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Contando na folhinha

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Woden Madruga [ [email protected] ]

Mestre Gaspar chamava a atenção da patota para a folhinha da parede (estampa de Frei Damião) já mostrando setembro,  dia 1º, consagrado a Santo Egídio, grego nascido em Atenas. Fez um risco e anunciou, com certa solenidade: “Contando de hoje (ontem) faltam apenas três meses e 29 dias para o término do governo Rosalba Ciarlini”. Ouviu-se um ‘ufa’ geral vindo das três mesas completas. O poeta Carlos Castilho, que aguarda com ansiedade a temporada de veraneio da Redinha, pediu uma dose dupla  de conhaque Macieira e mais duas fatias de salame. Clima de comemoração. Ambrósio Praxedes, escorado na porta, lembrou que para o dia da eleição, 5 de outubro, a distância agora  é dia 33 dias, contando de hoje (2) e lamentou que o feriado de 7 de Setembro caia este ano num domingo. Acha um desperdício, pois ele é seguidor da teoria que o melhor dia para feriado, mormente o consagrado à Independência, é a segunda-feira, com ponto facultativo na terça.

A eleição tem sido um dos motes mais  conversados nas mesas e na calçada do Cova da Onça, principalmente agora com essa aparição  da candidata Marina Silva à frente das batalhas. Tem gente, como o velho Cândido Boaventura, marítimo aposentado, brindando a moça do Acre  e apostando que ela passará com folga sobre Dilma no primeiro turno. No segundo, reforçado com os votos dos tucanos e dos descontentes do PMDB, a vitória seria acachapante, coisa assim em torno de 20 pontos de maioria. Boaventura exibia para os companheiros a revista Veja desta semana que dá destaque a possibilidade do PMDB apoiar o  eventual governo Marina.

Da eleição presidencial para a estadual foi questão de minutos. A maioria da plateia era de bacuraus, veteranos (alguns dos anos 60) e novos. Todos animados com os resultados das pesquisas que dão folga na vantagem de Henrique Eduardo Alves e com o entusiasmo dos eleitores da Zona Norte durante a  passagem da caravana de Henrique, domingo, pelos vários bairros do outro lado do Potengi. Boaventura chegou a dizer que  o que ele viu domingo, pela avenida João Medeiros Filho, chegou a lembrar os tempos da Cruzada da Esperança. Mais ainda quando descobriu no meio da carreata o doutor Ticiano Duarte.

Mestre Gaspar admite que nas próximas pesquisas Henrique chegue, meados de setembro, a 45% de intenção de votos, confirmando a sua vitória já no primeiro turno, que, aliás, ficou evidente que sim na leitura dos números da pesquisa do Instituto Sete anunciada sábado passado. Henrique coloca 11 pontos de vantagem sobre Robinson somado com os outros candidatos ditos nanicos.

Percebe-se muita animação no velho e lendário Cova da Onça.

Vez dos banguelas
Do escritor e cronista Ruy Castro, acompanhando de perto a marcha da campanha eleitoral pelo Brasil afora:

– Uma coisa boa das eleições é que elas movimentam a economia. A odontologia, por exemplo, recebe um grande impulso com a oferta de próteses dentárias a eleitores banguelas, para que estes aceitem ser filmados declarando o voto neste ou naquele candidato – ou candidata. Sejam caninos isolados, implantes, pontes, dentaduras duplas ou aparelhos ortodônticos completos, o custo é irrisório diante do que se ganha com a imagem na TV de alguém sinceramente grato a Sua Excelência.

– Idem quanto à doação de amostras grátis de remédios, cestas básicas, fraldas descartáveis, enxovais para bebê e laqueadura de trompas. É batata para assegurar a fidelidade das senhoras de qualquer região. E, nos Estados menos favorecidos, nada supera a oferta de caixões. Às vezes, até os defuntos vêm votar no doador”

Sônia Biondo
Leio em O Globo a notícia da morte da jornalista e escritora Sônia Biondo. Estava na capa da edição onlaine de domingo. Começou no jornalismo nos anos 70 na redação de O Globo. Foi repórter, chefe de reportagem, editora. Foi editora, também, nas revistas “Veja Rio” e “Marie Claire”. No Jornal do Brasil, nos anos 90, foi editora do Caderno Mulher. Tempos depois, agora na Gazeta Mercantil, do Rio, editou o caderno de cultura.

Nos últimos anos Sônia Biondo vinha trabalhando na televisão. Foi a criadora e diretora do “Superbonita”, da GNT (estreado em 2000). Publicou vários livros sobre comportamento, beleza e saúde da mulher. Há 15 dias  foi internada num dos hospitais do Rio de Janeiro por causa de problemas respiratórios. Faleceu no sábado, 30. Tinha 59 anos.

Éramos amigos desde 1978, quando Sonia   veio a Natal,  pela primeira vez,  para cobrir para O Globo a Semana de Cultura Nordestina, promovida pela UFRN em maio daquele ano. Atendia convite do poeta Homero Homem, um dos coordenadores do evento. Saudades.

Feira
Começa amanhã a  Feira do Livro de Mossoró, na sua 10ª versão. Vai até o dia 7. Entre os escritores convidados, lá de fora, destacam-se três nomes expressivos da literatura brasileira: Lira Neto, Xico Sá e Bráulio Tavares. Três nordestinos arretados: Lira Neto e Xico, cearenses; Bráulio, paraibano. Mas tem gente daqui também do mesmo quilate, como Aldo Lopes, meio paraibano-meio natalense e Carlos Fialho, entre outros.  Garantia de bons papos e de  bons livros sobre a mesa.

Poesia
Quinta-feira, 4, na Livraria Saraiva, do Miduei, coisa das 19 horas, tem o  lançamento do livro de poemas O mundo que me cabe, do poeta e médico psiquiatra Adriano Araújo.

Economia
A notícia vem de Brasília, no rastro da “recessão técnica”: o PIB brasileiro, coitado, tem a 14ª queda seguida este ano.  A previsão do  crescimento da economia anunciada mês passado (e já era muito baixo) para 0,70%, recuou para 0,52%.

Lixo
Como tem lixo no Barro Vermelho! Na esquina da rua Clementino Câmara com a avenida Jaguarari emendando com a Meira e Sá, é um monte. Na esquina da Alberto Maranhão com a Régulo Tinoco, faz dó. E  como fede. No riachinho que vai dar na Beira Canal, cruzando a rua Sargento Ovídio, é lixo e entulho. Lixeira.

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