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Festival DoSol em alto e bom som

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Yuno Silva – repórter
A vocação boêmia da Ribeira, a possibilidade de aumentar o som até o talo e a presença de representantes da atual safra da música independente deram o tom do Festival DoSol neste sábado (5). Com uma programação extensa de 20 shows iniciada no meio da tarde e que entrou pela madrugada, maratona considerada exagerada para os mais cansados, o evento cumpriu bem o papel de abrir espaço para novas bandas da cena natalense. Também supriu a necessidade dos roqueiros antenados de plantão interessados em conferir ao vivo performances de artistas já conhecidos através da internet, nomes que fazem relativo sucesso online e que ainda não tinham pisado em solo potiguar. Caso da paulistana Tulipa Ruiz, grande destaque da primeira noite, ao lado da bandas cariocas Do Amor e Canastra. Tulipa Ruiz foi o grande destaque da primeira noite do Festival DoSol
O aguardado show de encerramento com BNegão, pela primeira vez em Natal com sua banda completa (Os Seletores de Frequência), passou seu recado, tirou tudo o que podia e um pouco mais do equipamento de som e mostrou com quanto suingue se faz um bom funk-soul-hipehopeado legitimamente tupiniquim, mas acabou ofuscado pelo brilho gótico de Tulipa – que destilou hits de seu álbum “Efêmera” e comandou o coro da plateia aglomerada na borda do palco. Era nítido o semblante de surpresa e satisfação da cantora diante da calorosa recepção. 
BNegão e Os Seletores de FrequênciaTambém vale registrar a versão inusitada, e energizada, para “Lindo lago do amor” (Gonzaguinha) feita pelo quarteto Do Amor. Grata surpresa, a banda carioca tem fã clube em Natal, mostrou uma mistura interessante de rock-carimbó e é séria candidata a queridinha da edição 2011 do Festival DoSol.
Entre as atrações locais, os anfitriões Camarones Orquestra Guitarrística e a prata da casa Talma&Gadelha protagonizaram apresentações corretas e bem resolvidas que atraiu a atenção de uma plateia fiel e curiosa – entre os curiosos, músicos e produtores vindos de outras partes do país como Rodrigo Lariú, capitão do selo Midsummer Madness (RJ/SP) e figura conhecida do circuito indie brazuca que circulou com equipe pelo evento.

DuSouto (RN)Apesar do esforço dos conterrâneos, a banda DuSouto estava inspirada e roubou mais uma vez a cena com um show perfeito: repertório afiado, público turbinado pelas batidas do samba-rock-eletrônico e participações especiais de MC Priguissa, Danina Fromer e um MC inglês de nome esquisito e descendência árabe que subiu no palco como quem não quer nada e fez a festa. O figura, cujo nome nem mesmo Gabriel e Paulo Souto souberam pronunciar, mora em São Miguel do Gostoso e já tinha feito uma participação com a banda naquela praia do litoral norte do RN.

Talma&Gadelha (RN)Os Inflamáveis (RN), O Sonso (CE), Hellbenders (GO), os argentinos da Satan Dealers, a baiana Vivendo do Ócio e a gaúcha Rinoceronte foram outras bandas destacadas na programação de sábado, que por sinal funcionou como um relógio: troca de palco sem atrasos (alternadamente no Centro Cultural DoSol e no Armazém Hall) e sonoridade impecável – pontos altos da festa.

Como nem tudo é perfeito, três detalhes importantes devem ser considerados para o próximo ano pela equipe de produção: primeiro o número insuficiente de banheiros químicos para atender um público estimado (no sábado, dia 5) em 2,5 mil pessoas; segundo a questão das opções alimentícias: por mais resistente que seja, não há corpo que aguente mais de dez horas seguidas de rock apenas com crepezinho suíço para repor energias. A terceira observação é uma reincidência grave: falta d’água. Pouco antes da uma da madrugada não tinha um gole do precioso líquido para molhar a goela. Para agravar a situação, o público não tinha permissão de sair do espaço reservado ao Festival para comprar uma garafinha azul-transparente nos ambulantes instalados no largo da rua Chile. 

Camarones Orquestra Guitarrística (RN)No quesito segurança, tudo correu dentro dos conformes e sem atropelos. E é melhor nem pensar na possibilidade de alguma emergência diante da dificultosa e lenta saída do público de um local para outro durante a alternância de palcos. Ainda no trecho interrompido da rua Chile, que abraçou Armazém Hall, Centro Cultural DoSol e o casarão histórico do poeta Ferreira Itajubá, bancas foram montadas para comercialização de CDs, camisetas, bottons entre outros itens do universo roqueiro.
#saibamais#Hoje, tem mais Festival DoSol até às 23h, que volta a partir de quarta-feira (9) e até domingo (13) com a etapa Música Instrumental e Contemporânea na Casa da Ribeira. Entre as atrações escaladas para esta próxima etapa, que terá acesso gratuito, destaque para os potiguares Maguinho daSilva e d’malassomBROSband, Camila Masiso, Romildo Soares, Khrystal e Gato Lúdico. O evento conta com patrocínio da Petrobras, Oi, Ministério da Cultura e Governo do RN através da lei Câmara Cascudo.
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