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Dilma Rousseff faz campanha em Minas

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Pré-candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff visita o Colégio Estadual Milton Campos, onde estudouBelo Horizonte (AE) – A discussão em torno do ex-presidente mineiro Tancredo Neves, homenageado ontem por Dilma Rousseff, serviu como pano de fundo da disposição da campanha presidencial do PT de vincular a pré-candidata às suas raízes. Embora tenha nascido em Belo Horizonte, a ex-ministra fez carreira política no Rio Grande do Sul. Ontem, acompanhada dos pré-candidatos petistas ao governo mineiro, Patrus Ananias e Fernando Pimentel, ela visitou pela manhã o Colégio Estadual Milton Campos, conhecido como Estadual Central, na região sul da capital mineira, onde estudou e ainda jovem iniciou sua militância de combate ao regime militar. Dilma lembrou os tempos de “efervescência” da escola pública, uma das mais conceituadas da cidade nos anos 1960.

Na entrevista à emissora de rádio, Dilma falou sobre a infância e da relação afetiva com Minas, mas sem deixar de lado a experiência vivida no sul. Segundo ela, os dois estados possuem “tradição libertária”. “Muitas vezes eu já me peguei falando: Barbaridade, uai”, disse. “Às vezes eu falo tu, ocê”.

“Amor”

Descontraída, a pré-candidata não se incomodou quando foi perguntada se estava namorando. “Infelizmente eu não estou namorando. Eu acho que as pessoas devem namorar, devem se apaixonar”, respondeu. Um dos entrevistadores questionou sobre reajustes para os aposentados. Depois de discorrer sobre as propostas e aumentos concedidos pelo atual governo, Dilma, de 62 anos, brincou dizendo que está “celeremente indo para a terceira idade”.

Na sede Fiemg, a ex-ministra foi tratada como “meu amor” e “amor do Brasil” pelo vice-presidente da República, José Alencar (PRB), que listou motivos para que ela seja eleita. Disse que Dilma trabalhava mais do que todos os ministros e era uma espécie de “superintendente” do governo. “O Lula era o dono, mas a superintendente era a Dilma”, disse, arrancando risos na plateia. “Tem mais uma razão, porque Dilma é mineira uai”, acrescentou.

Palanque único

Ontem, Alencar reiterou a disposição de concorrer ao Senado. “Eu falei para o presidente Lula que ele me tirou do Senado e que vai ter que me devolver o Senado”, disse. Dilma, por sua vez, voltou a defender aliança PT-PMDB e só um palanque no Estado. “Acho que nós estamos numa fase de construir os caminhos. Não está claro ainda em que tempo nós vamos obter isso, mas eu sempre sou uma pessoa otimista. Eu acho que nós vamos chegar lá com um palanque único”, disse.

Durante evento na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a ex-ministra foi cobrada ontem sobre a falta de investimentos para a ampliação do metrô de Belo Horizonte. “Para nós, ministra, há muitos anos é uma demanda importantíssima para Minas”, reclamou o presidente da Fiemg, Robson Braga de Andrade no encerramento da solenidade. “O metrô de Belo Horizonte tem tido poucos recursos e a gente tem recebido realmente pouco apoio do governo federal”. Antes, ao conceder entrevista à rádio Itatiaia, Dilma já havia sido questionada sobre o assunto. Ela observou que os investimentos para construção e ampliação dos trens urbanos estão previstos na segunda etapa do PAC.

Oposição critica homenagem de petista a Tancredo Neves

Brasília (AE) – O PSDB, o DEM e o PPS divulgaram ontem nota conjunta criticando a homenagem “tardia e mal explicada” da candidata petista a presidente, Dilma Rousseff, ao ex-presidente Tancredo Neves. Para a oposição, a candidata petista chegou 25 anos atrasada ao túmulo de Tancredo, em São João Del Rei, onde depositou flores, ontem. Dirigentes das três legendas fizeram questão de lembrar, na nota, que o partido ao qual Dilma aderiu recentemente é o mesmo PT que negou apoio a Tancredo e ao pacto da transição democrática. “Em um erro intransigente, o PT expulsou seus deputados que votaram em Tancredo no Colégio Eleitoral”, diz a nota, destacando em seguida que, “em uma das lamentáveis bravatas oposicionistas”, o presidente Lula desprezou a proposta de diálogo entre trabalhadores e empresários formulada por Tancredo.

A oposição cobra o fato de o PT, Dilma e Lula, “com a arrogância habitual” jamais terem se retratado. Lembra, também que não houve retratação da negativa de apoio a “outro mineiro”, o ex-presidente Itamar Franco, quando este foi “resgatar a democracia brasileira dos descaminhos de Collor de Mello, hoje aliado de Lula e Dilma”.

PSDB, DEM e PPS acusam a petista de “encenar” a homenagem durante a pré-campanha em Minas Gerais, por “oportunismo”. Assinam a nota, os presidentes do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE); do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ) e do PPS, Roberto Freire.

A pré-candidata petista Dilma Rousseff rebateu a nota divulgada pelos partidos oposicionistas. “Podemos perfeitamente ser do PT e respeitar Tancredo Neves, até porque hoje ele é um patrimônio do Brasil”, afirmou, após uma palestra na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

Visita ao túmulo

Após depositar flores no túmulo de Tancredo Neves, em São João Del Rei (MG), a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse na terça-feira (6) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou, “na prática” o sonho do ex-presidente eleito, avô do tucano e ex-governador de Minas, Aécio Neves. Homenageada pela Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), Dilma iniciou e terminou sua longa palestra citando Tancredo, a quem chamou de “grande conterrâneo”.

Ao ressaltar a necessidade de o País crescer com distribuição de renda, a ex-ministra da Casa Civil destacou que Tancredo foi sempre sensível à situação do povo brasileiro e leu uma declaração do ex-presidente: “Enganam-se os que imaginam possível levantar uma nação rica e poderosa sobre os ombros de um povo explorado, doente, marginalizado e triste. Uma nação só crescerá quando crescer em cada um de seus cidadãos”.

Votos de Aécio

Belo Horizonte (AE) – A pré-candidata à Presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, procurou ontem, em visita a Belo Horizonte, aprofundar sua origem mineira e disse que é possível que ocorra novamente no segundo colégio eleitoral do País um fenômeno como o “Lulécio”, o voto simultâneo em Lula para presidente e Aécio Neves (PSDB) para governador, que marcou as eleições de 2006 no Estado. Um dia depois de depositar flores no túmulo Tancredo Neves, Dilma elogiou o ex-governador mineiro e neto do ex-presidente eleito, afirmando que Aécio foi “exemplar” na relação com o governo Lula.

Em entrevista à rádio Itatiaia, a pré-candidata petista admitiu a hipótese de o eleitorado mineiro optar por um movimento já batizado de “Dilmasia”, votando nos candidatos apoiados por Lula, no plano federal, e Aécio no plano estadual – no caso o atual governador e pré-candidato do PSDB na sucessão estadual, Antonio Anastasia.

“A gente não escolhe a forma pela qual o povo monta as alianças. É possível que ocorra, como houve o Lulécio, uma Dilmasia ou, eu acho até melhor uma inversão. Dilmasia é meio esquisito”, disse, sugerindo “‘Anastadilma’ ou qualquer coisa assim”.

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