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Ensino técnico para um futuro melhor

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Ao longo da última década, o certificado de conclusão de ensino técnico ganhou outra conotação: mais do que formação profissional para atender o mercado de trabalho, esses cursos têm apresentado vantagem quando o assunto é o bolso. Vagas de trabalho do nível técnico podem pagar melhor do que algumas profissões de nível superior. Contudo, sobram vagas à espera de candidatos qualificados.

Levantamento feito pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em 18 estados mostra que a remuneração média de admissão dos trabalhadores em 21 ocupações técnicas mais demandas pela indústria é de R$ 1,7 mil a R$ 2 mil. O valor se refere ao salário bruto e supera alguns vencimentos pagos a profissionais em início de carreira, como médicos, professores, analistas de sistemas e jornalistas, aqui do Estado.
Pesquisa com 20 mil alunos do Senai aponta melhores oportunidades de emprego e renda para quem tem curso profissionalizante
E mais: outro estudo do Senai sobre os impactos da educação profissional na empregabilidade, mostra que, um ano depois de obterem o certificado de nível técnico, os trabalhadores têm incremento na renda de 24% e que 72% deles estavam empregados no primeiro ano pós-formatura recebendo em média 2,6 salários mínimos. A pesquisa acompanhou, entre 2010 e 2012, metade das quase 40 mil pessoas que terminaram os cursos do Senai em 2010.

A alta demanda no setor da indústria e serviços, alavancou os salários pagos para garantir mão de obra qualificada, independente do diploma, explica a consultora em RH e professora do curso de gestão de pessoas da UnP, Alessandra Oliveira.

É este desequilíbrio entre oferta e demanda de postos profissionais, diz ela, que acelera o crescimento e o retorno financeiro por carreiras técnicas.

“A demanda é o fator determinante por aceitar, independente do diploma, formações mais rápidas, técnicas e focadas na necessidade específica do mercado”, assegura Oliveira.

Os melhores salários estão entre àqueles vinculados à reserva de mercado de infra-esturura, como  petróleo e gás, construção civil, logística, transporte, tecnologia e também no segmento de serviços, varejo, comércio, turismo, teleatendimento, comunicação, saúde e bem-estar.

Apesar dos bons rendimentos e mesmo da geração de postos de trabalhos, muitas vagas permanecem ociosas.

Somente em janeiro deste ano, de acordo com dados do Serviço Nacional de Emprego (Sine), haviam 5.7 mil inscritos para 900 vagas captadas. Em geral, jovens com idade entre 18 e 24 anos, com ensino médio e em busca do primeiro emprego. Destes, 1,9 mil foram encaminhados para entrevista nas empresas, mas somente 150 foram contratados, de acordo com  o Sine.

“Em média 40% não são absorvidos por falta de qualificação. Os empregadores estão cada vez mais exigentes, o mercado de trabalho mudou e é preciso se atualizar, investir mais em educação profissional”, enfatiza  o subsecretário do Sine/RN, Antoir Mendes.

A discrepância entre os números de pré-selecionados e contratados, explica Mendes,  ocorre também por larga oferta (encaminhamento de três candidatos por vaga) ou subnotificação (o não retorno das empresas sobre as contratações).

Para equacionar o problema, pontua o secretário estadual de trabalho e ação social (Sethas) Luiz Eduardo Carneiro, “os setores públicos e privado precisam chegar a um entendimento para garantir não só a formação, mas a empregabilidade”. A sethas atua na capacitação de profissionais por meio dos programas Projovem, Plantec e Pronatec.

Cosern: empresa investe em educação e cultura

Reforçando a preocupação em qualificar trabalhadores e até a comunidade em que estão inseridos, empresas e instituições têm, cada vez mais, ofertado cursos de capacitação que vão desde alfabetização a especializações de nível superior.

A Cosern, por exemplo, desenvolve vários projetos voltados para a educação. Por meio da parceria com o Instituto Ayrton Senna, a Cosern irá empregar este ano R$ 65 mil ao programas  de alfabetização e redução da de defasagem para 500 crianças. Com essa mesma parceria, foi realizado o programa “Arte e Ação”, que alcançou 300 adolescentes de escolas públicas de Natal entre 2006 e 2011, através da realização de oficinas de teatro. O resultado deste investimento foi a redução do índice de reprovação desses jovens em cerca de 17%.

O incentivo à leitura também é foco dos projetos educacionais desenvolvidos pela Cosern. No Circuito Potiguar do Livro, foram investidos cerca de R$ 1,6 milhão desde 2005 por meio da Lei Câmara Cascudo de Incentivo à Cultura. Dentro desta iniciativa, está o Prêmio Cosern Literatura de Cordel.  A sétima edição do Prêmio ocorre este ano e vai premiar as escolas, cujos alunos alcancem o primeiro lugar nas categorias ensino médio e ensino fundamental.

A Cosern ainda tem parceria com o Programa Caminhos da Justiça e com a Fundação ABRINQ e renovou o convênio mantido desde 2002 com a Casa do Menor Trabalhador. Através deste último, não só faz doações financeiras, mas recebe menores aprendizes na empresa, provenientes da Casa do Menor Trabalhador, oportunizando o primeiro contato dos estudantes do curso de agente administrativo com o mercado de trabalho.

Essas ações resultaram na conquista e renovação nos últimos 10 anos do Selo Empresa Amiga da Criança.

Além desses projetos, todos os anos são oferecidas em Natal e Mossoró formações para eletricistas de redes e linhas, que capacitam pessoas da comunidade e contribuem para a profissionalização do mercado de trabalho estadual.

 Internamente, a Cosern possui programa de treinamento contínuo, um outro específico para estágio e custeia parte do valor de cursos de graduação e de pós-graduação de funcionários.

Há, também, projetos educacionais para evitar o desperdício e promover o uso eficiente de energia elétrica, com a capacitação de 138 educadores da rede pública de ensino dos municípios de Mossoró, Parnamirim e Natal, por meio de oficinas. para turmas do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e ensino médio.

AL e BB oferecem cursos gratuitos para a população

O Instituto do Legislativo Potiguar (ILP), vinculado a Assembleia Legislativa, atua nas áreas de qualificação funcional, pós-graduação e extensão comunitária, com cursos gratuitos preparatórios para o Enem para alunos da rede pública (cerca de 600 alunos, em dois anos) e, com vistas a Copa do Mundo, abriu ano passado, cursos de idiomas e inclusão digital, inclusive com turmas para pessoas acima de 50 anos. Desde 2009, a Assembleia/ILP ofereceu cerca de 320 cursos, com uma demanda superior a 13 mil inscritos.

A especialização em Administração Legislativa, e atualmente mais de 100 servidores são alunos do curso de especialização em Gestão Pública, e mais de 80 concluem o curso Tecnológico de Gestão Pública (graduação), este oferecido pela UnP mediante processo licitatório.

Na avaliação do diretor-geral do ILP, professor Mizael Barreto, ao criar a Escola, o Legislativo estadual ingressou num campo educacional valorizando os servidores. “Ao participar dos cursos o funcionário abre perspectivas de crescimento profissional e de reconhecimento funcional,podendo, no caso do ensino superior, usufruir dos  benefícios decorrentes do plano de cargos e salários.

“Ao disponibilizar os cursos para a sociedade, a Assembleia, por meio do ILP, investe na sua função social e estabelece uma relação de reciprocidade com a comunidade”, disse.

Banco do Brasil

O BB Educar, do Banco do Brasil, consiste na tecnologia social de formação, em comunidades de todo o país, de alfabetizadores que assumem o compromisso de constituir núcleos de alfabetização fundamentados nos ensinamentos de Paulo Freire.

Desde 2008, prioriza-se no Estado do Rio Grande do Norte o atendimento de comunidades, catadores de materiais recicláveis, assentados da reforma agrária e comunidades da agricultura familiar. Integrar as ações de alfabetização com as ações dos programas de geração de trabalho e renda da Fundação, tais como a Produção Agroecológica Integrada Sustentável (PAIS) e empreendimentos nas cadeias da apicultura, cajucultura, artesanato, e ovinocaprinocultura, por meio do Projeto Biomacaatinga. Em dois ciclos, 2010-2012, o projeto já atendeu mais de 720 famílias em 12 municípios do Rio Grande do Norte.

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