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Equipe da USP desenvolve pesquisa em animais silvestres e felinos no Parque da Cidade

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Roberto Lucena – repórter

Uma equipe formada por veterinários e biólogos da Universidade de São Paulo (USP) está desenvolvendo um trabalho de pesquisa em animais silvestres e felinos no Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte. Com o apoio de veterinários e voluntários locais, o grupo realiza, desde o último sábado, cirurgias de castração em gatos capturados na área do parque. Até  ontem, mais de 30 animais foram submetidos ao procedimento. O objetivo, além do controle populacional dos felinos, é evitar a proliferação de possíveis doenças transmissíveis ao homem através dos animais.
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A ideia do projeto surgiu no segundo semestre de 2011, quando, em Natal, foi realizado um simpósio sobre controle de zoonoses. Um ano antes, a capital potiguar sofreu um surto de leishmaniose e pelo menos oito mulheres grávidas foram diagnosticadas com a doença. De acordo com a veterinária e pósgraduando na USP, Júlia Lima, o estudo tem frentes em São Paulo e na capital potiguar. “A parte social e coleta de dados está sendo feita aqui. Além do trabalho de pós-graduação, há também um mestrado sendo desenvolvido com esse projeto”, explicou.

A pesquisa e coleta de dados, bem  como as cirurgias de castração, são financiadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Em dois banheiros do prédio administrativo do Parque da Cidade foram improvisados uma sala de cirurgia e um gatil onde os felinos aguardam a cirurgia ou ficam de repouso após o procedimento. Apenas os gatos recolhidos na área do parque são submetidos à castração. Uma amostra do sangue de cada animal é recolhido e será analisada posteriormente. “Ainda esse ano vamos apresentar os resultados da pesquisa. A intenção é fazer a análise quanto à possível infestação de doenças, entre elas, a leishmaniose”, contou a bióloga Gislene Fournier.

Além do sangue dos felinos, a água de um poço da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) existente no local será analisada. “Em casos de infecção dos animais, a água seria o meio de infectar a população mais preocupante”, informou Gislene. Em casos de leishmaniose, os filhotes são transmissores em potencial, por isso a importância do controle populacional dos gatos.

As cirurgias serão realizadas até o próximo domingo. Não há um número exato de gatos a serem castrados. Depende da demanda que será recolhida no parque. O veterinário que atua de forma voluntária no projeto, Milano Máximo, explicou que a técnica utilizada no “mutirão” dessa semana possibilita uma recuperação rápida ao animal. “Usamos a técnica de gancho que  permite uma recuperação mais rápida. É bom frisar que, mesmo com a improvisação do centro cirúrgico, o material utilizado é da melhor qualidade e está tudo esterilizado”, explicou. Milano disse ainda que os testículos e úteros dos animais serão enviados para USP. “E todo lixo hospitalar é enviado para o Centro de Zoonose”.

Os equipamentos e insumos usados nas cirurgias são garantidos pela Fapesp, porém, a alimentação e outros materiais utilizados para manter os animais no gatil são frutos de doação. Alice Kubrak, voluntária da ONG Amimais, explicou que quem puder colaborar, pode levar a doação de ração, gaiolas para gatos e álcool, por exemplo, ao Parque da Cidade. “Qualquer ajuda é bem vinda”, frisou.

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