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Diógenes, o ‘flâneur’

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Woden Madruga [ [email protected] ]

No meio da tarde de quinta-feira, 28, dia consagrado a Santo Agostinho de Hipona (“O mundo é um livro, e quem fica sentado em casa vê somente uma página”), cai na minha bacia das almas um imeio (ou ‘emeio’ como gosta de falar Manelito Dantas) de Diógenes da Cunha Lima, que continua suas andanças pelo Canadá, baseado na cidade de Vancouver, temporada prevista de 90 dias. Cara de muita sorte, o poeta. Além de curtir as belezas de Vancouver (que está entre as 10 melhores cidades do mundo para se viver), Diógenes consegue se livrar dos programas eleitorais (incluindo debates de candidatos) exibidos na televisão brasileira. E assim sendo, o poeta (às vezes, advogado) vai seguindo o ensinamento de Agostinho (“Não basta fazer coisas boas – é preciso fazê-las bem”) passando as páginas do livro do mundo, como se percebe no seu escrito, que transcrevo por inteiro:

“Woden, meu querido,

Vancouver tem sensíveis belezas, montanhas povoadas por ursos brabos e outros bichos mansos. O rio Fraser, com salmões dourados, ditos selvagens; o Pacífico, parques e jardins com flores encantadoras. Mesmo com tanta coisa maravilhosa, ainda assim se vê misérias: drogados caídos nas ruas.

Penso e desejo que o desencanto social e político brasileiro diminua com o governo eleito. Que o Judiciário estabeleça o controle para a limpeza ética. Enquanto isso, fico sabendo de questões jurídicas do Canadá. Foi levada à Suprema Corte decidir sobre Eutanásia, o direito de morrer com dignidade (Iaperi me disse que Januário Cicco escreve sobre isso). Também lá se discute o ‘jus soli’, o direito de cidadania dos nascidos no país, substituído pelo ‘jus sanguinis’, cidadania pelo vínculo de sangue, descendência.

Lembre-se do nosso Mestre Américo de Oliveira Costa. Acontece que casais vem para aqui fazer “pontaria” para terem filhos canadenses. A marijuana é legal com a receita médica. Contaram-me que há alegrias. Uma velha senhora feliz da vida com a receita contra a artrite. Tenho lido muito. Tento sorver em inglês a autobiografia de Chesterton que há muito tempo Sanderson me recomendou. Encontro coisas como: “O mundo nunca sofrerá por falta de maravilhas, mas apenas com a falta de capacidade para si maravilhar”.

Você tem sabido fazer isto.

Um abração,

Diógenes

P.S.: Domingo me senti feliz, pensando ser igualzinho ao escritor amigo Paulo Balá.”

Do Ibope
Nos quatro cantos do Estado não se fala noutra coisa: a pesquisa do Ibope mostrando Henrique Eduardo chegando nos 40 pontos e colocando 12 de vantagem sobre Robinson. Tem também o empate técnico na disputa para  Senado: Wilma de Faria (PSB),  35% das intenções de voto, Fátima (PT), 34%.

Henrique Eduardo está em primeiro lugar desde as primeiras pesquisas, três meses atrás. Já chegou a 17 pontos. Agora corre ao redor dos 13 aos 15 pontos, valendo os tais dois pontos pra cima ou pra baixo como rezam os catecismos dos institutos de pesquisas.

O número de indecisos, brancos e nulos continua alto (27%) e  não se encontra muita explicação até porque a campanha já passa dos dois meses, faltando apenas 40 dias para o seu término.

Henrique está com 40% das intenções de voto, Robinson Faria, 28% e a soma dos outros candidatos, 5%.

Dos votos úteis
O Rio Grande do Norte tem hoje, em números redondos, 2 milhões e 300 mil eleitores, segundo o último levantamento do TRE. Eliminando desse total os votos dos indecisos (10%), brancos e nulos (17%), que aparecem na pesquisa do Ibope, o eleitorado de votos úteis desceria para um 1 milhão e 700 mil eleitores.

Foi a partir desse número que a galera (maloca) do Cova da Onça suspendeu as partidas de dominó e gamão, da tarde de ontem, para fazer as contas eleitorais. Prevalecendo os números da pesquisa do Ibope, se a eleição fosse hoje, Henrique Eduardo teria coisa ao redor de 700 mil votos, Robson Faria, 380 e os nanicos somando uns 100 mil votos.

A maioria de Henrique sobre Robson seria em torno de 300 mil votos, nas contas do pessoal da Tavares de Lira, baseado (eles fazem questão de dizer) nos números do Ibope e do TRE.

Escola Doméstica
Na programação dos 100 anos da Escola Doméstica, organizada pela Associação das Ex-Alunas, hoje à noite, a partir das 20, tem o jantar nos jardins da Escola, seguido do Baile Azul e Branco. Amanhã, domingo, almoço na “Casa de Campo”, com festa sendo esticada pelo “carnaval fora de época da ED”.

Educação a distância
As professoras Rosana Alves Vilar e Janete Castro vão representar a UFRN num congresso internacional sobre Educação a Distância, que se realizará, a partir de segunda-feira (1º de setembro), na cidade de Granada, na Espanha.
Elas vão apresentar a experiência inovadora da UFRN no âmbito da Educação a Distância para gestores do SUS, compreendendo ainda a área de gestão de trabalho e da educação na saúde.

Das arribaçãs
De Santana do Matos nos chega a informação de que o pessoal que mora por aquelas veredas, onde passam as linhas de transmissão de energia dos parques eólicos, está enchendo o bisaco e  engordando a mesa com centenas e centenas de arribaçãs, que morrem após baterem na fiação. Sem disparar um tiro sequer da espingarda, o caboco, espreitando por perto das torres, aguarda apenas o baque das bichinhas, vindas lá do alto.
Almoços e ajantarados reforçados. Os mais afoitos saem pelos caminhos vendendo os avoetes. Que é proibido e leva o “caçador” à cadeia. Mas as torres das eólicas, causadoras do morticínio, não sofrem punição nenhuma.

Do Sertão
Hoje acontece a XII Jornada Cultural do Museu do Sertão,  criação do professor Benedito Vasconcelos, que aniversaria nesta data. Logo cedo, às 7h30, será celebrada missa de Ação de Graças. Segue o dia inteiro de festividades, incluindo almoço de mesa farta bem sertaneja.

O Museu do Sertão está instalado na Fazenda Rancho Verde, arredores de Mossoró (estrada de Alagoinha).

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