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Exportações do RN perdem força

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Renata Moura – editora de Economia

As exportações do Rio Grande do Norte somaram US$ 202,16 milhões (o equivalente a R$ 417,47 milhões) entre janeiro e outubro deste ano, registrando queda de 3,94% em relação ao mesmo período do ano passado.

O desempenho, apontado esta semana em balanço do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), foi o terceiro pior do Nordeste, à frente apenas dos atingidos em Alagoas e no Ceará (veja o quadro).

As projeções para até dezembro, no entanto, são de retomada do saldo positivo no estado. O professor de Comércio Exterior da Universidade Potiguar e da Faculdade de Natal, Otomar Lopes Cardoso Junior, opina que o Rio Grande do Norte deverá ao menos repetir o desempenho do ano passado, quando as exportações somaram US$ 281,18 milhões, de acordo com o MDIC.

Na visão do analista, o empate não seria algo negativo. “O ideal seria termos crescimento, mas   dentro do contexto nacional que é negativo para as exportações, fechar o ano com um empate seria bom para o estado”, explica.

De janeiro a outubro, fatores como a queda nas vendas do sal e de produtos de cama, mesa e banho ajudaram a pressionar o desempenho do estado. As exportações de itens como roupas de cama recuaram cerca de 70%.

A origem da desaceleração, segundo Otomar, é a Coteminas. Mudanças na estrutura de produção da fábrica – para o desenvolvimento de um projeto imobiliário no local – teriam afetado o segmento, afirma. Mas o melão, principal produto exportado pelo RN, deverá ajudar a levantar o desempenho do estado até dezembro, diz Lopes. “Devemos fechar o ano com saldo positivo. Mas o resultado não vamos chegar a US$ 300 milhões”, analisa Lopes.

Em seu blog Economia do RN, o economista e chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Aldemir Freire, levanta dúvidas: “Duvido muito até que consigamos repetir o mesmo número do ano passado”, diz. Ele também chama a atenção para o peso do Rio Grande do Norte nas exportações do Nordeste, já apontado como baixo em estudo realizado este ano pelo Sebrae.

De acordo com Freire, dos US$ 15,8 bilhões exportados pela região, ao longo dos primeiros 10 meses de 2012, cerca de 60% saíram da Bahia. A fatia de participação do Rio Grande do Norte não passou de 1,3%.

As exportações são termômetro para medir o aquecimento da economia e a competitividade do estado. Para Otomar Lopes Cardoso Junior, é difícil prever como será o próximo ano, considerando incertezas que ainda pairam sobre os compradores dos produtos potiguares, como os Estados Unidos e a Europa.

Outubro

De acordo com o economista Aldemir Freire, o desempenho do Rio Grande do Norte foi pior se considerado apenas o mês de outubro. No período, o estado exportou US$ 27,2 milhões, ante  US$ 35,76 milhões no mesmo mês do ano passado. “Os valores exportados em outubro de 2012 foram decepcionantes”, escreveu ele, em seu blog, Economia do RN. A queda registrada pelo estado, com base nos números do MDIC, foi de 24% no mês de outubro.

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