sexta-feira, 19 de abril, 2024
31.1 C
Natal
sexta-feira, 19 de abril, 2024

Desperdício não é combatido

- Publicidade -

O desperdício na Ceasa-RN poderia ser reduzido a números  insignificantes – ou até mesmo deixar de existir – caso os permissionários que compõem a estrutura do local aderissem a um programa que existe há exato onze anos. O “Mesa da Solidariedade”, criado em julho de 2003, tem a missão de sensibilizar e mobilizar empresários e permissionários sobre os desperdícios de produtos alimentícios. Atualmente, menos de 10% dos empresários participam do programa.

A Ceasa-RN possui 430 empresários e permissionários. De acordo com a coordenação do “Mesa da Solidariedade”, apenas 40 contribuem com a iniciativa. A execução do programa é simples e é articulada pela secretaria de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (Sape). Diariamente, colaboradores do programa visitam os quiosques dos parceiros e recolhem gratuitamente o material que seria jogado no lixo.
Na Ceasa/RN, os empresários já estão habituados a jogar os produtos sem valor comercial (mas ainda nutritivos) no lixo. ‘Mesa Solidária’ não tem muita adesão
As frutas, verduras e legumes são levados para a sede do programa – dentro da própria Ceasa-RN – onde há uma triagem do que vai ser entregue à população. “Aqui, nós fazemos a limpeza dos produtos e verificamos se é possível fazer a doação. Conseguimos arrecadar todo tipo de fruta e verdura. Dependendo da época do ano, há uma variação nos produtos”, explica o coordenador do programa, Veridiano Leocádio.

Depois de separados e limpos, os gêneros alimentícios são organizados em kits com aproximadamente 10 quilos. Os “sacolões” são entregues a pessoas e entidades cadastradas antecipadamente. Cada pessoa ou entidade recebe a doação uma vez por mês. Hoje, 1.110 famílias e 35 entidades recebem as doações. “Se tivéssemos mais parceiros, esse números seria maior e o desperdício seria quase zero”, garante Veridiano.

Mas mudar a realidade é difícil. Segundo José Adécio Filho, diretor da Ceasa-RN, muitos empresários já estão habituados a jogar os produtos “estragados” no lixo. “Infelizmente acontece isso. Para o permissionário, parece ser mais fácil jogar o alimento no lixo do que doar para a coleta”, diz. O diretor lamenta o fato de a maioria dos permissionários não aderirem ao programa. “Queremos ajudar outras instituições, mas não conseguimos devido a essa adesão existente atualmente”, coloca.

O desempregado Cosme Régis não é cadastrado no programa, mas, mesmo assim, consegue recolher alimentos que seriam jogados no lixo. Diferente dele, a dona de casa Francicleide Alexandria, 39 anos, vai, uma vez por mês, receber um sacolão. Ela é cadastrada na “Mesa da Solidariedade” há muitos anos. Moradora do bairro Planalto, ela relata que o kit ajuda bastante dentro de casa. “O kit dura uma semana, no máximo. Ajuda bastante. Queria receber mais vezes no mês, infelizmente é apenas uma vez”, diz. 

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas