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Estrutura para tratamento de dependentes é precária

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A prevenção e o combate ao consumo de drogas, sobretudo o crack, tornou-se um dos desafios sociais mais complexos da atualidade no Brasil (quiçá do Mundo) e a melhor maneira de enfrentar a questão ainda é uma grande incógnita para os governos Federal, Estadual e Municipal. Os resultados obtidos com as ações promovidas pelo Governo do RN e pela Prefeitura de Natal ainda estão aquém da necessidade real, e não há, por exemplo, clínicas públicas de tratamento e recuperação de dependentes químicos nem planos a curto prazo para atender usuários que perambulam pelas ruas e esquinas da vida.
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Visto até pouco tempo como assunto prioritariamente de polícia, a discussão em torno do tema foi ampliada e passou a ser encarada – também – como questão de saúde pública. “Existem vários tipos de tratamento, mas nenhuma deles é 100% garantido, quem determina qual o melhor é o próprio paciente”, disse Edineuza Gomes de Paiva, diretora do Centro Municipal de Políticas sobre Álcool e Drogas, ressaltando que o índice de recuperação é em média de 20%. “O êxito de qualquer dos tratamento depende muito do suporte familiar, e as recaídas são comuns se a pessoa não muda de hábitos nem o círculo de amizades”, observa.

De acordo com ela, como resultados positivos dependem de apoio familiar é mais complicado conseguir recuperação com moradores de rua. 

Mantido pela Prefeitura de Natal desde 2009, o CEMPAD acolhe pessoas e/ou família interessadas em tratamento e atendimento de forma voluntária. “Embasamos nosso trabalho no convencimento, por isso orientamos a família em como fazer a abordagem e geralmente tem dado certo”, garante a diretora. Segundo Edineuza, a lei só permite atendimento compulsório com autorização judicial “e geralmente esses casos extremos são encaminhados aos hospitais psiquiátricos”.

O Centro realiza reuniões semanais e possui psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais. Sua principal função é dar suporte familiar e encaminhar usuários para tratamento para uma das seis comunidades terapêuticas, geralmente clínicas particulares ou mantidas por organizações não governamentais – muitas delas vinculadas a entidades religiosas, que juntas disponibilizam gratuitamente cerca de 70 vagas para o Município, cuja contrapartida e a ajuda no custeio da alimentação. A internação básica para desintoxicação dura, em média, seis meses, e está embasada na combinação oração, trabalho, disciplina e conscientização. Das seis comunidades terapêuticas, apenas duas aceitam menores a partir dos 14 anos.

Sobre a descriminalização das drogas, Edineuza Gomes afirma que “particularmente” não concorda com a forma como a discussão está sendo conduzida. “Há a tendência de entender a descriminalização com legalização, e a sociedade brasileira ainda não está preparada. O governo federal tem que pensar é em oferecer tratamento. Acabar com as drogas é difícil, então a melhor opção é oferecer educação, oportunidade de trabalho, investir na conscientização”, aposta. A diretora do CEMPAD avalia que não existe uma droga pior que a outra, “pois todas tem suas implicações e complicações, e cada pessoa reage de uma forma diferente. O importante”, frisou, “é não dar o primeiro gole nem o primeiro trago”.

Ações incipientes

Lançado em agosto deste ano, o Programa RN Vida ainda está em fase inicial e contabiliza o atendimento de apenas 27 pessoas. Por enquanto, só há sede em Natal, mas a meta é expandir para outros municípios do RN. A coordenadora do programa, Sonali Rosado, adiantou que há uma rede de colaboradores formada por uma série de instituições do Governo como polícias Civil e Militar, do judiciário e universidades. O sistema de atendimento é semelhante ao adotado pelo Cempad.

Centro Municipal de Políticas sobre Álcool e Drogas – Rua Tuiutí, 173, Petrópolis RN Vida – Av. Hermes da Fonseca, 1009, Tirol.

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