Roberto Lucena
repórter
Após quase três horas de reunião, membros do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito Urbano (CMTTU) não chegaram a um acordo com relação ao possível aumento da tarifa do transporte coletivo em Natal. No encontro realizado na manhã de ontem, dia 16, os membros do CMTTU solicitaram à secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) uma planilha detalhada que justifique a proposição do valor em R$ 2,30. Um novo debate será realizado na próxima quarta-feira, dia 23.
A reunião tinha como objetivo definir o novo valor da tarifa tendo como base os valores confrontados entre a Semob e Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Natal (Seturn). A Semob defende o acréscimo de R$ 0,10 no valor cobrado atualmente enquanto que empresários do setor alegam que, somente para a reposição da inflação referente ao período (23,63%) em que a tarifa permaneceu em vigor, o preço das passagem de ônibus deveriam ser de R$ 2,56.
#SAIBAMAIS#O valor pode ser ainda maior caso a correção leve em conta os valores referentes aos pneus, combustível, manutenção e salários dos rodoviários. Com essas variáveis, o valor da tarifa defendido pelo Seturn passa para R$ 2,78. A Prefeitura não concorda com os valores apontados e estipulou a nova tarifa em R$ 2,30. Para convencer os membros do CMTTU, a titular da Semob, Elequicina dos Santos, apresentou alguns documentos. Mas não foi o bastante.
A imprensa não teve acesso à reunião realizada a portas fechadas. De acordo com Elequicina, o representante do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) não ficou satisfeito e sugeriu que uma nova reunião fosse agendada para que a Semob faça um detalhamento das planilhas apresentadas.
A sugestão do conselheiro foi colocada em votação e, por um voto a mais (6 votaram contra e 7 votaram a favor), o CMTTU vai se reunir na próxima quarta-feira com a promessa de que a Semob vai detalhar as planilhas que apontam o valor de R$ 2,30 para a tarifa do transporte público coletivo.
A titular da Semob rebateu as acusações do Seturn e afirmou que as informações apresentadas podem balizar o discurso. “Ocorre esse debate porque os empresários querem colocar, na planilha de custos, valores referentes a, por exemplo, mudança de frota. Isso não está sendo discutido no momento. Nós defendemos o valor de R$ 2,30, mas como não houve consenso, ganha a população que, por enquanto, continua pagando R$ 2,20”, disse Elequicina.
Na manhã da próxima quarta-feira, 23 de julho, os conselheiros do CMTTU voltam a se reunir para discutir o assunto. O que for decidido será encaminhado ao prefeito Carlos Eduardo. Cabe ao gestor do Executivo decidir qual será o novo valor da tarifa e quando o aumento passará a ser cobrado.
