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Estiagem deixa cidades em alerta

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O município amazonense de Presidente Figueiredo está em situação de emergência por causa da estiagem. As chuvas estão abaixo do normal para o período na região do Alto Rio Negro. Segundo informações divulgadas ontem pela Defesa Civil do Amazonas, pelo menos cinco comunidades da cidade já estão praticamente isoladas e enfrentam desabastecimento de água potável.
Seca de 2005 foi uma das mais severas na Amazônia. Sem água para beber, moradores abriam cacimbas nos leitos dos rios
De acordo com o secretário de governo da prefeitura de Presidente Figueiredo, Altamir Barroso, a população rural foi a mais afetada pela queda no nível do rio. “Houve uma queda brusca na produção rural, de 50% a 60%. A gente teve que pedir ajuda ao governo do estado porque não temos condições de resolver o problema da noite para o dia. Os poços artesianos também secaram”, contou. Barroso informou que carros-pipa estão levando água potável para as comunidades rurais e que a prefeitura de Presidente Figueiredo está providenciando a abertura de novos poços artesianos. A Defesa Civil disse que o governo do estado vai liberar R$ 100 mil para custeio de transporte de água potável e auxílio para a população.

Mais três municípios amazonenses estão em situação de alerta por causa da falta de chuva e do baixo nível do Rio Negro: São Gabriel da Cachoeira, Barcelos e Santa Izabel do Rio Negro.

O secretário executivo de Defesa Civil estadual, coronel Fernando Júnior, disse que técnicos foram enviados a essas cidades para avaliar as condições das comunidades, onde já há desabastecimento de alguns alimentos.

A previsão é que as chuvas continuem abaixo do normal no Amazonas até o mês de abril por causa do fenômeno El Niño. “Isso nunca aconteceu no nosso estado. Então, para nós, isso também é novidade. Vamos usar o histórico da Defesa Civil do estado, que atendeu a todos os desastres esses anos todos, para atuar também nessa situação atípica.”

De acordo com o coronel, além da estiagem no norte do estado, o Amazonas deve enfrentar este ano enchentes na parte sul. “A calha que mais nos preocupa em relação à estiagem é a do Rio Negro e em relação às enchentes, são as calhas dos rios Purus e Madeira”, explicou.

O secretário da Defesa Civil também informou que os focos de incêndio, principalmente em Barcelos e em Presidente Figueiredo, já estão controlados. Os dois municípios decretaram recentemente situação de emergência por causa das queimadas. Em janeiro, Barcelos, por exemplo, registrou 375 focos. No mesmo de 2015, foram seis ocorrências.

Na próxima semana, técnicos da Defesa Civil estadual e dos 62 municípios do Amazonas devem se reunir para discutir a situação dos rios e do clima e a criação de um plano de contingência para enfrentar a situação anormal de estiagem no norte e nordeste amazonenses.

Esta é a terceira seca no Amazonas em pouco mais de dez anos. A mais severa delas foi a de 2010, que superou a de 2005, até então considerada a maior em 100 anos. Estudo de pesquisadores brasileiros e britânicos, publicado na Science, indica que a estiagem de 2010 pode ter provocado a emissão de 5 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2). A de 2005 teria emitido entre 4 bilhões e 4,5 bilhões.

A pesquisa mostra ainda que a seca de 2010 reduziu as chuvas numa área de 3 milhões de quilômetros quadrados da floresta – bem mais do que o 1,9 milhões afetados em 2005.  Além de mais ampla, a seca de 2010 foi mais intensa, causando maior mortalidade de árvores, e com três grandes epicentros. A seca de 2005 estava concentrada no sudoeste da Amazônia.

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