sábado, 20 de abril, 2024
28.1 C
Natal
sábado, 20 de abril, 2024

Desafios da hora presente

- Publicidade -

Ticiano Duarte
Escritor

Encerrado o pleito eleitoral, escolhida Dilma Rousseff (PT) para o seu segundo mandato presidencial, um fato novo emerge do calor radical da luta – o país dividido – , Aécio Neves (opositor) obteve mais de cinqüenta e hum milhões de votos, contra a vencedora com apenas uma diferencia mais ou menos de 3,40 por cento. O novo mandato petista tem como desafio inflação em alta e crescimento baixo, próximo de zero e contas publicas no vermelho.

Outra coisa que a presidente tem que decidir de imediato, antes da posse, é a escolha do nome do novo ministro da Fazenda, para recuperar a confiança dos investidores. Nesse conjunto de desafios, no plano nacional, o que sobrará para o Rio Grande do Norte, cujos problemas são os mais graves de toda a sua história político – administrativa? Máquina estatal quebrada e o endividamento do estado superior aos limites de sua capacidade arrecadadora. É preciso muito competência e credibilidade para superar uma crise que tende a crescer, se não forem tomadas medidas enérgicas de contenção de despesas, de enxugamento, um trabalho que exige coragem para negar aos governistas de todas as horas os pedidos e prioridades que deverão entulhar o gabinete de despachos do atual vice-governador, eleito governador domingo último, Robinson Faria.

  O jornalista Clovis Rossi, em sua coluna, na “Folha de São Paulo”, domingo último, disse que “a palavra “mudança”, ganhou a eleição”, antes mesmo da abertura das urnas, sem se conhecer ainda o vencedor. E ganhou com folga e, portando, fora da margem de erro. Ele explica essa verdade incontestável. Os dois candidatos finalistas “erigiram “mudança” como mote central de seus principais slogans”. Aécio Neves por ser de oposição, era natural que falasse em “mudança”, mas, mesmo assim ele fez questão de “explicitá-la no seu slogan.” Dilma Rousseff, candidata da continuidade (que terminou vencedora), “vendeu, no entanto, a idéia de que o governo novo, correspondem idéias novas.”

Clovis Rossi conclui que não foi apenas, um gesto para platéia, de Dilma, seguindo a orientação dos marqueteiros. Foi muito mais “a necessidade de atender ao clamor das ruas.” E o clamor das ruas, no meu entender, pedindo “mudança”, não ficou apenas nos agitados momentos de junho de 2013, creio que ele se soma aos 51 e tantos milhões de votos dados ao candidato Aécio Neves, significando, sem dúvidas, que essa grande parcela de brasileiros, exige melhoria nos serviços públicos, de educação, saúde, mobilidade urbana, segurança e muitas outras coisas, incluindo a reforma política e uma nova legislação que acabe com impunidade, não privilegiando corruptos e corruptores.

O Brasil está dividido e, inclusive, também, o Rio Grande do Norte. Como previu Clovis Rossi – um pouco menos da metade do eleitorado frustrado com a derrota do seu candidato. “A outra metade tende a se frustrar depois, se as reformas não vierem.”                 

Concordo com o articulista quando ele afirma que a democracia, no país, está consolidada. O regime resistiu à morte de um presidente eleito (como foi a tragédia da eleição de Tancredo Neves), na véspera da posse. Resistiu ao impeachment de Fernando Collor, eleito diretamente, “depois de 29 anos”. Uma democracia, indubitavelmente, firme, mas, que reclama aperfeiçoamento, melhor qualidade. E com melhor qualidade é possível encontrar os caminhos de desenvolvimento e progresso, da ética e convivência civilizada entre os contrários.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas