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Dilma e Serra estão em empate técnico, com Ciro na disputa

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São Paulo (AE) – A oito meses da eleição presidencial, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), encontram-se em situação de empate técnico, segundo pesquisa Sensus, divulgada ontem pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). O levantamento, que tem margem de erro de três pontos para mais ou para menos, mostra o tucano com 33,2% das intenções de voto, contra 27,8% da petista. Esse cenário, entretanto, ainda depende da entrada do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) na disputa. Na pesquisa, ele aparece com 11,9%, seguido da pré-candidata do PV, a senadora Marina Silva (AC), que tem 6,8%.

Dilma Rousseff amplia os percentuais de intenção de votosEmpenhada desde a virada do ano em comandar uma extensa agenda de pré-campanha, Dilma aproximou-se de Serra depois de ganhar 6,1 pontos, na comparação com o levantamento anterior, feito em novembro. Na época, Dilma tinha 21,7%. Já o tucano, que saiu de 31,8%, oscilou 1,4 ponto para cima. Dilma ultrapassou Serra, por exemplo, na região Nordeste, reduto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Teve 38% das intenções de voto, contra 25,4% do tucano. Na pesquisa anterior, a performance da ministra na região era bem diferente – ela tinha 29,5%, enquanto o tucano, 30,7%. Dilma cresceu também no Estado comandado por Serra. Foi de 17,4% para 22,7%. Serra mantém-se na dianteira no Sudeste, oscilando de 34,4% para 34,7%.

Afastado da mídia desde o final do ano passado, depois de esticar as férias de fim de ano, Ciro perdeu espaço, apesar de ainda aparecer como fator determinante para estreitar a distância entre Serra e Dilma. Em novembro, o deputado do PSB contava 17,5% das intenções de voto e Marina tinha 5,9%. Dilma e Serra também aparecem tecnicamente empatados na pesquisa espontânea. Mas, pela primeira vez, a petista aparece na frente do tucano em números absolutos. Lula continua liderando a lista, com 18,7% das intenções de voto. Dilma fica com 9,5%, enquanto Serra segue com 9,3%. O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), que já se retirou da corrida, tem 2,1%, Marina tem 1,6% e Ciro, 1,2%.

O empate técnico entre Dilma e Serra desaparece quando Ciro sai da disputa. No cenário traçado sem a candidatura do deputado, a diferença entre o tucano e a petista passa a ser de 12,2 pontos. Serra vai a 40,7%, enquanto Dilma aparece com 28,5% e Marina com 9,5%.  Dizendo trabalhar por uma eleição plebiscitária, o Palácio do Planalto se lançou há meses em uma operação para tentar tirar Ciro da corrida, mas ainda não obteve resposta do PSB. Lula prefere ver o deputado candidato ao governo de São Paulo.

Pelo levantamento, Serra ainda lidera a preferência do eleitorado caso a disputa vá ao segundo turno. No primeiro cenário, o tucano vence Dilma por 44% a 37,1%. Em novembro, o tucano tinha 46,8% e a petista registrava 28,2%. No caso de um segundo turno entre Serra e Ciro, o tucano venceria por 47,6% a 26,7%.

Para essa levantamento da CNT-Sensus, os questionários foram aplicados nos dias 25 a 29 de janeiro.  A pesquisa está registrada com o nº 1570/2010, no TSE,

Presidente vai pedir engajamento

Brasília (AE) – O crescimento das intenções de voto na ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff – revelada pela pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem – animou ainda mais o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a pedir apoio do deputado Ciro Gomes (PSB-PE) à pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto. Na conversa que terá com Ciro, nos próximos dias, Lula pretende ir além: vai dizer ao ex-ministro da Integração que quer não apenas o aval, mas a participação efetiva dele em atividades da campanha de Dilma.

Embora a pesquisa indique que o governador de São Paulo, José Serra – provável candidato do PSDB à sucessão de Lula -, pode vencer a eleição no primeiro turno caso Ciro saia do páreo presidencial -, o Planalto e a cúpula do PT avaliam que esse cenário não se sustenta. Petistas lembram, ainda, que em qualquer situação a distância entre Dilma e Serra está caindo.

“A gente tem que continuar trabalhando para a popularidade subir ainda mais”, comentou Lula, ao analisar os dados do levantamento na tela do computador, em seu gabinete. “De qualquer forma, Serra já está vendo a Dilma pelo retrovisor”, brincou o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP).

Ao lado da ministra, Lula não escondeu a satisfação com os resultados da sondagem, na qual a chefe da Casa Civil aparece com 27,8% das preferências e o governador de São Paulo com 33,2%

“Olha, Dilma, tudo está melhorando para nós”, insistiu o presidente. Feita com 2 mil eleitores entre os dias 25 e 29 de janeiro, a pesquisa mostrou que a aprovação do governo atingiu 71,4% em janeiro – era de 70% em novembro. Já o desempenho pessoal de Lula subiu de 78,9% para 81,7%.

Para o comando da campanha petista, os votos de Ciro tendem a migrar para Dilma, com o tempo, porque Lula é o maior cabo eleitoral da ministra. Mais: o presidente já deixou claro que quer uma eleição plebiscitária, com um palanque único do projeto governista.

“O resultado desse levantamento reforça a ideia da disputa polarizada”, afirmou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. “Não vamos pôr salto alto, mas tudo indica que a eleição não vai ser aquele passeio que o PSDB e o DEM imaginavam”, emendou o presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, que tomará posse neste mês.

Na prática, os números da pesquisa deram ainda mais argumentos para Lula pedir a Ciro que desista da disputa ao Planalto e concorra à sucessão de Serra, em São Paulo. A estratégia tem o objetivo de garantir palanque para Dilma no maior colégio eleitoral do País e de elevar o tom da artilharia contra Serra, com Ciro na linha de frente.

Mesmo se o ex-ministro não aceitar entrar na corrida em São Paulo, Lula está convencido de que ele abrirá mão da sucessão ao Planalto e participará da campanha de Dilma. O staff petista quer que Ciro acompanhe a chefe da Casa Civil até mesmo em viagens, principalmente no Ceará – Estado que ele já governou e onde construiu sua carreira política – e grave mensagem de apoio à candidata na propaganda eleitoral.

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