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Ele queria comprar o RG

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Refletores – Valério Andrade [[email protected]]

Foi na quarta-feira passada (27), na leitura matinal – e indispensável – da coluna de Woden Madruga, que, surpreso, soube da triste notícia: Palocha havia partido. Quando o conheci na livraria Poty, revelou-me o seu sonho que já era do conhecimento dos seus amigos: ganhar na Mega-Sena para comprar o Rio Grande.

Lamentavelmente, Palocha morreu sem realizar o sonho de cineclubista e de assíduo frequentador do Rio Grande, que foi o nosso templo cinematográfico e um marco na história social da capital dos Reis Magos.

Último encontro
Tive pouco contato com Palocha, pois, quando ele entrou em cena na década de 60, o meu grande sonho cine-jornalístico havia começado, longe daqui, na redação do Correio da Manhã. Em nosso último encontro, no Café São Luiz, falou com entusiasmo sobre um filme (francês) que havia revisto (DVD) e gostado muito: Se Todos os Homens do Mundo.
Jamais poderia imaginar que não voltaria a vê-lo.

Perfil
 Com a palavra, Woden Madruga, que teve com Palocha a convivência que não tive, conforme testemunho publicado no dia 27 de agosto: ”(…) Palocha, discreto, simples, humilde, mas bem articulado, era um dos líderes do movimento (o cineclubismo). Figura singular na paisagem humana natalense, sabia ser ouvido, conquistava simpatias, fazia amigos. O conheci na Ribeira, com passagem pelo Grande Ponto. Trabalhava na Tipografia Santo Antônio, de Dinarte Bezerra de Andrade e Raimundo da Hora, situada na Rua Frei Miguelinho, mais ou menos na quadra entre Nísia Floresta e a Avenida Tavares de Lira.

Dali para a Tribuna do Norte era um pulo. Indo e voltando, Palocha dava uma parada na calçada da TN, às vezes, entrava na redação (que ficava no rés do chão) para um papo com Berilo Wanderley e Sebastião Carvalho, também apaixonados por cinema. Ou com Dailor Varela, Luiz Carlos Guimarães, Celso da Silveira, Nei Leandro de Castro, poetas de tempo integral e jornalistas nas horas vagas. Eu peruava esses papos que poderiam se esticar até a Peixada Potengi, na calçada do outro lado”.

Eleições 2014
A mão do destino alterou radicalmente a eleição presidencial, e, na inesperada reviravolta, o maior prejudicado foi o ex-governador de Minas Gerais. Com a saída de cena de Eduardo Campos, a presença dele no segundo turno tornou-se duvidosa.

Aécio
Baseando-se em outras previsões, outras eleições, outras candidaturas, pode-se afirma com segurança que Aécio Neves se não alcançar o patamar dos 30 pontos nas próximas duas semanas, estará fora da corrida presidencial. Sua única chance é ocupar a atual posição de Dilma.

Dilma
Embora o pedestal do poder presidencial e da arrogância do PT também tenham sidos atingidos pelos estilhaços do avião que caiu em São Paulo, a presidenta (ela exige ser chamada assim) tem mais chances do que o senador mineiro de ser a co-protagonista do 2o turno. Dois pontos a seu favor: continua mantendo uma boa dianteira na corrida contra Aécio e ter o que ele não tem: poder para comprar tudo o que o poder pode comprar.

Marina
Vez por outra, acontece um fenômeno eleitoral. Nos anos 60, foi Jânio. Depois, Collor. Sem falar nas eleições estaduais e municipais, onde não se vota no candidato, mas contra os demais candidatos. Lembre-se do caso folclórico de Miguel Mossoró.

O que está acontecendo com Marina Silva explica-se. É mais pelos deméritos do governo Dilma do que por seus méritos que está canalizando a crescente onda de insatisfação do povo contra o que ocorreu nos últimos 12 anos.

É possível saber porque vão votar contra Dilma, mas é impossível prever como será o governo Marina.

Rejeição
Mesmo depois de ter torrado milhões do dinheiro do contribuinte, numa campanha de TV milionária (feita sob o manto do silêncio do Ministério Público), o governo do casal Rosado continua sendo repudiado na capital e no interior.

Atestou a pesquisa do Ibope da semana passada: a soma de votos péssimo/ruiu encostou nos 80% – um recorde nacional.

A farsa da falsa pobreza
Para os aposentados que não conseguem sobreviver com a aposentadoria do INSS, que são obrigados a contrair empréstimos, que estão condenados a continuar trabalhando até morrer, vai este aviso: a deputada Fátima Bezerra (longe dos olhos dos eleitores) votou a favor da taxação dos aposentados e pensionistas.

 Não dá mais para aguentar esse mentiroso discurso pré- eleitoral de político que vive quatro anos como rico e na hora da reeleição, reaparece na televisão com as sandálias franciscanas da pobreza.

É lamentável que essa lulista jamais tenha de sobreviver com a aposentadoria do INSS – ou com o salário de professora estadual.

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