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Estrangeiros vão acirrar mercado

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São Paulo (AE) – O ingresso de capital estrangeiro no mercado brasileiro de saúde suplementar vai obrigar as companhias locais a elevar o patamar dos serviços prestados. A opinião é do presidente da Bradesco Saúde e da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Márcio Coriolano, referindo-se à venda do controle da operadora Amil à americana UnitedHealth. Isso porque, segundo ele, a companhia estrangeira tem expertise em tecnologia na área de saúde e também em doentes crônicos, como diabéticos e hipertensos.
Fundador da  maior empresa de medicina de grugo, Edson Bueno será mantido na direção da Amil
Para Coriolano, o negócio é positivo em vários aspectos, uma vez que esse investimento demonstra a confiança no crescimento da economia brasileira, no marco regulatório local e também deve contribuir para a expansão do setor de saúde suplementar. “Essa aquisição deve alavancar os investimentos das companhias no setor de saúde privado, que devem se preparar para um novo patamar de concorrência no Brasil”, analisou Coriolano, em entrevista à Agência Estado.

Segundo o especialista, mais nomes estrangeiros podem aportar no Brasil atraídos pelo potencial de crescimento do setor privado de saúde, ao qual apenas 25% da população têm acesso atualmente. Embora concorde que o custo local seja elevado, com alta carga tributária, ele destaca que, no caso da saúde suplementar, o ganho de renda da população brasileira é um grande atrativo para investimento externo. Além disso, contribui também, conforme Coriolano, o fato de que a saúde pública não será suficiente para atender a sociedade e de a nova regulação americana para o setor de saúde limitar a atuação das seguradoras e operadoras nos EUA.

Não é a primeira vez, segundo ele, que o mercado brasileiro de saúde suplementar desperta o interesse de companhias internacionais. Outras empresas americanas como Cigma, que chegou a adquirir o controle da Golden Cross no passado, mas depois desistiu da operação, e Aetna, além do próprio holandês ING, que detém uma participação na SulAmérica, já vieram para o país de olho no potencial deste segmento.

Questionado sobre qual será o posicionamento da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em relação à venda de 90% da Amil para a UnitedHealth, em um negócio avaliado em R$ 9,92 bilhões, ele disse que o órgão não deve se opor.

A venda da Amil um negócio de R$ 10 bilhões, anunciado na semana passada, mas que ainda terá de ser aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica, já que o grupo dos EUA não tinha atuação no Brasil.

Transação será feita em duas etapas

O acordo por meio do qual 90% das ações da Amil Participações (Amilpar) passarão para o UnitedHealth Group (UHG), maior empresa de benefícios e serviços de saúde dos Estados Unidos, foi anunciado no dia 8 de outubro deste ano.  O grupo norte-americano pretende adquirir 90% das 359 milhões de ações da operadora brasileira por aproximadamente US$ 4,9 bilhões em dinheiro – o que equivale a cerca de R$ 10 bilhões.

A transação será realizada em duas etapas. Após a aprovação dos órgãos reguladores brasileiros, esperada ainda para o quarto trimestre deste ano, a UnitedHealth Group deverá adquirir aproximadamente 60% do total de ações emitidas pela Companhia, parcela esta atualmente detida pelos acionistas controladores e membros da administração. A pretensão é, no primeiro semestre de 2013, realizar uma oferta pública para adquirir os aproximadamente 30% detidos pelos acionistas minoritários.

O fundador da Amil, Edson Bueno, e sua sócia, Dulce Pugliese, que atualmente controlam aproximadamente 70% das ações, manterão os 10% remanescentes por pelo menos 5 anos. Edson Bueno permanecerá como diretor presidente e presidente do conselho de administração da Amilpar e usará aproximadamente US$ 470 milhões do produto da venda das ações ordinárias de emissão (JPL) para adquirir ações da UHG nos Estados Unidos, tornando-se, após esta aquisição, o maior acionista pessoa física da UHG. Bueno também se tornará membro do conselho da UHG.

A Amil é hoje a maior empresa brasileira do setor de medicina de grupo, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

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