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Diversificação para crescer

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Ter uma matriz energética diversificada é meta em nível internacional, enfatiza o presidente do Cerne, Jean-Paul Prates, uma vez que a dependência de fonte única de energia gera o risco de desabastecimento ou crises econômicas – a exemplo do petróleo em 1973. De acordo com estimativas da Aneel, o consumo de energia no país deve dobrar até 2030, o que torna imperioso investimentos e pesquisas em novas fontes e tecnologias.  .

Nessa busca, até bem pouco tempo atrás, qualquer fonte de energia, em geral a mais barata, era aceita. Mas o cuidado com a manutenção de recursos naturais aponta para fontes renováveis e limpas.

Na indústria sucroalcooleira, o bagaço da cana é queimado para produzir a energia na usina. Aqui no Estado, uma usina tem experimentos no segmento do chamado etanol de segunda geração – mas a produção é baixa e não foi informada.
Na indústria sucroalcooleira, o bagaço da cana é queimado para produzir a energia. Aqui no RN, uma usina tem esse experimento
Se a capacidade instalada de produção de todo o país, cerca de 400 usinas e destilarias, fosse usada para co-gerar energia do bagaço da cana teria o potencial equivalente a uma Itaipu. Mas a geração dessa energia ainda é baixa porque o custo é elevado – um investimento de mais de R$ 100 milhões para instalação de unidade. “Isso demonstra que é um setor estratégico para o desenvolvimento do país, mas não há um planejamento sério para o setor”, observa o presidente da Asplan, Renato Lima.

Desafio

Um dos desafios para as distribuidoras de energia em mais cinco a dez anos, estima o especialista em energias, Jean-Paul Prates, será encontrar um meio para continuar distribuindo energia dentro da perspectiva de crescimento da produção estimulada pelo governo federal. O marco regulatório da energia solar, que permite instalar placas solares fotovoltaicas e transformar radiação solar em energia elétrica, economizando na conta de energia.

Aprovada no início do ano, a resolução nº 482 cria um sistema de compensação de energia que permite ao consumidor instalar pequenas centrais geradoras de energia elétrica (com potência instalada menor ou igual a um Megawatt (MW) em empresas e residências e concede maior desconto para quem instalar usinas de energia solar com até 30 MW ) e trocar energia com a distribuidora local.
A geração de energia a partir do bagaço da cana ainda é baixa porque o custo é elevado (mais de R$ 100 milhões para instalação de usina)
“As distribuidoras são obrigadas a aceitar a energia gerada pelos microprodutores e, além de agregar novos produtos e serviços, deverão cobrar por energia de backup, espécie de reserva para os casos de interrupção, seja por falta de sol ou de ventos”, afirma.

O modelo poderá se basear no espanhol. Lá, “ privatizaram” o sol, ou seja, Limitaram a quantia de geração por produtor e quanto ele terá que comprar do sistema. Mas, a curto prazo, é necessário mudar a mentalidade do empresariado brasileiro em relação aos custos iniciais.

Petrobras estuda geração a partir de microalgas

A Petrobras, por meio do seu Centro de Pesquisas (Cenpes), investe no desenvolvimento de tecnologia para o cultivo e a utilização das microalgas como matéria-prima na produção do biodiesel. Atualmente, são realizados testes em planta piloto em Extremoz, no Rio Grande do Norte, que buscam analisar o potencial produtivo, a qualidade e o teor de óleo nas condições climáticas daquele estado, uma região avaliada como propícia ao cultivo.

Desenvolvida em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a iniciativa representa um avanço nas pesquisas iniciadas em fevereiro de 2006, cujos resultados indicam o potencial desses organismos como alternativa de suprimento sustentável à cadeia produtiva do biodiesel. As microalgas têm apresentado potencial de produção de óleo superior ao das oleaginosas típicas para biodiesel. A produtividade pode chegar a ser de 7 a 30 vezes superior ao de vegetais terrestres. Outra característica relevante é que as microalgas “sequestram” carbono com taxas mais elevadas que vegetais e possuem produção contínua.

As microalgas possuem a capacidade de crescer em diferentes tipos de água e, entre as possibilidades pesquisadas, está o cultivo em água de produção de petróleo. O objetivo das pesquisas inclui verificar a contribuição das microalgas para o tratamento dessa água para descarte ou para o reuso. Na prática, as microalgas utilizam as substâncias presentes na água de produção, como nitrogênio e fósforo, como insumo para a conversão em biomassa.

A planta piloto, localizada na cidade de Extremoz (RN), inaugurada em abril de 2012, conta com tanques abertos cuja capacidade é de quatro mil litros e nos quais as microalgas são cultivadas. O processo para gerar biodiesel das microalgas envolve reprodução em tanques, depois coleta, extração do óleo, que transesterificado, produzirá o biodiesel.

Selo verde

A Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e a Associação Brasileira de Energia Limpa (Abragel), em parceria com o Instituto Totum, lançaram o Certificado e Selo de Energia Renovável provenientes das fontes eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas. O objetivo principal é agregar valor aos empreendimentos de geração e de consumo de energia renovável que, além de cumprir as exigências legais as quais estão sujeitos, desenvolvem programas socioambientais voluntários, que ratificam seus compromissos com a sustentabilidade.

Bate-papo: Norberto Noschang – gerente de tecnologia da Petrobras Biocombustível

O cultivo de microalga para produção de biodiesel é desenvolvido desde quando na Petrobras? Destina-se ao tratamento da água, no sentido de reverter os danos causados por vazamento de óleo?
As pesquisas com microalgas iniciaram em 2006 com o propósito de avaliar uma matéria-prima alternativa para produção de biodiesel. A análise do comportamento das microalgas em água de produção de petróleo é uma das vertentes da pesquisa, e busca verificar a contribuição para o tratamento dessa água para descarte ou para o reuso. Na prática, as microalgas utilizam as substâncias presentes na água de produção, como nitrogênio e fósforo, como insumo para a conversão em biomassa. São analisadas diferentes cepas pré-selecionadas.

De que forma essa produção envolve a comunidade, podendo gerar renda para a comunidade local?
Nesta fase de pesquisas, o projeto envolve somente pesquisadores do Cenpes/Petrobras e de universidades parceiras, como UFRJ e UFRN.

Como se dá o processo de produção do biodiesel? Quanto já foi produzido e qual a projeção de produção para este ano?
O projeto de pesquisa analisa a produção de óleo a partir das microalgas. O processo para gerar biodiesel envolve reprodução em tanques, depois coleta, extração do óleo, que transesterificado, produzirá o biodiesel. Nesta etapa, os volumes de óleo são produzidos para atender às necessidades das pesquisas.

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