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“Estamos trabalhando para crescer”

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A Fabricante da Ice Cola no Rio Grande do Norte completará 100 anos em 2011. Uma programação está sendo preparada e a parceria com a marca da Amazon Flavors é um dos diferenciais que a empresa, fundada em 1911 pelo engenheiro químico inglês Sidney Clement Dore, pretende utilizar para se expandir. “Ainda vamos sentar para definir as metas para 2012, mas certamente pretendemos crescer”, resume o sócio gerente Marcel Dore.
A produção anual da indústria gira em torno de 35 milhões de litros de refrigerantes, sendo aproximadamente 12 milhões de Ice Cola. “Estamos trabalhando de forma conjunta, implementando várias ações no mercado e agregando valor aos negócios. Isso só tem alavancado as vendas”, destaca Marcel. No Rio Grande do Norte, a Dore já emprega 250 funcionários e se tornou maior que a pioneira, inaugurada há um século em João Pessoa.

"Estamos trabalhando para crescer"Filho do fundador, Walter Dore ainda acompanha de perto o desenvolvimento da instituição: “Estamos satisfeitíssimos com o trabalho com a Ice Cola. Temos visto o crescimento e continuaremos ampliando essa parceria.” A Dore surgiu na Paraíba sob o nome de Águas Gasosas Anglo Brasileira e chegou a Natal em 1917, com as atividades inicialmente na Ribeira.
A fábrica potiguar ainda funcionou no Alecrim, antes de se mudar em definitivo para Parnamirim, no final do século passado. Hoje, os diretores estimam em 15% a participação da Dore no mercado de refrigerantes da Região Metropolitana de Natal, que recebe 70% dos produtos que saem da fábrica potiguar. Os demais 30% são distribuídos pelo interior do Rio Grande do Norte.  Nesta entrevista, o presidente da Amazon Flavors, parceria da Dore, fala do mercado de refrigerantes e dos planos da empresa. 

Qual a importância do mercado potiguar para a Ice Cola?

Estamos indo para dois anos no Rio Grande do Norte. E nos últimos anos as fábricas brasileiras independentes concentraram a atuação muito no segmento de guaraná. A participação de cola sempre foi muito concentrada na mão de dois fabricantes multinacionais. Os brasileiros tinham uma participação por volta de 1%, muito modesta. E aí estamos crescendo. No Rio Grande do Norte, a Ice representa 30% da produção da Dore.

Qual a participação no Estado?

Em números oficiais, são 30% do volume da Dore, algo em torno de 12 milhões de litros por ano. O Rio Grande do Norte tem 3,5 milhões de habitantes. Um consumo médio de 75 litros de refrigerante por pessoa (ao ano), representa 262 milhões de litros por ano. O segmento de cola representa 58% desse mercado, então são 152 milhões de litros. Se nossa produção é 12 milhões, então a participação da Dore no mercado de cola é da ordem de 8% no Rio Grande do Norte.

Há potencial de crescimento?

Sem dúvida. Evidente que a Dore é uma empresa consagrada, centenária. Hoje aqui temos a participação na faixa de 8% em relação às colas, mas em relação aos volumes totais a participação da Dore na capital é na faixa de 15%. O mercado de refrigerante continua crescendo, se desenvolvendo e a gente está apostando muito nisso. O crescimento do setor de cola é muito expressivo. É o sabor que mais se vende no Brasil e no mundo. Cola representa, no mercado brasileiro de refrigerantes, 59%. Guaraná representa 20% e laranja 10%. E em outros países do mundo praticamente não existe sabor guaraná.

Onde entra o nosso Estado e a  região Nordeste nesse crescimento?

São mercados prioritários, sim. As fábricas da Dore foram a segunda e terceira fábricas da Ice Cola no Brasil.

E há potencial também de aumento do consumo per capita?

Atualmente, a região Norte consome em torno de 65 litros por habitante (ao ano). O Nordeste  75 a 78. Lugares como Brasília consomem 130. São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, em torno de 110 litros. Então, o mercado de refrigerante continua se expandindo muito e ainda tem muito potencial. Você pega México, Estados Unidos, são mercados que consomem 150 litros por habitante ao ano. 

A marca está registrada em mais de 50 países, mas o produto já chegou ao exterior?

Hoje, temos vários projetos em andamento. Estamos em 60% do País e em 2012 a gente pretende ter cobertura nacional. Até 2012 vamos estar também no Paraguai, Bolívia, Peru, Chile e nos Estados Unidos. A gente pretende estar em dois ou três países na Europa e temos projetos em andamento nos Emirados Árabes e Arábia Saudita. No início deste ano fizemos contatos com vários fabricantes, em uma feira muito grande nos países árabes. Agora em setembro e outubro tem uma feira muito importante em Guangzhou, na China, e estaremos trabalhando lá. Austrália e Nova Zelândia são países que também temos projetos em andamento.
 
E esse crescimento é, no seu entender, o que incomodou a Cola Cola?

Temos uma visão de que a concorrência é boa para o consumidor e boa para as empresas. A Coca Cola veio para o Brasil há 50 anos e já existiam muitas fábricas de refrigerantes no Brasil, a Dore inclusive. Então, a gente entende que a concorrência é boa. Se o produto fica na mão de apenas um competidor, ele vai querer subir muito os preços, encarecer as coisas. Então, eles se incomodam um pouco conosco. Nós nos ocupamos de fazer o nosso trabalho.

E qual a meta atual?

Nossa meta, a longo prazo, objetivo para 2015, é sermos a segunda marca de cola no Brasil.

Que fatia do mercado isso significaria?

De 12% a 15% no segmento de cola.

E hoje qual é essa fatia?

Nas fábricas onde a gente já está operando, as vendas vêm crescendo e a participação está entre 4% a 8% e há até fábricas já com 10%. E até ano que vem a gente quer estar em todo o Brasil.

Então, em nível nacional, hoje a Ice responde por uns 4% do mercado de cola?

Atualmente, em torno disso.

Há temor em relação ao processo judicial?

O nosso concorrente tem essa visão de negócio diferente da nossa. A gente acha que é uma postura muito equivocada da parte deles, uma postura truculenta. Uma postura de empresa que tem dificuldade em conviver com a concorrência no mercado. Isso, diga-se de passagem, tem sido uma prática deles. Eles compram exclusividades em supermercados, em pontos de venda, abusam de poder econômico. Isso tem sido condenado em muitos países, por conta dessa atuação. Então, muitas das atuações que o concorrente tem no Brasil e no mundo, e isso são fatos, visa muitas vezes algo como eliminar o concorrente.

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