terça-feira, 23 de abril, 2024
31.1 C
Natal
terça-feira, 23 de abril, 2024

Dilma Rousseff afirma ter ficado estarrecida com o FMI

- Publicidade -

Brasília (AE) – A presidente Dilma Rousseff afirmou, em discurso durante reunião do diretório nacional do PDT, que ficou “estarrecida” com o trecho do relatório de previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) que cita o Brasil e prometeu que vai trabalhar para que o País volte a crescer.
Dilma Rousseff participa do encontro do diretório nacional do PDT e elogia Ciro Gomes
No texto divulgado esta semana, o FMI cita a “continuidade da situação crítica” no Brasil como um dos três principais fatores que explicam as dificuldades pelas quais passam a economia mundial. Segundo a entidade, a crise brasileira é ocasionada por dois motivos: a duração da instabilidade política e as investigações dos atos de corrupção na Petrobras.

Dilma Rousseff, porém, disse não concordar com as previsões do órgão e afirmou ter certeza de que vai conseguir “estabilizar politicamente o País”. “Vamos assegurar a tranquilidade para o País voltar a crescer. Vamos voltar a desenvolver esse País”, afirmou.

A presidente prometeu que o governo vai voltar a gerar emprego e renda e que os investidores estrangeiros vão recuperar a confiança no País. Para ela, isso será possível porque o País tem fundamentos econômicos sólidos.

Impedimento
Em um gesto pouco usual, Dilma resolveu fazer um afago ao seu antigo partido aceitou participar da reunião do diretório nacional do PDT. O partido transformou o encontro num ato contra o impeachment da petista.

Em seu discurso, a presidente voltou a afirmar que não há motivos para ela ser afastada do cargo e a classificar a iniciativa como “golpe”. “O governo não pode ser objeto de golpe por razões que chamam de políticas, mas não são. Não há nenhuma base para o impeachment e eles sabem disso e não ligam. Eles não gostam de ser chamados de golpistas, mas são”, disse.

A petista também voltou a fazer menções veladas ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável pela abertura do processo de impeachment em dezembro e investigado na Operação Lava Jato. “Não tenho acusação de uso do dinheiro público, não tenho contas no exterior. Tenho vida absolutamente ilibada e honro meus companheiros”, afirmou.

Durante a sua fala, Dilma fez ainda uma homenagem ao ex-governador Leonel Brizola e lembrou que incluiu recentemente o nome do fundador do PDT no livro dos Heróis da Pátria. Morto em 2004, Brizola completaria 94 anos ontem.

Enquanto participava do ato, a presidente ouviu da plateia gritos de “volta para casa” e “vem, Dilma”. Mulheres da legenda vestiam camisetas com o rosto estilizado da presidente, que agradeceu o apoio, afirmou que sentia estar entre “amigos” e pediu “sugestões” dos antigos correligionários para o governo.

Lava Jato. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Dilma afirmou que “há pontos fora da curva” na Operação Lava Jato e “que têm de ser colocados dentro da curva”.

Dilma considerou que “há coisas que não acha corretas” na Lava Jato, como vazamentos de trechos das delações premiadas, e que é “impossível” alguém ser questionado na base do “diz que me diz.”. “Isso que não dá certo. Isso é o mínimo que a gente espera, que quando falarem uma coisa que forem perguntar para uma pessoa, que provem. Porque depois não é verdade e tá lascado, né?”

Ainda assim, Dilma defendeu as investigações do esquema de corrupção da Petrobras. “Nós não somos a favor de impedir a investigação”, disse a presidente.

PDT referenda posição contra o impeachment

Brasília (AE) – O diretório nacional do PDT aprovou por unanimidade, ontem, posicionamento contrário ao impeachment da presidente Dilma Rousseff e a favor do afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). As questões já tinham sido aprovadas pela executiva nacional da sigla em 2015, mas precisavam ser referendadas pelo diretório para ter validade política.

O diretório aprovou os posicionamentos em reunião que deve contar com a participação da presidente Dilma Rousseff. Dilma deverá participar de ato em homenagem ao ex-governador Leonel Brizola, fundador do PDT, partido ao qual a presidente foi filiada antes de entrar no PT. Morto em 2004, Brizola completaria 94 anos hoje.

Durante a reunião, o diretório nacional também referendou posição a favor de candidatura própria do PDT à Presidência da República em 2018. Logo após a aprovação, membros do partido puxaram coro a favor da candidatura do ex-ministro da Integração Nacional do governo Lula Ciro Gomes. “Brasil para frente, Ciro presidente”, gritavam.

Em discurso, o ex-ministro cearense afirmou que não entrou no partido só para ser candidato. Ponderou, contudo, que aceita “qualquer tarefa que o PDT entenda que esteja à altura de enfrentar”. Ciro deve seguir em giro pelo Brasil, nos próximos meses, para tentar viabilizar sua candidatura à Presidência da República daqui a três anos.

Apesar de se dizer contra o impeachment de Dilma, Ciro não poupou críticas à política econômica atual. Segundo o dirigente, o governo se desconstruiu muito rapidamente com a “negação do compromisso que lhe dera vitória eleitoral”, nomeando para pilotar a economia brasileira o ex-ministro Joaquim Levy.

Como mostrou na quinta-feira o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse que tem procurado dirigentes do PT em busca de apoio à candidatura de Ciro. De acordo com Lupi, petistas têm recebido com “muita simpatia” o nome do ex-ministro.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas