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Estudantes reprovados por falta vão recorrer

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São Paulo (AE) – Os alunos das turmas de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) reprovadas por não atingirem a presença mínima nas aulas – por conta da greve de alunos em novembro – vão entrar com requerimento coletivo para revisão da situação dos estudantes. Segundo a diretoria da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), o professor agiu de acordo com o regimento da universidade.

“Vamos mandar um pedido coletivo, assinado por todos os alunos reprovados nessa matéria, para a comissão de graduação da FFLCH”, afirmou uma estudante e membro do Centro Acadêmico de Filosofia, que não quis ser identificada. “São aulas que ele (o professor) não deu, por conta da paralisação. Não são aulas às quais os alunos faltaram por conta da greve”.

Na sexta-feira, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que cerca de 60 estudantes do diurno e do noturno, da disciplina História da Filosofia Contemporânea 2, foram reprovados porque não atingiram 70% de frequência, taxa mínima exigida, além das notas, para aprovação. A disciplina, que não é obrigatória, é ministrada pelo professor Carlos Alberto Ribeiro de Moura. De acordo com ele, do total de alunos, 42 entregaram o trabalho final, mas foram reprovados mesmo assim por conta do excesso de faltas. No site do Departamento de Filosofia, o docente publicou um esclarecimento, em que afirma que “aulas não ministradas em função de piquetes, ‘cadeiraços’, etc., são computadas como dadas e não frequentadas”.

A greve, que durou quase um mês, teve início antes de o mínimo de aulas ser atingido. De acordo com o centro acadêmico, os reprovados querem que, durante o período em que o sistema interno da USP abre para retificação de notas e atribuição das notas de recuperação, as frequências sejam mudadas.

Segundo a USP, o pedido será analisado pelo professor, no próprio departamento. Caso ele mantenha a decisão e os alunos ainda não concordem, o assunto vai à comissão de graduação da FFLCH, formada por cerca de 15 pessoas, entre coordenadores dos cursos, funcionários e representantes discentes. Caso ainda haja discordância, a discussão pode chegar à congregação da unidade e até ao Conselho de Graduação da USP (CoG). A diretora da FFLCH, Sandra Nitrini, afirma que não cabe a ela emitir opinião sobre a decisão do professor, uma vez que ele tem autonomia, mas que o docente agiu de acordo com o regimento da universidade e os alunos podem pedir revisão da reprovação. A presidenta da comissão de graduação da FFLCH, Marli Quadros, tem a mesma opinião. “O professor não fez nada de errado. É um direito dele de fechar a lista com os documentos que ele tem e ninguém pode interferir”, afirma. “É uma situação normal da universidade”.

Ao ser informado de que os estudantes pretendem entrar com recurso coletivo, o professor Carlos Alberto Ribeiro de Moura diz que eles têm o direito, mas que não vai mudar de posição. “Aula impedida é aula dada”, disse. Ele afirma que não repôs as cinco aulas “impedidas” porque a greve não era dos docentes, mas sim dos estudantes.

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