Richard Reiter
Cônsul Geral dos EUA no Recife
Como diplomata americano, esta é a terceira vez que trabalho no Brasil. É também a segunda vez que atuo no Nordeste, região rica em cultura e de grande potencial econômico. Eu amo morar e trabalhar no Nordeste, e uma das grandes honras de estar aqui, neste momento específico, é que este ano o Consulado Geral dos Estados Unidos está celebrando o aniversário de 200 anos no Recife.
Estabelecido em 1815, o Consulado Geral dos Estados Unidos no Recife é o posto de representação diplomática americano mais antigo no Brasil e um dos mais antigos do mundo. Desde a chegada do primeiro cônsul Samuel Voorhees, em 1815, até os dias de hoje, atuamos em diversas áreas – como promoção de intercâmbios educacionais e culturais, comércio bilateral e ensino da língua inglesa, e é claro, para emissão de vistos para brasileiros que querem viajar para os Estados Unidos. Em outras palavras, nosso trabalho é promover o encontro entre os povos brasileiro e americano. Nesses 200 anos, nossas histórias se cruzaram várias vezes, fortalecendo a amizade e colaboração entre nossos países. E cada estado guarda registros de diversos momentos marcantes.
Em Pernambuco, o Recife Antigo já foi sede de escritórios da USAID (Agência para Desenvolvimento Internacional dos EUA). Em 1906, o Secretário de Estado Elihu Root visitou a capital pernambucana para encontrar Joaquim Nabuco. O Rio Grande do Norte foi sede de uma importante base americana durante a Segunda Guerra Mundial e foi o lar de mais de cinco mil soldados. Essa parceria foi resultado do encontro dos presidentes Roosevelt e Vargas em Natal, em 1943.
E assim segue nossa história no Ceará, Paraíba, Piauí, Maranhão, Alagoas e Sergipe. Cada vez que estou em um desses estados percebo como compartilhamos valores e ideais semelhantes. Minha missão e minha paixão enquanto estiver no Brasil é fortalecer esses laços e fazer com que mais brasileiros conheçam essa história. O consulado no Recife tem expandido com a abertura do departamento para Assuntos Político-Econômicos e do Serviço Comercial, além de aumentar o número de funcionários no departamento de visto.
Em 2014, o consulado no Recife emitiu quase 100 mil vistos a nordestinos, um aumento de mais de 16% em comparação ao ano anterior. Cada brasileiro que vai aos Estados Unidos, de férias ou para intercâmbio, se torna um multiplicador dessa história compartilhada. Hoje, a diplomacia não é feita apenas entre governantes, é feita entre pessoas comuns que buscam uma educação global e uma vida conectada com o mundo.
Neste bicentenário, quero convidar a todos para redescobrir essa história e celebrar uma amizade que teve início em 1815. Afinal, não é todo mundo que pode comemorar o aniversário de 200 anos, não é?
