Rio (AE) – Com a renda em queda desde o início do ano, os trabalhadores têm recorrido à poupança para ficar com as contas em dia, ou têm se endividado ainda mais. Além disso, mais de 80% dos consumidores avaliam que o momento para procurar emprego é difícil. Todos esses fatores, juntamente com a inflação elevada e o crédito mais restrito, contribuíram para a piora na percepção das famílias sobre a situação financeira em maio, segundo a Fundação Getulio Vargas.
O Índice de Confiança do Consumidor recuou 0,6% em maio ante abril, sem sustentar a alta observada no mês passado – a primeira de 2015. As expectativas, por sua vez, subiram 0,3%, resultado considerado estabilidade pela instituição, dado que o nível do indicador ainda é baixo em termos históricos.
A forte deterioração na confiança neste início de ano foi puxada pelo pessimismo com a economia. Agora, porém, o sentimento dos consumidores em relação ao próprio bolso também piora, em função dos preços maiores e renda menor. O rendimento médio dos trabalhadores teve, em abril, o terceiro mês seguido de queda nas seis principais regiões metropolitanas. “Enquanto (a piora da confiança) estava só no aspecto da economia do País, era uma coisa. Agora, a situação está ficando pior no orçamento das famílias, que estão mais endividadas. Tem gente tirando dinheiro da poupança”, diz a economista Viviane Seda, coordenadora da Sondagem.
