O selo editorial Jovens Escribas comemora sua primeira década de atividades e 50 livros lançados nesta quinta-feira, a partir das 17h, com grande festa na sede da Fundação Capitania das Artes. Sarau, show e lançamentos marcam a passagem da data, que reúne quatro gerações de autores, o grupo poético Iapois Poesia e os cantores Simona Talma e Dudu Galvão acompanhados pelo pianista alemão Oswin Lohss. Para completar, parte das vendas dos livros será revertida para a campanha “Amor pelas crianças – O Legado da Copa” do Hospital Infantil Varela Santiago.
Na ocasião serão lançados os inéditos “A Grande Pancada”, compilação com 30 textos sobre Jazz de Pablo Capistrano; e “Cruvinel – O artilheiro dos gols perdidos”, nova coleção de crônicas de Carlos Fialho. A noitada ainda conta com relançamento do livro de poemas “Das vezes que morri em você”, da jovem autora Regina Azevedo; e reedição do romance “As Dunas Vermelhas”, do experiente Nei Leandro de Castro.
“Queríamos dar esse caráter simbólico aos dez anos do Jovens Escribas reunindo quatro gerações”, disse Carlos Fialho, publicitário, escritor e editor. “Sinto que ao longo nesse período conquistamos muitos leitores. Nosso objetivo é fazer da literatura algo pop, no sentido de popular, e mostrar às pessoas que ler é legal”, emenda Fialho. Ele lembra que o primeiro passo é fazer uma divulgação atraente e moderna, com uma linguagem acessível.
O livro de Fialho é a primeira publicação inteiramente dedicada ao personagem criado em 2002. “Cruvinel…” reúne várias pequenas histórias sobre o figura sem noção que não sabe de futebol e se mete em enrascadas ao tentar mostrar algum conhecimento no esporte para tentar impressionar as garotas – cada crônica se passa durante jogos do Brasil, de 2002 a 2014.
Já “A Grande Pancada”, de Capistrano faz um vôo literário sobre o jazz, personagem central dos 30 textos escritos em várias épocas. Trata-se de um livro sobre o estilo, seus principais expoentes, mais os discos e as músicas que marcaram a relação de Pablo com o gênero. “É uma seleção bem variada, com textos narrativos, outros poéticos e outros com um tom mais ensaístico. Falo sobre alguns álbuns e da minha descoberta tardia do Jazz”.
Professor, escritor e filósofo, Pablo Capistrano destacou que a ideia do livro surgiu ao perceber que “gente muito jovem” estava redescobriram o gênero surgido no final do século 19 no Sul dos Estados Unidos. “Traço uma espécie de linha do tempo, desde Buddy Bolden, inventor da pancada no quarto compasso da marcha (um dos pilares que caracterizam o estilo), até a introdução de instrumentos eletrificados por Miles Davis nos anos 1970”. O escritor aborda desde o nascimento do Jazz, como ele se consolida e se dilui ao ser misturado com samba, o rock e com a música eletrônica.
Reedição
A Intentona Comunista de 1935 serve de cenário para “As Dunas Vermelhas”, de Nei Leandro de Castro. Lançado em 2004 pela finada AS Editora, o livro estava esgotado. “Nei fez questão de dar uma mexida no livro, ele gosta disso”, avisa o editor, Carlos Fialho. Os fatos históricos são respeitados pelo autor e os personagens reais comparecem com seus nomes verdadeiros em meio a tramas de amor, traição, humor e crimes passionais.
O relançamento fica à cargo da jovem poetisa Regina Azevedo, de 14 anos, que traz seu livro de estreia “Das vezes que morri em você”, publicado em novembro de 2013. Regina foi ‘descoberta’ em uma edição do projeto Ação Potiguar de Incentivo à Leitura, desenvolvido nas escolas. “O primeiro contato dela com o Jovens Escribas foi através de Daniel Minchoni e Carito. Logo em seguida fundou um grupo de poesia que hoje conta com mais de 100 adolescentes, passou a pesquisar, ler mais, e de repente ela estava com um livro pronto”, comemora o editor.
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Dez anos do Jovens Escribas, com lançamento coletivo, incluindo “A grande pancada”, de Pablo Capistrano, e “As dunas vermelhas”, de Nei Leandro de Castro; mais show e sarau poético. O evento acontece na Funcarte, a partir das 17h – o acesso é gratuito. Preço dos livros a partir de R$ 30.
