A Assembleia Legislativa realizou, na tarde de ontem, o I Fórum sobre lixo eletrônico no Rio Grande do Norte. As inovações tecnológicas fazem com que os computadores fiquem obsoletos cada vez mais rápido e o descarte da sucata eletrônica – monitores, teclados, mouses, placas, transistores, baterias – ainda é incerto e confuso. Os próprios órgãos públicos ligados à limpeza urbana e ao meio ambiente ainda não sabem muito bem como proceder. “Entre os países emergentes, o Brasil é o que gera mais lixo eletrônico. Temos de começar a pensar em soluções para evitar uma maior degradação do meio ambiente”, disse o presidente da AL, deputado Ricardo Motta.
Durante o evento, o secretário de informática da Assembleia Legislativa, Adriano Motta, ministrou a palestra “E-lixo: reciclar para alcançar um futuro sustentável” e citou casos de doenças geradas pela contaminação do ar e do solo por materiais pesados. “O chumbo afeta o sistema nervoso, os rins, o sistema reprodutivo e está presente nos semi condutores”, disse. “É preciso criar um fórum permanente para debatermos esse assunto que tanto preocupa a sociedade”, completou.
O promotor de Justiça do Meio Ambiente do Estado, João batista Machado, também participou da solenidade. Ele disse que a fiscalização sobre o assunto ainda é pequena, mas deve mudar com a obediência a nova Lei 12.305, de agosto de 2010. “A punição existe, mas falta fiscalização. O RN ainda engatinha nesse quesito. Precisamos melhorar. Estamos seguindo a linha do consumismo do que nos é imposto, principalmente pelas grandes empresas. Mas pelo princípio da responsabilidade compartilhada, quem vai pagar a conta somos todos nós. A dúvida é sobre quem vai cobrá-la e como é que isso vai ser dividido. Esta é uma grande dúvida, mas o tema é bastante atual, preocupante e nos remete a uma reflexão sobre o que pretendemos no nosso futuro”, disse.
