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Economia do RN: ontem e hoje

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Alcyr Veras [ Economista e professor universitário]

No passado, o sal e a scheelita representavam “a galinha dos ovos de ouro” da economia potiguar.

Durante a década de setenta, o Rio Grande do Norte apostou num modelo de industrialização tendo como carro-chefe o Pólo Têxtil Integrado e de Confecções, sobre o qual não tinha a menor tradição, nem domínio suficiente sobre os conhecimentos da tecnologia e das complexas relações de mercado que envolvem aquela atividade fabril. Por isso, o resultado foi o esvaziamento da iniciativa privada, em razão da forte intervenção do Estado na economia. Sobreviveu só enquanto duraram os generosos incentivos governamentais.

No início dos anos noventa, costumava-se dizer que se o Rio Grande do Norte fosse uma ilha, ligada ao continente brasileiro por uma única ponte e essa mesma ponte tivesse que ser repentinamente interditada, sua população, consequentemente, morreria de fome. Essa comparação, um tanto quanto ficcionista e pitoresca, refere-se ao fato de ser o Rio Grande do Norte um Estado essencialmente consumidor. Naquela época, cerca de 92% dos produtos consumidos no solo potiguar provinham de outros Estados nordestinos e do Centro-Sul. Do abridor de latas ao automóvel; do rádio de pilhas ao aparelho de televisão; da caneta esferográfica ao guarda-chuva, eram fabricados fora. Sem contar os alimentos “in natura” e industrializados, incluindo-se os legumes, medicamentos, computadores, material elétrico, calçados, materiais de construção em geral e toda a variedade de eletrodomésticos. Ou seja, da mais simples manufatura semiartesanal aos artigos mais convencionais, que aqui consumíamos, eram de procedência externa.

 Do volume de recursos que aportavam no Rio Grande do Norte, oriundos de verbas federais para obras e serviços, bem como o pagamento de salários dos órgãos federais, civis e militares, cerca de 70 a 82% desse total de recursos retornavam a outros Estados da região Nordeste e ao Centro-Sul, onde se encontrava o berço-mãe, isto é, o lugar de origem onde aqueles produtos são gerados. Desse modo, quando, por exemplo, alguém comprava um bem ou um artigo qualquer de consumo no comércio do Rio Grande do Norte, apenas 20% ou 30% do valor pago ficava em nosso Estado, o restante voltava para o lugar onde aquele produto foi fabricado, em geral para o Estado de São Paulo.

Hoje, a economia norte-rio-grandense está potencialmente direcionada para as atividades produtivas de maior tendência de mercado, porém identificadas com as suas vocações naturais. Essas atividades estão reunidas nos quatro seguintes eixos econômicos: Fruticultura; Carcinicultura; Turismo e Petróleo. Com exceção deste último eixo, os demais sofreram oscilações, alternando períodos de altas e baixas em decorrência, sobretudo, de problemas sazonais.

O potencial turístico vem registrando índices favoráveis, principalmente com a chegada de empresários estrangeiros, a ampliação da rede hoteleira, da malha viária e o surgimento de novos empreendimentos. O setor da construção civil, pouco afetado pela crise, apresenta indicadores positivos de crescimento e é responsável pela geração de empregos em Natal e Mossoró.

 Escolhida como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, a cidade de Natal poderá atrair grandes investimentos em projetos imobiliários, comerciais e em negócios de expansão urbana. O aeroporto de São Gonçalo do Amarante, que vem sendo chamado de portal do Rio Grande do Norte para os mercados da Europa, é um empreendimento de efeito multiplicador. Os investimentos do Banco Nordeste, na economia estadual, saltaram de 73 milhões de reais em 2002 para cerca de 1 bilhão em 2009.

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