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É possível um salto de qualidade na saúde?

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É possível um “salto de qualidade” na saúde pública? Que propostas o/a  senhor (a) teria para tornar isso possível? Os três principais candidatos ao governo do Estado responderam a esse questionamento enviado pela TRIBUNA DO NORTE, afirmando que sim, é possível sanar aquele que é considerado um problema praticamente crônico pela sociedade – a Saúde Pública. E propostas não faltam. O governador Iberê Ferreira de Souza (PSB), que pleiteia a reeleição e encabeça a coligação “Vitória do Povo”, por exemplo, ressaltou os avanços já obtidos no setor, mas enfatizou que, a seu ver, o salto de qualidade começa a partir um novo pronto-socorro em Natal com capacidade atendimento de 350 leitos, sem prejuízo de uma readequação do Walfredo Gurgel. Não há como deflagrar um salto de qualidade, sem ampliar o serviço de urgência. “Qualquer solução interna é paliativa”, disse ele, lembrando ser imprescindível o fortalecimento dos hospitais regionais e acelerar a estadualização e a universalização do SAMU.

O candidato da coligação “Coragem para Mudar”, Carlos Eduardo Alves (PDT), aposta que a solução para o problema da Saúde no Rio Grande do Norte passa por três grandes frentes: regionalização das ações de Saúde; apoio à Emenda Constitucional 29 (que estabelece os percentuais a serem gastos na saúde pelas três esferas do governo – União com 10%, Estados 12% e Município 10% da sua receita); e pactuação com os gestores municipais para implementação das ações. “A Saúde não pode ser pensada isoladamente, mas inserida num planejamento de desenvolvimento social com ações integradas na Educação, Infraestrutura, Saneamento Básico, Habitação, Urbanismo e Transporte, enfim, em todas as secretarias”, opinou o pedetista.

A candidata da oposição e da coligação “A Força da União”, senadora Rosalba Ciarlini (DEM), disse que sente uma “falta de gestão na Saúde, principalmente no interior”. Ela observou a necessidade de se apoiar os serviços no intuito de oportunizar a saúde básica no interior. Para isso, garantiu que, se eleita, vai criar o programa “Município Saudável em todo RN”.  “Teremos 10 metas. Vamos premiar quem atingir essas metas, dar um selo de qualidade e os profissionais serão reconhecidos pelo mérito. Com investimento, planejamento e boa gestão é possível conseguir fazer os hospitais regionais funcionar”, disse Rosalba.

Rosalba CiarliniFicha: Rosalba Ciarlini

“A Força da União”
Data de Nascimento: 26.10.1952
Estado Civil: Casada
Naturalidade: Mossoró
Formação: Médica
Partido: DEM
Coligações: “A Força da União” (DEM/PSDB/PMN/PSC/PTN/PSL)

Eleições disputadas: Elegeu-se prefeita do município de Mossoró, pela primeira vez, em 1988; em 1996 foi a escolhida para comandar a cidade mais uma vez, tendo sido reeleita quatro anos mais tarde, em 2000; em 2006, foi eleita senadora do Estado.

“É possível sim. Fiz isso quanto estive no poder executivo e recebi um prêmio da Organização Mundial de Saúde pela implantação da primeira Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Brasil que hoje serve de modelo para todo país. Da Fundação Getúlio Vargas e Fundação Ford, recebi o reconhecimento à execução de políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade de vida da população. Mossoró durante minha gestão teve a saúde municipal considerada pela OMS como a 13ª melhor do Brasil.

Priorizei o saneamento básico ampliando de 8% para mais da metade da cidade. Como governadora, pretendo trabalhar para ampliar o saneamento do RN para pelo menos 80%. Considero saneamento essencial para a melhoria da qualidade de vida e redução das doenças do cidadão. Cada 1 real que é investido em saneamento básico ganha-se 4 na redução dos custos hospitalares.

O que sinto na saúde é que falta gestão, principalmente no interior. Os hospitais regionais estão desestruturados e precisando de investimentos. Cada região precisa ter os hospitais regionais funcionando para que novas estruturas sejam acopladas nessas unidades, como uma UTI, por exemplo. Nós precisamos oferecer incentivos aos profissionais da saúde criando mecanismos para que eles tenham atrativos para ir trabalhar no interior e assim fazer com que a saúde funcione. Como governadora, vou criar programas itinerantes para suprir a demanda reprimida com relação a cirurgias eletivas. Para se ter uma idéia o RN é o estado brasileiro que lidera problemas ligados a visão.

Existem hospitais neste estado que há 10 anos não realiza um parto. É um fato inexplicável. Nós precisamos apoiar os serviços para que possamos ter a saúde básica acontecendo nos municípios. Para isso vamos criar o programa Município Saudável em todo RN. Onde teremos 10 metas. Vamos premiar quem atingir essas metas, dar um selo de qualidade e os profissionais serão reconhecidos pelo mérito. Com investimento, planejamento e boa gestão é possível conseguir fazer os hospitais regionais funcionar. Nós vamos investir na saúde não só cumprindo o que determina a lei. Vamos fazer mais; priorizando a saúde como uma das principais necessidades básicas do cidadão. Com o estudo de cada região vamos suprir a demanda e com isso desafogar os hospitais da capital.

Como sou médica e tenho experiência como diretora de hospital e presidente de cooperativa médica é uma área que eu conheço bem, e sei que quem precisa de atendimento nos hospitais estaduais sofre e sofre muito. Vou trabalhar pra fazer a saúde do RN acontecer.”

Carlos Eduardo AlvesFicha: Carlos Eduardo Nunes Alves

“Coragem para Mudar
Data de Nascimento: 5 de junho de 1959
Estado Civil: Casado
Naturalidade: Rio de Janeiro
Formação: Direito
Partido: PDT
Coligação:  “Coragem para Mudar” (PDT/PC do B)

Eleições disputadas: Elegeu-se deputado estadual pelo PMDB em 1986 e continuou na Assembleia Legislativa por mais três mandatos consecutivos (1990, 1994,1998). Em 2000, foi eleito vice-prefeito de Natal. Em 2002, quando Wilma de Faria renunciou ao cargo para se candidatar ao Governo do Estado, assumiu a prefeitura e, em 2004, se reelegeu no cargo de prefeito de Natal.

“Nós entendemos que a solução para o problema da Saúde no Rio Grande do Norte passa por três grandes frentes: regionalização das ações de Saúde; apoio à Emenda Constitucional 29 (que estabelece os percentuais a serem gastos na saúde pelas três esferas do governo – União com 10%, Estados 12% e Município 10% da sua receita); e pactuação com os gestores municipais para implementação das ações.

Discutimos amplamente esse tema nos três seminários que realizamos durante a pré-campanha e afirmamos no nosso Programa de Governo o compromisso de: criar centros de diagnóstico vinculados a centros de atendimento de média e alta complexidade nas regionais de Saúde; implantar serviços ambulatoriais de pequenas cirurgias distribuídas nas macrorregiões; implantar um serviço hospitalar especializado no atendimento a transtornos decorrentes do álcool e das drogas; e construir um novo hospital terciário capaz de realizar cirurgias de alta complexidade, entre muitos outros pontos.

É preciso dizer, entretanto, que a maioria das soluções já estão desenhadas no Pacto da Saúde de 2006, e que cabe ao governador do Estado ter a capacidade política de articular com os gestores municipais a implementação de pactos com o objetivo de descentralizar o atendimento. As regionais precisam ter hospitais com gestão autônoma, bons equipamentos, laboratório eficaz, medicação necessária, e, o mais importante, uma escala de profissionais de saúde sem furos.  Nós iremos aumentar a capacidade de investimentos do Estado para 10% (hoje está em 3,8%) e cumprir a Emenda Constitucional 29 de aplicar 12% da receita própria em ações exclusivas da Saúde. Só a descentralização irá melhorar a qualidade do serviço, diminuir as filas de espera, acabar com a perigosa e ineficiente “ambulancioterapia” e desafogar os hospitais da capital.

A Saúde não pode ser pensada isoladamente, mas inserida num planejamento de desenvolvimento social com ações integradas na Educação, Infraestrutura, Saneamento Básico, Habitação, Urbanismo e Transporte, enfim, em todas as secretarias. Esse planejamento só será levado a cabo por um governador sério e competente, que está propondo um novo ciclo de mudanças com uma gestão austera, eficaz e longe das politicagens. É o meu compromisso”.

Iberê Ferreira de SouzaFicha: Iberê Paiva Ferreira de Souza

“Vitória do Povo”
Data de Nascimento: 27 de fevereiro de 1944
Estado Civil: Casado
Naturalidade: Natal
Formação: Bacharel em Direito
Partido: PSB
Coligação: “Vitória do Povo” (PSB/PT/PPS/PTB)

Eleições disputadas: Iniciou a carreira política como deputado estadual, eleito em 1970; em 1974 foi reeleito e, em 1985, concorreu, com sucesso, a uma das cadeiras da Câmara de Deputados, tendo renovado o mandato por mais quatro eleições; em 2006 deixa a disputa de deputado federal para concorrer, ao lado da ex-governadora Wilma de Faria, ao cargo de vice-governador. Assume o governo estadual, em 2010, com a desincompatibilização da candidata ao Senado.

“A ação na área de saúde pública capaz de promover um salto de qualidade começa com um novo pronto-socorro em Natal com capacidade atendimento de 350 leitos, sem prejuízo de uma readequação do Walfredo Gurgel. Não há como deflagrar um salto de qualidade, sem ampliar o serviço de urgência. Com duas unidades especializadas, há como oferecer atendimento de melhor qualidade. O Walfredo Gurgel, sendo o único, não suporta.

Qualquer solução interna é paliativa. É imprescindível fortalecer os hospitais regionais, acelerar a estadualização e a universalização do SAMU para o deslocamento assistido nos casos de urgência e emergência. Chegaremos com esse serviço, até o final deste ano, a todos os municípios do Estado.

Outras ações na saúde são urgentes. É inadiável, por exemplo, a estadualização da distribuição de medicamentos aos pacientes portadores de doenças crônicas. A expansão da Unicat já está ocorrendo, mas deve avançar ainda mais. Quero levar esse serviço para as 15 cidades mais populosas do Estado (em cada região, pelo menos uma cidade terá uma central de distribuição de medicamentos).

O Governo Lula é um exemplo de salto de qualidade no serviço público de saúde com criação das UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento), com capacidade de atender a duzentos pacientes por dia. Defendo a construção de UPAs nas cidades onde se concentram as maiores populações: Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Ceará-Mirim, Macaíba, Caicó, Assu, Currais Novos, São José do Mipibu, Santa Cruz, João Câmara, Canguaretama, Macau e Pau do Ferros. O Governo do Estado fará a parceria necessária com a União e prefeituras para que todas essas cidades contem com os serviços de, pelo menos, uma Unidade de Pronto Atendimento.

As ações na saúde só serão modificadoras e empreendedoras se passarem, também, pela realização de concursos públicos para a formação segura de quadros especializados, do atendimento primário ao mais complexo. Saúde é qualificação e qualificação exige profissionalização com remuneração justa.

O salto na qualidade do atendimento na saúde pública é possível, sim. Minha experiência como gestor me ensinou que as soluções não se encontram em propostas mirabolantes ou irreais. É preciso, acima de tudo, agir com responsabilidade e determinação. A saúde tem sido – e continuará sendo – uma prioridade desafiadora: para a União, estados e municípios.”

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