A 47ª edição da Festa do Boi será aberta oficialmente hoje, prometendo movimentar R$ 30 milhões em negócios, com a comercialização de produtos que vão desde sanduíches vendidos em bancas, até máquinas, rações, equipamentos e animais, que, nesse caso, podem custar perto de R$ 100 mil nos leilões. A festa ocorre no momento em que o Rio Grande do Norte completa um ano reclassificado de área de risco desconhecido para médio de febre aftosa, uma mudança que não só aumentou em 20% as perspectivas de dinheiro circulando, como também fez subir o número de animais expostos e ajudou a quase dobrar o número de leilões. A abertura está marcada para as 18h, com a presença da governadora Wilma de Faria e será realizada no Parque de Exposições Aristófanes Fernandes, em Parnamirim. A festa segue até 17 de outubro.
De acordo com projeções da Associação Norte-Rio-Grandense de Criadores (Anorc), o evento, que é o considerado o maior do gênero no Brasil e o segundo maior em público no Rio Grande do Norte – perdendo apenas para o Carnatal – deverá atrair algo em torno de 400 mil pessoas, entre visitantes, criadores, profissionais ligados ao setor agropecuário e interessados em assistir aos shows.
A entrada começará a ser cobrada todos os dias a partir das 13h. A inteira custa R$ 3 e a meia R$ 1,50. Antes desse horário, o ingresso será gratuito, para estimular a participação, por exemplo, de escolas, diz o diretor de Relações Públicas da Associação, Marcelo Abdon. Ele diz que o governo do estado, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca, e a Anorc investiram R$ 2 milhões para a realização da festa. Foram cerca de R$ 700 mil a mais que o volume desembolsado em 2008.
Preparativos
Na tarde de ontem, batidas de martelo, o som de furadeiras e estandes sendo “ajustados” indicavam que os últimos preparativos para a festa estavam a to do vapor. A expectativa era que os últimos animais chegassem até a meia noite. Os que já estavam alojados, comiam, descansavam ou eram pesados para poder ir à julgamento. Um dos responsáveis pela pesagem, o agrônomo e responsável técnico pelo escritório da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, Rodrigo Coutinho Madruga, explica que, para entrar no páreo, é preciso ter peso mínimo. No caso das fêmeas, também é exigido que tenham parido ou tenham prenhez confirmada.
Crescimento
Com a mudança do Rio Grande do Norte de área de risco desconhecido para médio de febre aftosa, anunciada durante a festa em 2008, o número de animais na exposição cresceu, passando de 5 mil, da edição passada, para cerca de 6 mil, entre bovinos, ovinos, caprinos e equinos. Pela primeira vez, em 12 anos, animais de estados como São Paulo e Minas Gerais estão participando. “Eles não vinham em função da aftosa”, diz Abdon, da Anorc.
A expectativa era que o estado fosse anunciado como área livre da doença, com vacinação, ainda durante esta 47ª edição. Segundo informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca, ainda será preciso, no entanto, fazer uma auditoria, antes de decretar a mudança. Uma possível reclassificação só deverá sair no final do ano, segundo estimativas divulgadas pelo Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Rio Grande do Norte (Idiarn).
Além de ter servido de chamariz para que criadores de outros estados trouxessem seus rebanhos, a reclassificação do estado foi uma das responsáveis pelo aumento registrado no número de leilões. Este ano, 14 leilões serão realizados e deverão movimentar sozinhos entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões. O número de leilões é o dobro dos que aconteceram em 2008.
Abertura marcará inauguração de obras do Parque
A abertura da Festa do Boi, hoje, marcará a inauguração das obras de expansão do Parque Aristófanes Fernandes, um investimento de R$ 1,4 milhão que aumentou a oferta de serviços ao público e garantiu, por exemplo, novas baias e instalações para a realização de julgamentos, pesagem e torneios leiteiros. Desse total, aproximadamente R$ 600 mil foram desembolsados pela Associação Norte-Rio-Grandense de Criadores (Anorc). O restante é fruto de desembolso do governo do estado, segundo informações do diretor de Relações Públicas da Associação, Marcelo Abdon.
As obras de expansão incluíram a construção de dois novos pavilhões ou alojamentos para gado, elevando para 32 o número de pavilhões disponíveis. Para o setor de caprinos e ovinos, foi feita um pista de julgamento, com área para a plateia, área VIP, bares e restaurantes. A caprinovinocultura também ganhou espaços específicos para a realização de torneio leiteiro de caprinos e para a pesagem dos animais. As obras incluíram, ainda, a construção de 96 baias para cavalos, segundo Abdon. “Com a ampliação da estrutura, conseguimos atender a demanda maior de criadores”, diz ele.
