minha Casa, Minha Vida para a Grande Natal, a potiguar Tecnart aposta na renegociação do preço dos terrenos para se manter firme no programa. A construtora já construiu, em parceria com outras três construtoras, dois empreendimentos voltados para famílias que recebem até R$ 1,6 mil dentro do Minha Casa, Minha Vida na Região Metropolitana de Natal, e está em vias de lançar o terceiro.

Em Natal, será preciso se recadastrar

A Prefeitura de Natal anunciou que terá de refazer o cadastro de candidatos a morar em unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida. O recadastramento é necessário porque, segundo o secretário municipal de Habitação, Homero Grec, a prestadora de serviços – contratada na gestão passada – não disponibilizou o banco de dados em virtude da falta de pagamento por parte do Município. “Não sabemos quem se inscreveu no programa”, afirma.

O Município vai construir 4,2 mil unidades habitacionais este ano, no Planalto e na Zona Norte, e deve reabrir até a segunda quinzena de abril as inscrições para o programa. A Secretaria Municipal de Habitação já trabalha num sistema para registrar as informações, mas ainda está decidindo como o recadastramento ocorrerá. Segundo o titular da pasta, Homero Grec, “todas as pessoas que se cadastraram no programa em Natal terão que se cadastrar novamente”.

Mais de 60 mil pessoas se inscreveram no programa em 2009, quando o Minha Casa, Minha Vida foi lançado. “Mas nem todos que se inscreveram poderiam ser contemplados”, observa. O cadastro, segundo ele, era voltado para famílias que residiam em Natal e recebiam até R$ 1,6 mil, “mas pessoas que moravam em outros estados e recebiam até 10 salários mínimos – muito acima do permitido para a faixa 1 – se inscreveram”. Desta vez, os interessados terão que respeitar os critérios estabelecidos pelo Ministério das Cidades.

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