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Delegados cobram melhor infraestrutura de trabalho

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A criação de uma força-tarefa para investigar execuções poderá diminuir o trabalho realizado pelos delegados distritais que atuam na Grande Natal. Porém, ainda está distante de resolver a crise instalada nas delegacias, sobretudo as do interior. Por causa da superlotação nos presídios, alguns delegados estão com problemas nas maõs: o de encontrar lugar para as pessoas presas em flagrante. O resultado é que os presos superlotam as delegacias. Ontem, na Delegacia de Macau havia oito presos algemados em uma barra de ferro. Em Caicó, 12 presos foram autuados e permaneceram algemados no prédio da delegacia.
Delegada Ana Cláudia Saraiva diz que situação nas delegacias é insustentável pela falta de investimentos
#SAIBAMAIS#Preocupados, delegados de polícia civil de várias partes do Estado estiveram ontem reunidos em uma assembleia para reivindicar mais infraestrutura, condições de trabalho e convocação de pessoal para dar conta da demanda crescente pela investigação de crimes. Atualmente, o Rio Grande do Norte tem um déficit de 187 delegados, tendo em vista que o quadro atual é composto por 163, mas existem 350 vagas aguardando preenchimento.

A reunião com os delegados aconteceu na sede da entidade de classe da categoria, a Associação dos Delegados de Polícia Civil (Adepol). A presidente da associação, Ana Cláudia Saraiva, revelou que a falta de investimentos e a não-convocação de novos agentes de polícia se tornaram um problema insustentável. “Simplesmente não nomeiam os concursados de modo que preencham todas as vagas. O edital é de 2008, o curso de formação acabou em 2010 e não houve nomeação imediata. Eram 68 vagas e só foram nomeados 31 delegados”, disse.

Apesar dessa nomeação, a Adepol questiona o fato de que não houve preenchimento de novos postos, e sim a reposição das vagas deixadas por delegados que morreram ou se aposentaram. “O concurso foi feito para que fizéssemos a interiorização da Polícia Civil. E mesmo onde foram designados delegados, a estrutura disponibilizada muitas vezes é mínima. Temos um projeto de implantar a Polícia Judiciária pelo menos nas 65 comarcas, e isso só será possível com a nomeação de, pelo menos, um delegado por comarca”.

Diante do impasse, o secretário estadual de Segurança, Aldair da Rocha, garantiu que vai convocar 28 agentes de Polícia Civil para minimizar o déficit até a próxima semana. E a médio prazo, em seis meses, está prevista a criação da Divisão de Homicídios. “A Divisão  prevê a convocação de 60 a 70 policiais civis, entre agentes, delegados e escrivães”, garantiu o secretário. 

Pela Portaria 69, publicada no Diário Oficial do Estado de ontem, 22, e que criou a força-tarefa, com prazo de 90 dias, prorrogável, o trabalho desse grupo se encerra quando entrar em operação a Divisão de Homicídios. Integram a  força-tarefa, o Centro de Inteligência da Secretaria de Segurança; o Bope; o Itep, através da Coordenadoria de Criminalista; e a Deicor, da Polícia Civil.

Polícia prende quatro por pistolagem

Quatro pessoas, sendo dois homens e uma mulher na cidade de Pedro Velho e outro suspeito em Piquiri, distrito de Canguaretama, foram presas ontem (22) acusadas de crimes de pistolagem no interior do Rio Grande do Norte. As prisões foram efetuadas pela Polícia Civil dentro da operação “Muralha”.

De acordo com o delegado Normando Feitosa, titular da Delegacia Regional de Nova Cruz e integrante da equipe que participou da ação, os quatro são apontados como responsáveis por pelo menos 20 homicídios ocorridos nas cidades de Parnamirim, São José de Mipibu, Montanhas, Pedro Velho e Canguaretama.

O delegado confirmou que a ação visou prender envolvidos com assassinatos de pessoas que tinham ligação com o crime de tráfico de drogas. “Todos os presos também têm associação com o tráfico de drogas”, afirmou Feitosa.

A Operação Muralha contou com a participação de cinco delegados e quinze agentes de polícia. Segundo o soldado Onildo de Brito, da Polícia Militar de Pedro Velho, a ação começou por volta das 4h.

Os presos na ação batizada de “Muralha” foram identificados como sendo José Carlos Fernandes, vulgo “Pai Carlinhos”, José Hermínio Filho, mais conhecido como “Pipo”, José Edson Peixoto, o “Cabra”, e Maria José da Silva Araújo. Uma quinta pessoa – Gerivaldo Silva da Cruz (Val da Paulista) que, segundo as investigações da Polícia Civil, chefiava o grupo de extermínio no agreste – está foragido.

A quadrilha liderada por ele foi desvendada através de interceptação telefônica, na qual foi apontado também os quatro acusados como integrantes do grupo, além de um adolescente. A rede criminosa envolvia além de homicídios, os crimes de tráfico de drogas e porte ilegal de armas. Val da Paulista já respondeu por tentativa de homicídio no Distrito Federal, por homicídios em São Paulo, Parnamirim e Natal, e crime de tráfico de entorpecentes no Rio Grande do Norte e, segundo depoimentos prestado por testemunhas, está envolvido em dois recentes homicídios, motivado por acerto de contas referente ao tráfico de drogas.

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