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Economia enfraquece e acende alerta

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Rio e São Paulo (AE) – Com investimentos e indústria em baixa, a economia brasileira encolheu no segundo trimestre, e as projeções agora apontam para crescimento perto de zero neste ano. O Produto Interno Bruto (PIB, renda total gerada no País por um período) recuou 0,6% de abril a junho, na comparação com o primeiro trimestre, revelou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como houve revisão para baixo no dado do primeiro trimestre, o quadro da economia se divide entre recessão e estagnação.

O desempenho do primeiro trimestre frente o último de 2013 foi revisado de uma alta de 0,2% para um recuo de 0,2%. Com duas retrações seguidas, na comparação com o trimestre anterior, há “recessão técnica”, segundo a teoria econômica. Esta seria a primeira desde o período 2008/2009, auge da crise financeira internacional. Para alguns economistas, há recessão. Para outros, estagnação. Todos concordam, no entanto, que o resultado é muito ruim para um país em desenvolvimento.

A recessão técnica e o mau desempenho das contas públicas, também divulgado ontem, poderão levar a rebaixamento nas notas do Brasil nas agências de risco. A Fitch, uma das três grandes agências, afirmou em relatório que a contração na economia ressalta desafios importantes para enfrentar após as eleições.

Candidatos
Os candidatos à Presidência aproveitaram para criticar a política econômica do governo. Aécio Neves (PSDB) criticou duramente o ministro da Fazenda, Guido Mantega, destacando que o modelo de gestão da economia do governo petista fracassou. Marina Silva (PSB) afirmou que o País atravessa um momento grave, “em que há falta de confiança e de credibilidade”.

A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, classificou como “momentânea” a retração no segundo trimestre e disse esperar uma “grande recuperação” no segundo semestre. Assim como Mantega, ela citou o excesso de feriados, por causa da Copa do Mundo, e a economia internacional como responsáveis pelo resultado.

A maioria dos economistas ouvidos hoje discorda. “Que crise? A estagnação é efeito direto da política econômica do governo”, disse José Luís Oreiro, professor do Instituto de Economia da UFRJ. Pela ótica da demanda, os investimentos tiveram as maiores quedas desde o auge da crise internacional, entre 2008 e 2009. O consumo das famílias teve o 43º trimestre seguido de alta (na comparação com igual período do ano anterior), mas com redução no ritmo, de 2,2% no primeiro trimestre para 1,2% no segundo. Pela ótica da oferta, o PIB industrial recuou 3,4% em relação ao segundo trimestre de 2013, pior queda desde 2009.

O PIB de serviços desacelerou para alta de 0,2% ante 2013, menor avanço desde 2003.

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