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Entrevista – Lailson Lopes

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O comerciante Lailson Lopes, apontado pela polícia e pelo Ministério Público, resolveu falar à imprensa ontem pela primeira vez. Gordo da Rodoviária, que chegou a chorar, alegou inocência e disse estar sendo “injustiçado”. Veja a íntegra da entrevista que Lailson com cedeu no fórum Amaro Cavalcanti, em Caicó.

O senhor tem envolvimento com a morte de F. Gomes?

Sou inocente, estou sendo injustiçado. Fiquei calado até agora, mas resolvi falar. Quem me conhece sabe que eu sou uma pessoa de bem. Nunca tive nada contra F. Gomes e respeitava o trabalho dele. Nunca botei processo contra ele. Levei uma carta para F. Gomes ler. Me retratei com ele quando houve aquele fato e ele apertou a minha mão e eu saí de lá, como amigo.

Por que a polícia está responsabilizando você por esse fato?

Simplesmente porque eu, uma vez, entrei na Justiça contra a rádio. Nunca entrei contra ele, contra a pessoa dele. Minha funcionária vendeu um aparelho celular para o rapaz, o Dão. O telefone deu problema e todo mundo sabe em Caicó que quem vende um aparelho celular tem que dar conta da garantia. Eu tenho uma lojazinha lá. Ele chegou muito chateado porque o telefone quebrou e a menina disse que “só quem resolve é o Gordo e ele só chega à tarde”. Quando cheguei ela passou o problema para mim e disse: “Gordo, o menino comprou o telefone e quebrou. Aquele que viaja com Rivaldo. Sabe quem é?”. Eu disse: “Sei”. E ela disse para eu resolver o problema. Mandei o telefone para Natal e demora alguns dias. Quem compra telefone sabe que não chega o outro no mesmo dia. Então eu esperei os dias para o telefone chegar. O telefone não chegava e ele ia várias vezes ele ia lá atrás do telefone dele, que era um direito dele. Nunca entrou em contato comigo, hora nenhuma, só com a menina, que estava lá pela manhã. Quando eu chegava à tarde, a menina me passava o problema. Nesse dia, do acontecido, ele foi ao lugar muito chateado e a menina disse: “tome uma iniciativa hoje porque ele está muito chateado”.

E as ligações que a polícia afirma que foram feitas antes e depois do crime?

Sobre as ligações, foi assim. Eu sempre fecho a loja, todo mundo sabe, tarde da noite. Chego à tarde e de lá eu vou para a rodoviária, que eu tenho moto-táxi. Eu tentei contato com ele e naquele mês de outubro, todo mundo de Caicó sabe que a TIM estava insuportável. Ninguém conseguia fazer uma ligação. Eu tentei fazer uma ligação à tarde, para dar o telefone para ele, pois não tinha outro motivo para resolver se não dar o telefone a ele. Não consegui. Quando foi mais tarde, que eu estava fechando a loja, o menino que trabalha comigo falou do telefone dele. Eu liguei para ele (Dão) e disse: “O telefone está aqui. Se você não vier pegar agora, vá pegar lá na rodoviária que eu estou indo para lá e fico em frente ao meu moto-táxi com o telefone esperando”. Foi o contato que tive com ele.

Você cumprimentava F. Gomes quando o encontrava?

Cumprimentava. Eu conhecia F. Gomes há 20 anos, quando ele começou na Rádio Seridó. Antes d’ele trabalhar na Rádio Caicó, que ele trabalhou na Seridó e vocês sabem, eu já conhecia. Nunca nós discutimos nem por futebol. Ficava eu, ele, “Veinho”, lá fora falando sobre futebol. Não tinha discussões. Cumprimento todos da rádio. Eu vou tratar isso assim, como loucura. Eu fui a pessoa que deu mais força à minha esposa sair de um trabalho de 17 anos que ela tinha para ir trabalhar na equipe da Rádio Caicó porque era uma equipe ótima, que ele fazia parte da equipe. Não sei que infelicidade foi foi essa. Só que eu não entendo… (Gordo da Rodoviária começa a chorar). Sou inocente.

Como estão sendo esses dias que você está passando no presídio de Caraúbas?

(Chorando) Terrível. Terrível. Terrível.

O único contato que você teve com Dão foi com relação a essa revenda de celular? Foi a primeira vez que você falou com ele?

(Chorando) Essa foi a segunda vez que fazem essa injustiça comigo. Fui judiado, fizeram o que fizeram comigo (referência à outra acusação). Foi provada minha inocência. E fizeram a segunda vez comigo. Eu pedi tanto para o delegado investigar na época que ele me prendeu.

Você acha que se tiver um mandante nesse crime, Dão pode entregar o mandante?

Eu não sei. Eu só sei que eu não fui. Deus sabe que eu não fiz isso, jamais faria isso, tirar a vida de uma pessoa. Qual o motivo que a gente teria, a gente nem discutiu? Eu não tinha nada contra ele.

Na investigação chegou a ser comentado um possível ciúme que você teria de sua esposa com F. Gomes porque ela teria relatado a ele que você batia nela.

Nunca aconteceu isso aí. Inventaram isso aí. A minha esposa é uma mulher honestíssima. F. Gomes era uma pessoa que respeitava muito o trabalho dele, eu até admirava o trabalho dele. Isso são calúnias, e todo mundo joga pedra quando estamos nessa situação.

Há também relatos de que você teria dito em algum momento que não gostava de F. Gomes. Isso ocorreu em alguma oportunidade?

Nunca. Nunca.

E a versão que você teria dito isso de brincadeira?

Isso foi um desvio que fizeram na imprensa. Eu nunca brinquei nem comentei nada com o rapaz não. Nunca houve isso.

E o que o senhor acha que a população de Caicó pensa sobre esse caso?

Quero que a população de Caicó pense: eu não tenho motivo para tirar a vida de um pai de família. Ele é um pai de família como eu, que tenho meu filho que é minha vida. Não existe isso. É uma loucura. Eu acho que o delegado trabalhou pouco, foi preguiçoso. Infelizmente eu estou pagando por uma coisa que eu não devo.

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