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Deficit de agentes atrapalha ações

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Três entre os 43 municípios do Rio Grande do Norte que estão com alto risco de epidemia de Dengue – Natal, Macaíba e Parnamirim sofrem com a falta de agentes de endemias para seus programas de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Somados os contingentes, as três cidades possuem 481 servidores no combate à dengue e precisam de pelo menos mais 326.
Carros fumacê são utilizados no combate ao Aedes aegypti
Pelo padrão estabelecido pelo Ministério da Saúde, o município deve ter um agente para grupo de 800 a mil imóveis (casas, estabelecimentos comerciais, prédios públicos, terrenos, etc.). De acordo com dados divulgados pelos municípios no início deste ano, Natal possui 293 mil imóveis, enquanto Parnamirim tem 106 mil e Macaíba 32 mil. Nenhum deles está dentro dos parâmetros do MS.

Segundo o Programa Municipal de Combate à Dengue de Natal, somente a capital tem um déficit de 240 agentes com trabalho exclusivamente voltado para a dengue, além dos 381 que existem atualmente. O dado é do coordenador do Programa Municipal de Combate à Dengue, Lúcio Pereira da Silva. Se considerado porém, um agente para cada mil imóveis, o município já possui mais que o número mínimo de agentes. Porém, no ano passado, os agentes não puderam fazer os ciclos de visita aos imóveis de forma satisfatória.

O trabalho que deveria ter sido feito bimestralmente (seis ciclos por ano) foi realizado apenas “uma vez e meia”. De acordo com eles, falta material de trabalho. “Estava faltando protetor solar, que é um material de proteção. Eles não pode sair sem isso”, explica o coordenador. Ainda de acordo com Lúcio Pereira, o material já foi comprado e o trabalho deve voltar até a próxima semana. Mas também falta fardamento, que está sendo licitado. Atualmente, os servidores trabalham com camisetas improvisadas, cedidas pela Prefeitura de Natal. Neste ano, enquanto não receberem o fardamento, eles usarão coletes.

O Mapa de Vulnerabilidade da Dengue divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) na última segunda-feira (3) mostrou que entre 2012 e 2013, apesar da redução de casos confirmados, o número de óbitos cresceu 30%, passando de 20 em 2012, para 26 em 2013.

Geladeiras abandonadas

No município de Parnamirim, o estofador Adriano da Silva, 45, só lembra de uma visita dos agentes feita no ano passado, ao seu bairro. Morador do Parque do Jiqui, próximo a Nova Parnamirim, ele conta que os agentes foram a um terreno localizado ao lado de sua casa, onde várias geladeiras quebradas foram abandonadas há vários meses. Hoje, os restos dessas máquinas acumulam água da chuva. Segundo ele, apesar da atuação dos agentes e da informação que o entulho seria tirado do local, nada foi feito. “O pessoal da casa aqui ao lado teve dengue ano passado. Acho que foi por isso”, conta.

#SAIBAMAIS#Parte do trabalho dos agentes de Parnamirim também ficou parado em 2013  pela falta de larvicida, cuja quantidade era insuficiente, e fardamento dos servidores. Apesar disso, o coordenador de promoção à Saúde, Moisés Campos, afirma que os problemas já foram resolvidos. “Agora, no início do ano, fizemos um estudo por amostragem que apontou 1,1% de infestação. O aceitável é 1%, então estamos em estado de alerta”, coloca. 

O município conta com 80 agentes, 14 supervisores e 6 servidores que utilizam o UBV (Ultra Baixo Volume), para borrifamento de veneno. Se considerado que cada agente deve cobrir até mil casas, seriam necessários mais 26 servidores, mas o gestor aponta a lei de responsabilidade fiscal como entrave para mais contratações. 

Macaíba
Já o coordenador da Vigilância Ambiental de Macaíba, Rogério Praxedes, solicitou mais 36 agentes, além dos 20 atuais, para combater o avanço da dengue.  Se observado o padrão do Ministério da Saúde, mais de um terço do município estaria descoberto atualmente.

“Precisamos de 21 a mais para o atendimento domiciliar, 4 para reconhecimento geográfico, 2 pra vistorias em pontos estratégicos (o município tem 80, como borracharias, ferro-velho, etc.), 6 para o UBV e 3 para outras doenças. Os agentes deverão ser contratados temporariamente, mas o município poderá fazer um concurso.

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