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“Em 2015, ganharei um teatro”

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Tádzio França
repórter

Ainda não será desta vez que Natal verá a performance de uma dama do teatro nacional em seu auge – aos 85 anos. O monólogo “Paixão”, que seria conduzido pela atriz Nathália Timberg neste sábado, teve a apresentação cancelada no Teatro Riachuelo. O produtor local Amaury Júnior alegou “contratempos apresentados nos últimos dias”. Na véspera do cancelamento, Nathália conversou por telefone com o VIVER. Além de falar sobre o espetáculo, a atriz comentou sobre a longa experiência na televisão, onde seu trabalho é mais popular, os 50 anos de carreira, e o convívio entre os atores veteranos e a nova geração. Ela também adiantou que em 2015 ganhará um teatro com seu nome no Rio de Janeiro. Veja alguns trechos da entrevista.
Na véspera de embarcar para Natal Nathália Timberg conversou sobre a amizade com Wolf Maia, de quem ganhará homenagem ano que vem
vez que você trabalha com Wolf Maya no teatro. Ele traz algo “televisivo” para o palco?
NT: Nada, é puro teatro. O Wolf é mais conhecido pela TV, mas ele é um grande diretor de teatro desde sempre [ela ganhou seu segundo Moliére em 1988 sob direção de Wolf Maia, por “Meu querido mentiroso”].  O Wolf está construindo um novo teatro no Rio de Janeiro, e dará meu nome a ele. É o maior presente que eu poderia receber em 2015.

Após 50 anos de atuação, é possível medir o que te empolga mais: o palco ou a televisão?
São coisas muito diferentes, apesar de a base ser a mesma: a literatura dramática. O que muda é a linguagem. Mas na verdade, o que me emociona mesmo é fazer um bom texto. Algo que pode tocar a sensibilidade e a inteligência do público. O veículo não interessa, o que mexe comigo é a qualidade do que estou fazendo.

A juventude é um “ingrediente” tão valorizado no teatro quanto o é na televisão? Como você lida com isso?
A televisão e também o cinema trabalham essencialmente com a imagem, eles tentam antecipar o tempo presente, e o enfoque sempre será nas gerações mais novas. Acho que o teatro se ocupa de uma linguagem mais universal,  o que pode atingir variadas gerações. Veja só: um dos textos mais populares do mundo é sobre o amor de dois adolescentes…mas foi escrito há mais de 400 anos. “Romeu e Julieta”, do Shakespeare, ainda está por aí, inspirador, essencial e jovem. Acho que o teatro, no geral, enfoca naturalmente temas mais profundos, sobre a evolução do geral para o particular.

Há um papel que você gostaria de fazer e ainda não fez? Qual?
Muitos! Mas na verdade não são papéis específicos que quero fazer, mas os muitos temas que eu gostaria de abordar. A vida é muito curta para fazer tudo que a gente sonha, melhor não pensar muito nisso. Por ora, só estou na expectativa de atuar na próxima novela do Gilberto Braga [“Babilônia”, em que fará um par lésbico com Fernanda Montenegro] e uma peça baseada na música de Beethoven.

Algum conselho para que está começando ou deseja se iniciar nas artes cênicas?
Olha, dar conselho nunca foi uma coisa boa, porque depois ninguém segue! Eu prefiro deixar como um “pedido”: jovens, procurem estudar bem a língua que vocês falam, o nosso bom português. Isso é básico. E não esqueçam que são, acima de tudo, intérpretes. Aprendam o “bê a bá” do seu ofício, que é a articulação. É um caminho muito mais árduo do que glamuroso.

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