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“É preciso privatizar a ZPE de Macaíba”

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Isaac Lira – Repórter

Para não deixar as oportunidades relativas ao Aeroporto de São Gonçalo do Amarante passarem, o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Amaro Sales, aposta na participação da iniciativa privada como parceira do Governo do Estado e do poder público em geral. Nesse sentido, Amaro Sales defende a “privatização” da Zona de Processamento de Exportação de Macaíba e a presença de empresas estrangeiras dentro da ZPE. “A iniciativa privada, inclusive de outros países, precisa estar dentro da ZPE, para que possa sair daqui toda uma produção para o resto do mundo”, afirma.
Amaro Sales: É preciso um estudo para avaliar o impacto no entorno do aeroporto. Esse equipamento foi pensado durante vários anos, mas não se pensou nesse impacto. A Federação já tem a pretensão de elaborar esse estudo.
A construção e o impacto do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante será o tema do projeto Motores do Desenvolvimento, realizado pela TRIBUNA DO NORTE, Fecomércio/RN, Fiern, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Governo do Estado do RN e RG Salamanca Capital com patrocínio da Assembleia Legislativa do RN, Engevix e Petrobras Distribuidora. O Seminário será realizado no próximo dia 05 de dezembro, no auditório do Hotel-escola Senac Barreira Roxa, na Via Costeira, a partir das 8h. Entre as presenças confirmadas estão o ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt, os representantes do Consórcio Inframérica, Antoio Droghetti Neto e Martin Eurnekian, o economista Ricardo Amorim, entre outros. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas através dos telefones 4006-6120 e 4006-6121. As vagas são limitadas.

Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, Amaro fala sobre a expectativa da Fiern para o impacto do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante no Rio Grande do Norte, o papel da Federação na qualificação de mão de obra, entre outros temas.

Qual a expectativa com a criação do Aeroporto?

O Aeroporto é fundamental, uma grande conquista. O Rio Grande do Norte é um antes e outro depois desse aeroporto. Isso tem sido questionado. Várias pessoas têm questionado: por que ele vai mudar a história do Rio Grande do Norte? O investimento em torno de R$ 1 bilhão, além de R$ 170 milhões para a concessão. Ora, um investimento de quase R$ 1,2 bilhão representa uma mudança significativa em qualquer lugar do mundo. Isso pode ser no Brasil, Estados Unidos, França, Alemanha. Um investimento dessa ordem muda muita coisa, a concepção econômica de uma região. Acredito que o RN será um antes e outro depois. A forma como aconteceu, o modelo adotado no início, tudo isso foi sendo modificado. Agora, um investimento de R$ 150 milhões para construir a pista significa que o Governo estava acreditando nesse projeto. Quando se passa dois anos para construir o modelo de concessão, é porque há viabilidade. Não para acreditar que após dois anos de estudos, os técnicos erraram os prognósticos. Ninguém estava brincando. O Consórcio vencedor irá explorar a atividade e só entrou no leilão porque viu a possibilidade de lucro. Então, não há dúvidas sobre a viabilidade do aeroporto. Algumas pessoas questionam que o Aeroporto será do tamanho do Augusto Severo. Não acredito que o Consórcio iria se interessar por um aeroporto do tamanho do Augusto Severo, sem desmerecer esse aeroporto, é claro.

Qual o papel da Fiern desse momento?

No dia do leilão, estávamos representando a Fiern, junto das outras entidades. A Fiern se colocou, junto do Senai, à disposição para trabalhar na qualificação e na formação profissional referentes ao Aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Isso tanto na construção quanto na operação do Aeroporto. É preciso um estudo para avaliar o impacto no entorno do aeroporto. Esse equipamento foi pensado durante vários anos, mas não se pensou nesse impacto. A Federação já tem a intenção, fez um contato com o Governo do Estado para preparar o estudo sobre o impacto nesse entorno.

Quais os projetos já existentes?

Nós temos hoje a ZPE de Macaíba, que não é mais um sonho, mas uma realidade. Juridicamente já existe, faltando apenas a infraestrutura, que está sendo providenciada. Temos a Fiern, o Governo do Estado, a Prefeitura de Macaíba, com a possibilidade de novos associados. A ZPE vai acontecer nas portas do aeroporto. É preciso complementar as obras físicas de infraestrutura e num segundo momento é preciso privatizar a ZPE. A iniciativa privada, inclusive de outros países, precisa estar dentro da ZPE, para que possa sair daqui toda uma produção para o resto do mundo. O RN precisa valorizar a sua condição de “esquina do mundo” e atrair esses investimentos. Essa é uma grande oportunidade que o Estado tem de viabilizar as duas ZPEs – de Assu e Macaíba – no momento em que se cria um grande aeroporto. Não podemos deixar passar essa oportunidade.

O processo para consolidar a ZPE está adiantado?

A parte burocrática está bastante adiantada, enquanto a de infraestrutura está providenciada. É preciso um investimento de R$ 20 milhões. Queremos ter novos parceiros e sócios. O Governo precisa fazer uma injeção de recursos para dar rapidez a esse processo.

Quais são as instalações físicas necessárias?

Prédios, escritórios, acessos. Além disso, é preciso ter a parte alfandegária resolvida.

E em termos de geração de emprego?

É preciso identificar as oportunidades que um projeto como esse, do aeroporto, pode criar. Desde a sua construção, vendo a quantidade de profissionais a ser qualificada, desde o atendente do restaurante até o cara que carrega mala, a pessoa que faz o check in, controlador de vôo, etc. São inúmeras áreas que serão solicitadas e precisam ser qualificadas. O Senai cumprirá esse papel. O Senai é um grande qualificador de mão de obra e estará preparado para cumprir esse papel. Quantas pessoas estarão inseridas nisso? Existe um grupo de trabalho entre o Sebrae e a Fiern para que possamos identificar as novas oportunidades de negócio. Essas novas oportunidades irão trazer números para não prepararmos ninguém indevidamente, dentro do número exato que é necessário. Se são necessários 50 pessoas, não vamos qualificar 200, por exemplo.

Que setores da economia serão mais influenciados?

Ainda é cedo para identificar. Esse trabalho do Sebrae e da Fiern irá colocar isso de forma mais clara. Mas antecipadamente podemos dizer: construção civil, a área de alimentos, transporte, marcenaria e serviços. Desde o borracheiro que conserta o pneu de um carro até uma empresa que loca carros, todos serão afetados. Há uma cadeia enorme, de grande abrangência.

Em relação à infraestrutura, o Estado está se preparando de forma adequada?

Nós temos dois grandes acontecimentos: a Copa e o Aeroporto. Os gestores estão preocupados com essa questão da infraestrura. A Fiern espera ter uma agenda positiva em relação a isso, de ser parceira dos gestores.

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