segunda-feira, 13 de maio, 2024
31.1 C
Natal
segunda-feira, 13 de maio, 2024

Economia segue em baixa

- Publicidade -

ALCYR VERAS
economista e professor universitário          

A simples substituição do primeiro mandatário do país, por si só, não resolve os imediatos e graves problemas da economia brasileira: recessão, inflação alta, e o crescente desemprego batendo a casa record de 10,2% da população economicamente ativa, que corresponde a 1.8 milhão de pessoas desocupadas.

Observa-se que nos últimos quatro anos, esses problemas vêm se acentuando cada vez mais, diante de um desafiador quadro de perigosa gravidade. As várias tentativas de soluções, até aqui adotadas, mostraram-se inócuas. A medicação utilizada não apresentou os resultados terapêuticos desejados.

Há, pelo menos, duas décadas que governantes e parlamentares prometem aprovar as denominadas Reformas de Base, em atendimento às reivindicações do sistema produtivo e da própria sociedade como um todo, para que o Brasil possa modernizar-se e assim adquirir poder de competitividade no mercado internacional. O mundo avançou em velocidade e qualidade quanto às inovações tecnológicas, e nós ficamos para trás, patinando num obsoleto e ultrapassado parque industrial. Lamentavelmente, as tão propaladas reformas até hoje não saíram do papel.

Não tenho nenhum sentimento elitista quanto às nações que foram discriminadas, nas décadas de setenta e oitenta, com o tratamento pejorativo como sendo “ Países do Terceiro Mundo”. Mas acho que o Brasil, nos últimos dez anos, vem se distanciando da linha desenvolvimentista com países europeus e norte-americanos, ao priorizar acordos comerciais com países que enfrentam graves problemas econômicos, políticos, sociais, de corrupção, e de baixíssima densidade tecnológica como Moçambique, Angola, Guiné Bissau, Bolívia, Cuba, Venezuela, etc. Na maioria dos casos, são recursos do BNDES com juros subsidiados, isenção de impostos e com frágil e duvidosa garantia econômica de retorno.

Voltando à citação inicial, sobre a mudança na Presidência da República, significa dizer que essa situação ainda vai se estender por alguns meses até chegar-se à tão desejada estabilidade política, para que o Brasil possa reencontrar o caminho de seu crescimento econômico. Ou seja, a curtíssimo prazo, em matéria de economia, nada vai mudar. Mas, por que a estabilidade política é tão importante ? A imagem do Brasil no exterior está muito desgastada não é só por causa do resultado negativo do PIB, mas sobretudo pela corrupção e pela “guerra do vale tudo” do impeachment.

Vejamos outros aspectos. Por exemplo, as chamadas “pedaladas fiscais”   não são apenas uma mera irregularidade contábil. Elas provocam um efeito financeiro artificial no mercado. São antecipações de crédito sem a real disponibilidade financeira correspondente, e que os Bancos oficiais são obrigados a cobrirem. Isso afeta os investidores que têm negócios com a Caixa Econômica e o Banco do Brasil. Como também compromete a confiabilidade de um governo que interfere no mercado, através de artifícios financeiros, para atender interesses políticos-partidários. Se existem outras implicações de ordem jurídica, não me cabe aqui comenta-las, por razões óbvias. Restrinjo-me, pois, à análise estrita do ponto de vista econômico.

Outro “problemão” é a crescente dívida dos Estados com a União, que será gigantesca e impagável se for aplicada a fórmula dos juros compostos.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas