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Falta de UTI complica atendimento

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O Rio Grande do Norte, estado com mais de 3,1 milhões de habitantes, possui somente 44 leitos de UTI pediátrica – entre rede pública e privada. Desse total, 42 estão em Natal. Os outros dois atendem pela rede privada e estão localizadas em Mossoró, cidade cuja população perde em número apenas para a capital. São mais de  263 mil habitantes.
Segundo Luiz Roberto, o Hospital Tarcísio Maia vai ganhar seis leitos de UTI pediátrica até agosto
Os dados estão disponíveis no Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde, do Ministério da Saúde, e explicita a necessidade de ampliação desse quadro. Os números, segundo o portal do Ministério da Saúde, foram atualizados em março deste ano.

O fotógrafo Carlos Fernandes pode não ter conhecimento desses números, mas sabe bem o que eles  implicam. Há 22 dias que a filha Ana Raquel, 2 anos e oito meses, sofre as consequências da falta de estrutura da rede pública de saúde no estado. Inicialmente, ele levou a menina para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em função de um resfriado. Retornou quatro vezes e a recomendação que recebia era para fazer  nebulização na criança.

Como o quadro se agravou, a menina foi levada ao Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), onde um segundo médico pediu um raio-x e identificou um quadro mais sério. “O primeiro médico mandava ela tomar amoxilina e ir para casa. Depois do raio-x, o segundo médico disse que era um derrame pleural”, conta o pai.

Enquanto o quadro evoluia negativamente e sua filha não recebia atendimento adequado, Carlos Fernandes precisou acionar o Conselho Tutelar duas vezes. “O comprometimento do pulmão com pus chegou a 51%. Para aplicar um dreno, ela ficou mais de 19 horas em jejum, por duas vezes até ser atendida”, indigna-se.

Faltou medicamento e um exame de ultra-som precisou ser pago uma vez que o HRTM não possui o equipamento. O transporte entre o hospital e a clínica particular foi feito pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). “A ambulância do hospital estava quebrada”, conta.

O drama da família piorou quando uma médica pediatra levantou a possibilidade da menina ser submetida a uma cirurgia. Como o hospital não possui UTI pediátrica, ela precisaria ser transferida para Natal. “Agora ela passará por uma bateria de exames para identificar o que ela tem realmente”, diz indignado. A menina foi transferida na tarde de ontem para o Hospital Infantil Varela Santiago, mas ressalta que só conseguiu após mobilização de pessoas na rede social. “É um absurdo uma situação dessas”, afirma.

Na quinta-feira passada, uma menina de pouco mais de um mês, morreu no HRTM, enquanto aguardava a transferência para Natal. Em Mossoró, só existe  UTI neonatal, voltada para o tratamento de bebês com até 28 dias de vida. A unidade também sofre com a suerlotação. Segundo Luiz Roberto Fonseca Mossoró ganhará seis leitos de UTI pediátrica em agosto. “Estamos tentando dar celeridade às obras para colocar as UTIs do Hospital Tarcísio Maia para funcionar”, explicou.

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