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Empresas pequenas e exportadoras

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Engana-se quem pensa que investir no mercado externo é para grande grupos. Pequenas e médias empresas já perceberam que a exportação é uma forma de aumentar a produção e garantir mercado certo – desde que sejam cumpridas exigências de qualidade e normas técnicas que variam de acordo com o produto exportado. Para auxiliar quem está dando os primeiro passos no negócio, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), em parceria com o Sebrae,  desenvolve um programa chamado “Primeira Exportação”, que orienta quem decidiu investir no mercado externo. 

Os estudantes de Comércio Exterior do IFRN participam de todas as etapas do processo, orientando empresários e fazendo pesquisasA segunda edição do ano do projeto Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte, uma realização da TRIBUNA DO NORTE, Fiern, Fecomércio/RN e RG Salamanca Investimentos, com patrocínio do Banco do Brasil, Governo do Estado, Assembleia Legislativa e Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), vai abordar este e outros assuntos ligados à exportação. O tema escolhido é o “Setor Exportador: Agronegócio e Pesca” e o evento será realizado no próximo dia 22, no auditório Albano Franco, na Casa da Indústria, a partir das 8h. As inscrições são gratuitas e as vagas limitadas. Informações nos telefones 4006.6120 / 4006.6121.

No Rio Grande do Norte,  programa “Primeira Exportação” é desenvolvido pelo Sebrae, que é o responsável pela elaboração de uma série de ações de apoio a setores importantes na economia. Uma dessas ações são as capacitações voltadas para a gestão, que é onde se orienta sobre o acesso ao mercado. “A exportação nada mais é que uma estratégia de se buscar novos mercados para esses segmentos”, disse Eduardo Viana, gerente de acesso ao mercado do Sebrae/RN.

O programa “Primeira Exportação” tem o foco direcionado para a pequena empresa. O projeto começou a ser desenvolvido no Rio Grande do Norte em 2008, quando 25 empresas locais foram pré-qualificadas. Destas, onze foram selecionadas, por análise da maturidade para atuar no mercado externo e oito chegaram ao final do programa – uma de abacaxi ornamental, uma de água-de-coco, duas de cachaça, uma de elevadores, uma de flores tropicais, uma de castanha de caju e uma de queijo de búfala.

“Dessas oito, três exportaram, uma já exportava e outras duas fizeram as primeiras vendas para o exterior: a Aquacoco exportou coco in natura, lavado e embalado para a Alemanha e a Real Alimentos, castanha”, diz.

Para o analista de acesso a mercado do Sebrae, David de Góis, o mais importante para as empresas é ganhar mais competitividade, maior capacidade de gestão e compreensão do mercado. Elas podem até não exportar, mas se capacitam e isso só traz benefícios para a empresa. “O empresário pode chegar à conclusão que o momento que o país vive no mercado interno, é mais interessante ele  ainda não exportar e garantir a comercialização nos mercados regionais”, afirma.

Central

Para centralizar as diversas parcerias que o órgão firma a cada ano, facilitar a vida do empresário e tirar todas as dúvidas dos interessados, foi instalado na sede de lagoa Nova, a Central Fácil de Comércio Exterior, onde estão agregados mais de dez parceiros das instituições representativas empresarias ou governamentais – AGN, Fiern, Correios, Receita Federal, além de uma série de prestadores de serviços incluídos nessa cadeia de serviços direcionados às empresas que têm o objetivo de se internacionalizar.

O programa “Primeira Exportação” faz parte da política brasileira de incentivo ao crescimento da base exportadora do país. No RN, a procura tem sido considerada boa. “Estamos trabalhando na captação de mais 20 empresas e outor parceiros para que depois de qualificado, tenhamos um bom número de empreendedores prontos para exportar”, afirma.

A perspectiva do Sebrae é de expandir o programa para empresas do interior. “Todas as primeiras são da Grande Natal. Estamos trabalhando agora uma cooperativa de mineradores de Currais Novos – eles já exportam, mas poderiam vender direto, sem intermediários”, afirma David de Góis.

Serviço:

Mais informações sobre o “Primeira Exportação”, pelo telefone 0800-570 0800

Empreendedores passam por diversas etapas

Os empresários que pretendem exportar e procuram o Sebrae precisam passar por uma série de etapas para garantir o sucesso do negócio.

Inicialmente, as empresas interessadas passam por um diagnóstico completo e o passo seguinte é fazer uma pesquisa de mercado. Nessa etapa, empresários, agente de mercado do Sebrae, alunos do curso de Comércio Exterior do IFRN e o próprio Sebrae participam ativamente.

De acordo com o perfil do produto, o aluno, junto com o empresário, direcionam dois ou três possíveis  mercados consumidores. “Então é feita uma análise desses mercados para que o empresário possa avaliar em qual deles ele mais interessa aos seus negócios”, explica o analista de acesso a mercado do Sebrae, David de Góis.

Tradicionalmente, todos os empresários do Brasil enxergam muito a Europa e os Estados Unidos como mercados consumidores em potencial. “Mas as vezes precisamos avaliar melhor porque alguns desses mercados estão saturados e não têm registrado crescimento significativo. Nesses casos é mais viável analisar outras possibilidades onde as oportunidades de crescer são maiores”, afirma David de Góis.

Geralmente os mercados de Europa e América do Norte tem um grau de exigência maior, enquanto mercados como o da África possuem um grau de exigência menor e um mercado muito carente e ainda a ser explorado. “Não existe só Europa e América do Norte”, disse David de Góis.

O projeto leva de um ano e meio a dois anos para ser concluído. Nesse período o agente e o empresário recebem a capacitação do Mdic, e durante todo o processo os parceiros fazem o acompanhamento do processo. Participam os agentes de mercado, os estudantes e os empresários durante toda a discussão do projeto, desde a análise de mercado, até a promoção comercial. 

Para David de Góis, projetos como o “Primeira Exportação” representam um salto qualitativo, e não quantitativo para as empresas. “Não é só quantidade, é qualidade. Você precisa entender, se qualificar, analisar o mercado. Existem uma série de variáveis para colocar o pé fora do país. O grau de formalização é muito maior. As exigências fitossanitárias e legais são maiores. Existem muitas variáveis, mas no momento em que você adquire esse conhecimento, ele fará uma diferença enorme na qualidade do seu produto”, afirma.

Um dos maiores problemas identificados entre os empresários que querem começar a exportar são as questões da capacidade produtiva, ou seja de produzir o suficiente para atender os mercados que eles pretendem.

“Os importadores se preocupam muito com a frequência do envio dos produtos. Eles não querem só uma vez, querem uma sequência e muitas vezes a pequena empresa não está preparada para atender essa demanda”, disse o gerente de acesso ao mercado do Sebrae/RN, Eduardo Viana. O empresário é orientado sobre todas essas questões para que os riscos do negócio sejam minimizados.

A parte de promoção comercial – com site estruturado em duas ou três línguas e material de divulgação – também é observado durante o projeto.

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