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Diante do jogo

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Woden Madruga [ [email protected] ]

Um dia e tanto para testar os nervos esta sexta-feira, 4, consagrado a Santa Isabel de Portugal, não muito celebrada por estas paróquias daqui, deste outro lado do Mar Português que o poeta cantou “Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal”. Bom, a nau portuguesa já retornou ao velho Tejo (“Valeu a pena? Tudo vale a pena/ Se a alma não é pequena./ Quem quer passar além do Bojador/ Tem que passar além da dor”). O nosso problema agora é com o sal de outros mares. Sal do Caribe e do Pacífico. Acho que o Brasil  tem muito mais chances de sair bem desse confronto com a Colômbia, até com dois gols de vantagem. Historicamente somos melhores. E se dermos  uma passada por estas páginas, o futebol colombiano começou a tomar  jeito, graças ao toque de bola dos brasileiros que, lá atrás, coisa de 60 anos, foram jogar num time de Barranquilha (a mesma cidade onde Gabriel García Marquez – que gostava muito de futebol – viveu a infância, a juventude e ingressou no jornalismo). Entre esses jogadores, havia um natalense da Rua da Estrela, terreiros da Vila Lustosa.

Pois é, um natalense, chamado Demóstenes (Demóstenes César Silva, como está registrado no cartório), meia esquerda, que jogou aqui no América e no ABC, faz parte da história do futebol colombiano. Jogou lá por muitos anos, depois de ter atuado no Botafogo, do Rio de Janeiro, década de 40, começo de 50. Foi aí quando alguns jogadores cariocas foram contratados por um clube de Barranquilha, a maioria de botafoguenses, entre eles o galã Heleno de Freitas, centefor, que recebia a bola, lá na frente, passada pelo meia Demóstenes. Heleno de Freitas voltou para o Rio, outros jogadores – como Geninho – também voltaram, mas o natalense Demóstenes,  ficou por lá. Depois se mandou e foi morar na Venezuela.

Quem poderia contar melhor essa história é o nosso querido Everaldo Lopes. Demóstenes está no seu livro, Da Bola de Pito ao Apito Final, publicado em 2006, onde a memória do futebol do Rio Grande do Norte ficou preservada. Everaldo chegou a entrevistar Demóstenes quando o craque  voltou a Natal em 2003, tentando fixar residência (aqui no  Barro Vermelho) outra vez na terra onde nasceu. Demorou pouco. Voltou para a Venezuela.

Demóstenes tinha um irmão que também era craque. Não no futebol, mas sim no trombone: o grande Leléu. Músico e cortador (açougueiro) de carne  verde  no velho Mercado da Cidade Alta. Morreu tragicamente num carnaval, atropelado por um carro, quando puxava com o seu trombone um bloco carnavalesco que passava pelo Baldo

Precisamos – e vamos – vencer a Colômbia para continuarmos nessa navegação além do Bojador, onde estão acampados holandeses, argentinos, franceses, alemães e até costa-riquenhos. A lua hoje começa a sua fase de quarto crescente. É olhar para céu e acreditar, gente!

De política
De Dora Kramer, em sua coluna do Estadão, de ontem, com o título “Senhor da razão”:

– O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse ontem eu a presidente Dilma Rousseff escolherá o substituto de Joaquim Barbosa no “momento certo”.

– Tendo em vista a imprevisibilidade do resultado da eleição, é complicada a decisão sobre qual seria esse momento. Em tese a presidente não tem, como alega o ministro, o tempo que “for necessário”.

– Se deixar pra depois e for derrotada ou o PT perde a chance de nomear mais um ministro do STF ou Dilma fará uma nomeação sem legitimidade para tal. Caso ganhe, aí sim será senhora do tempo.

Chuva
Chuvas pelo Agreste, pelo Litoral Leste, pelo Litoral Norte: Pureza, 30 milímetros; São Bento do Norte, 25; Maxaranguape, 22; Parazinho, 20; Canguaretama, 17; Natal e Porto do Mangue, 15; Jandaíra, 14; Nísia Floresta, 12. Georgino Avelino e Baía Formosa, 8.

Ivan Junqueira
Morreu ontem, no Rio de Janeiro, o poeta, jornalista, escritor e tradutor Ivan Junqueira. Tinha 79 anos e 50 de Poeta. Era da Academia Brasileira de Letras, onde ocupava a cadeira 37, que pertencera a João Cabral de Melo Neto, a quem ele sucedeu, eleito em 2000.

Publicou mais de 30 livros, entre Poesia, Ensaios e Tradução. Traduziu  Baudelaire, T.S. Eliot, Chesterton, Proust e Marguerite Yourcenar. Foi crítico literário em vários jornais (Tribuna de Imprensa, Correio da Manhã, JB, Globo). Alguns de seus livros foram traduzidos para o francês, inglês, espanhol, italiano, russo e até para o chinês.

Em novembro do ano passado, Ivan Junqueira foi um dos palestrantes do Festival Literário de Natal. Falou sobre o tema “A Poesia Brasileira Contemporânea” dividindo a mesa com Marize Castro.

Ponte
Agora, pelas ruas e vielas chegando à mídia exuberante, só se fala na construção de uma nova ponte sobre o Rio Potengi, ligando a “Cidade Velha” à zona Norte. Percebe-se um certo orgulho nos nativos. A cidade poderá se transformar na “nova Veneza nordestina”, emparelhando quase com Recife.
É o legado do legado do legado da Copa.

Aparição eleitoral
Propaganda oficial, inauguração de obras e coisas que tais estarão proibidas a partir de domingo que vem, 6. É o que determina a Lei Eleitoral. Mestre Gaspar, enrolado com a bandeira do Brasil, perguntava, ontem:
– Sendo governadora, mas não sendo candidata, a doutora Rosalba Ciarline pode inaugurar alguma coisa? Pode aparecer na tv para anunciar a terceira fatia do 13º? Pode acompanhar procissão de padroeiro e padroeira?

Aperitivo
Antes de Brasil e Colômbia, marcado para as 17 horas, veremos França e Alemanha, às 13. Me deu uma saudade danada de De Gaulle.

Paraty
Faltando 28 dias para o começo da Festa Literária Internacional de Paraty, já foram vendidos todos os ingressos para as Tendas dos Autores. A Flip começa no dia 30 deste mês e o grande homenageado deste ano é Millôr Fernandes.

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