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Economia brasileira deve crescer menos de 1%

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São Paulo (AE e ABr) – Analistas de instituições financeiras reduziram pela oitava semana seguida a estimativa para o crescimento da economia brasileira neste ano. A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, caiu para 0,97%. Na semana passada, a previsão era 1,05%. Para 2015, a estimativa segue em 1,50%. Os números fazem parte do Boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central. É a primeira vez neste ano que a mediana das projeções do mercado para o desempenho do PIB de 2014 ficou abaixo de 1%.
A revisão para o PIB acompanha a redução nas projeções para a produção industrial brasileira
É crescente o número de bancos e consultorias que reduziu para menos de 1% a previsão de crescimento da economia neste ano. Retração na indústria, na construção e queda na confiança dos consumidores e dos empresários levaram ao corte nas estimativas para o PIB. De sete consultorias e bancos consultados pelo jornal “O Estado de s. Paulo”, as projeções atuais de crescimento variam entre 0,5% e 1%. Duas semanas atrás, as mesmas consultorias tinham estimativas mais favoráveis de alta do PIB para 2014: entre 1% e 1,6%.

Ontem, o departamento econômico do Bradesco cortou de 1,5% para 1% a estimativa de crescimento da economia para este ano. Em seu relatório, o banco atribuiu a revisão à “queda na confiança espraiada entre diversos segmentos da economia”. Para 2015, também houve redução no crescimento: de 2% para 1,5%

Movimento semelhante foi feito na semana passada pelo departamento econômico do Itaú Unibanco que cortou de 1% para 0,7% a estimativa de crescimento do PIB para este ano. Também o departamento econômico do banco Credit Suisse decidiu, na sexta-feira, cortar a projeção pela metade. Esperava crescimento de 1,2% do PIB para este ano e agora projeta 0,6% de alta. Segundo relatório do Credit Suisse enviado a clientes, o menor crescimento neste ano resulta da “dinâmica desfavorável da indústria e da provável contração dos investimentos”.

Paralisia
“Fizemos uma drástica revisão para o crescimento do PIB deste ano”, afirma a sócia da Tendências Consultoria Integrada, Alessandra Ribeiro. Até meados da semana passada, a consultoria esperava crescimento de 1,3% e agora acredita que não passará de 0,6%.

A economista diz que a revisão ocorreu por causa da paralisia que existe hoje na atividade econômica e está sinalizada por vários indicadores antecedentes. Entre esses indicadores antecedentes que apontam para um cenário ruim, ela destaca a queda de 17,5% na produção de veículos em junho ante o mesmo mês de 2013, a retração de 4,3% no fluxo de veículos pesados nas rodovias em junho ante maio e o recuo de 1,5% no consumo de energia no mês passado em relação ao anterior.

Também para a indústria as previsões são ruins. Ela espera para este ano queda de 2,2% do PIB industrial, de 3,9% para o PIB da indústria de transformação e de 3,1% para a construção.

“Existe um desaquecimento generalizado da atividade”, afirma o economista Vinícius Botelho, pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Ele observa que o grupo de análise de conjuntura, do qual ele faz parte, reduziu o intervalo de projeção de crescimento do PIB deste ano: antes variava entre 1,2% e 1,6% e agora oscila entre 1% e 1,2%. “É possível até que tenhamos um crescimento abaixo de 1% este ano.”

Na avaliação de Botelho, o principal fator que afetou ritmo de crescimento foi a atividade fraca da indústria, que deve, segundo projeções do Ibre, encolher de 6% no 2º trimestre ante o mesmo período de 2013 e recuar 2% em 2014 ante 2013. “Houve também um aprofundamento da queda na construção maior do que imaginávamos.”

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