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Das memórias de Lauro

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Woden Madruga [ [email protected] ]

No começo da noite de hoje, na livraria Saraiva, do Miduei, o médico e escritor Lauro Bezerra estará autografando o seu livro Sic Transit… reunindo memórias do ex-seminarista, do médico, do jornalista, do político e do professor de ensino superior. Tempos passados e vividos em Santa Cruz do Inharé, Natal, Recife, Natal. A vida social e a história política do Rio Grande do Norte, nestes últimos 60 anos, estão presentes nas páginas escritas por Lauro. Diria que esse tempo recua um pouco mais, um século atrás, indo bater na proclamação da República, repercutida em Santa Cruz,  contada  pelo pai do autor, o empresário e também político João Bianor Bezerra, cujas anotações de suas lembranças estão no livro do filho.

Sic Transit… tem apresentação do engenheiro Álvaro Alberto Souto Filgueira Barreto e prefácio de Manoel de Medeiros Brito, ex-deputado e conselheiro aposentado do Tribunal de Contas, autor e personagem de importantes momentos da história política do Rio Grande do Norte. Brito, sabe-se, está colocando os últimos pontos nas suas próprias memórias, um livro muito esperado. Ele e Lauro Bezerra já passeiam fagueiros pelos oitentatanos, sabedores de muitas histórias e estórias.
O capítulo de abertura do livro trata das memórias de João Bianor Bezerra. Algumas delas foram anotadas pelo médico e historiador José de Anchieta Ferreira, colhidas através de entrevista feita em fevereiro de 1984, quando o pai de Lauro estava nas vésperas de completar 89 anos. João Bianor, menino em Santa Cruz, lembra quando a notícia da proclamação da República chegou à sua cidade:
“Nos idos de 1889, o ponto de encontro para comentar a vida da cidade era o velho mercado. Uma latada posteriormente demolida para dar lugar ao atual prédio construído pelo engenheiro santacruzense Gentil Ferreira de Souza. A correspondência era recebida pelo antigo Correio de 15 em 15 dias. Assim, no dia 30 de novembro, o estafeta Antônio Onça recebia e deixava à disposição dos interessados a correspondência no prédio do Correio.
Não havia entrega domiciliar. João da Silva, um homem bom, agropecuarista, foi buscar o jornal que recebia periodicamente. Volta para o mercado. Abre o jornal e, entusiasmado, sobe num tamborete e transmite a novidade, gritando: ‘Senhores, foi proclamada a República. Viva a República!’ O povo bate palmas”.

Política
O analista político Josias de Souza, em sua coluna de ontem no UOL, comenta a decisão do deputado Henrique Eduardo Alves de colocar em votação  no plenário da Câmara a PEC da Reforma Política. Transcrevo alguns trechos:
– Desafiado pelo PT, que fechou questão contra a proposta de emenda à Constituição da reforma política, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, decidiu para ver. “Se querem assim, vamos para o confronto”, disse. “Vou levar a proposta ao plenário e vamos votar. Quem for contra que mostre a cara.”
– Henrique afirmou não acreditar que o PT consiga obstruir a votação. “A maioria da Casa quer votar. Com essa posição radical, eles vão se isolar”. Ele evoca a polêmica criada em torno da CPI da Petrobras para realçar o que definiu de “incoerência” do petismo. No caso da CPI, o PT tenta cercear o direito constitucional da maioria de investigar a Petrobras sob o argumento de que a maioria do Legislativo deseja incluir na investigação outros enroscos – o cartel dos trens e do metrô de São Paulo e o porto de Suape, por exemplo. Na apreciação da reforma política, o PT quer impor a suja vontade minoritária ao desejo da maioria.
– Diz Henrique: “Quando é uma CPI, fazem um absurdo desses. CPI tem que ter fato determinado, as regas são claras. Já fui obrigado a rejeitar CPIs porque tinham vários fatos. Agora, querem incluir três, quatro assuntos numa CPI só. Para isso, a vontade da maioria serve. Para a reforma política, a maioria não serve, porque o PT só quer reforma com voto em lista e financiamento público de campanha. Fora disso, nenhuma reforma política presta para o PT. Não querem nem discutir, não querem votar. Isso não é democrático.
– “Essa votação (do PEC) é um compromisso nosso”, declara Henrique. “Quem for contra que vote contra. Vamos aprovar o que for possível. O que não dá é para deixar de examinar porque um partido é contra e quer impedir que os outros votem. O Parlamento quer debater, quer travar uma disputa de ideias. Radicalizar num tema como esse não faz o menor sentido”.
– Henrique arremata: “A reforma é muito ampla. Acaba com o voto obrigatório e com a reeleição. Promove a coincidência das eleições. Altera o processo eleitoral. Trata do financiamento de campanha. Está tudo lá. O PT é contra? Pois que vote contra. Veremos o que será derrotado ou aprovado. Eles sempre disseram que queriam votar uma reformam política. Chegou a hora.”

Chuva
Voltou a chover nos roçados da Emparn. A verdade  é que tem ocorrido chuvas derna de quinta-feira passada, mas sem registros no boletim da Emparn que, somente ontem, depois do puxado recesso da Páscoa, voltou a circular.  As chuvas foram mais no Oeste e no Seridó. As mais fortes em Cruzeta, 32 milímetros, São João do Sabugi, 30, Tenente Ananias, 28, Portalegre, 24, Caicó (Palma), 22, Caicó (Mundo Novo), Ipueira, Paraná e Major Sales, 21, São Miguel, 19, Venha Ver e Jardim do Seridó, 18, Lucrécia e São José do Seridó, 17, Riacho de Santana, 16, Ouro Branco, 15.

Das Cartas
O Sebo Vermelho marcou para as 18 horas de hoje, na sede da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, o lançamento de uma edição fac-similar de As Cartas dos Sertões do Seridó, de Paulo Bezerra, com direito a autógrafos do autor. A edição original é  de 2000, com o selo da Lidador, Rio de Janeiro. Orelhas de Luís Carlos Guimarães.

A Revolução dos Cravos
O Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte promove, amanhã, 25 (das 9 ás 19 horas) o seminário “A memória é uma arma”, comemorando os 40 anos da Revolução Portuguesa de 1974, conhecida como a “Revolução dos Cravos”,  que derrubou a ditadura (48 anos) salazarista.

Serão exibidos quatro filmes, seguidos de debates. Tudo no auditório C do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA).

Calçadas
Segundo a última pesquisa da Ubesco, Natal é a capital brasileira que apresenta as piores calçadas.

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