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E a rejeição, onde se esconde?

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Sávio Hackradt
secretário-chefe do Gabinete Civil da Prefeitua do Natal

Há um fato curioso nas duas pesquisas Consult de intenção de votos para governador e senador nas eleições deste ano, divulgadas nos meses de novembro e dezembro de 2013: não há qualquer registro sobre os índices de rejeição de nenhum  dos pretensos candidatos ao governo ou ao Senado no Rio Grande do Norte. Trago à tona esse tema por entender que é fundamental esse detalhe, seja aqui ou em qualquer parte do mundo, para uma análise realista do quadro.

Digo isso com base na minha vivência profissional. Como ex-professor convidado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) no curso de pós-graduação em Marketing Político e Propaganda Eleitoral, na disciplina Planejamento Estratégico de Comunicação em Campanha Eleitoral, um dos temas que abordava tratava das pesquisas eleitorais e suas variáveis fundamentais – e ensinei, com base no que aprendi na prática: para uma boa e correta análise de um quadro eleitoral, é fundamental que se avalie a rejeição e seu peso nas candidaturas.

Durante 30 anos, até 2008, trabalhando em campanhas eleitorais de presidente, governador e senador no Brasil já vi muitas candidaturas – algumas delas aparentemente candidatas a campeãs de votos – serem destruídas pela rejeição.

O instituto Consult fez várias simulações com os nomes de Garibaldi Filho (PMDB), Henrique Eduardo Alves (PMDB), Fernando Bezerra (PMDB), Robinson Faria (PSD), Fernando Mineiro (PT), Wilma de Faria (PSB), Rosalba Ciarlini (DEM) e Carlos Eduardo (PDT) como pretensos candidatos ao governo. Para o Senado, os nomes foram os de Wilma de Faria (PSB) e de Fátima Bezerra (PT). Afinal, quais os índices de rejeição do eleitor a esses nomes? Onde eles são mais ou menos rejeitados? No Seridó? No Oeste? No Agreste? Em Natal e região Metropolitana? Aonde? Por quê? Quem rejeita? Jovens, idosos, profissionais liberais, classe média, evangélicos, católicos, mais ricos, mais pobres? Qual o grau de instrução?

Mas, mais do que o índice da rejeição, é preciso saber o porquê da rejeição, os seus motivos. Há inúmeros motivos que levam à rejeição de um candidato – o desconhecimento, a desaprovação administrativa, envolvimento em denúncias de corrupção, posturas pessoais, entre tantos, inclusive subjetivos, que o eleitor carrega em seu consciente e/ou inconsciente. Cada motivo tem um impacto de maior ou menor profundidade na luta eleitoral. Por exemplo: o desconhecimento é um motivo mais simples para o estrategista de comunicação e marketing reverter; já uma denúncia de corrupção consistente, ou de má administração, tira o sono de qualquer marqueteiro. Se o adversário souber explorar esses pontos fracos pode nocautear o candidato. Todo candidato tem pontos fortes e fracos.

Só pesquisas qualitativas profundas hoje até utilizando a Neurociência mapeando áreas (emoção e razão) do cérebro são capazes de captar as percepções do eleitor.

Às vezes a rejeição é tão consolidada que impede qualquer crescimento do candidato. Portanto, por enquanto, por falta desse dado, é prematuro qualquer análise favorável ou desfavorável para qualquer candidato a governador ou senador do estado.

Há que se ressaltar e ressalvar: os institutos de pesquisas medem os índices que lhes são solicitados pelos clientes. Certamente, não foi solicitado o índice de rejeição ao Consult.

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