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Filipinas: tão distante, mas tão parecido com o Brasil

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Dois no Mundo

Karla Larissa – Especial para a Tribuna do Norte

A nossa Volta ao Mundo começou de fato nas Filipinas. Pois, viajar por países desenvolvidos, como Inglaterra e Cingapura, por onde passamos inicialmente, é muito fácil, afinal tudo funciona. Mas é nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimentos que nos aprimoramos na arte de viajar.
Karla Larissa e Fred Santos no vulcão Mount Pinatubo, nas Filipinas, que fica a 18 mil km do Brasil
Em 18 dias no país,viajamos de avião, barco, ônibus, van, jeepney (jeep customizado que serve de micro-ônibus) e triciclo. Não foi fácil, os transportes não saiam no horário; uma viagem que poderia durar 8 horas acabava em 11 horas; em uma das vezes o ônibus quebrou, em outra, tivemos que pedir carona.

Mesmo com todas as dificuldades, nas Filipinas nos sentimos em casa. Como poderíamos imaginar que um pais com mais de 18 mil km de distância do Brasil guardasse tantas semelhanças. O clima, a vegetação, as frutas, as praias, mas principalmente o povo filipino nos lembraram muito o Brasil.

Os filipinos, em sua maioria, são católicos (80%), têm um sorriso fácil, adoram falar alto e jogar conversa fora, descansam em redes, são loucos por música e apaixonados por novela e esporte. Entre as poucas diferenças está que, ao invés, do futebol, o basquete é o esporte número um. Onde houver um filipino haverá uma cesta de basquetebol.

Vulcão

Há 87 km de Manila fica o Mount Pinatubo, um vulcão que teve a última erupção em 1991. Aliás, até aquele ano, os filipinos acreditavam que o Pinatubo era apenas uma montanha como muitas na região. Mas o vulcão se apresentou da pior maneira possível, com uma inesperada explosão que cuspiu mais de dez bilhões de toneladas de poeira, que alcançou o espaço. Em pouco tempo, mais de 60 mil pessoas tiveram que sair de suas casas em um raio de 30 km e 847 morreram. A erupção do Pinatubo foi considerada a segunda maior do século 20 e a previsão é de que uma nova explosão só aconteça dentro de 100 anos, por isso, a visita ao vulcão é permitida.

Viajamos 2 horas de ônibus de Manila até Capas e logo que chegamos à cidade, ainda de madrugada, fomos recebidos pela a empresa que realiza o passeio no Pinatubo. Para chegar até a base do vulcão, pegamos um jeep por mais 2 horas por entre as montanhas que foram criadas pela erupção, onde antes havia uma floresta.

Antes de chegar até a base do vulcão, fizemos uma rápida parada em uma feirinha muito simples, onde algumas mulheres Aetas vendiam frutas, acompanhadas de crianças. Como não tínhamos levado nada de especial, distribuímos alguns chocolates entre as crianças, que demonstraram sua alegria com sorrisos tímidos. Mas o que elas gostam mesmo é de fazer fotos com turistas e, é claro, não poderíamos sair sem a nossa.

Seguimos a caminhada de 2 horas até chegarmos à cratera do Pinatubo, Estávamos 1.400 metros acima do mar, mas a falta de fôlego era causada apenas pela a euforia de estar em um lugar tão incrível. A cratera do vulcão é, na verdade, um grande lago esverdeado.

A experiência de chegar perto do céu

Por duas vezes perdemos o ônibus para Banaue, onde ficam os famosos terraços de arroz filipinos. Por esta razão, tivemos que viajar para um outra cidade, Bontoc. Levamos um dia inteiro viajando de ônibus por cenários impossíveis de descrever.

Subimos tanto as montanhas até alcançarmos as nuvens. E não é que tem gente que mora praticamente no céu. É impressionante a capacidade do ser humano de adaptação. Nas montanhas são esculpidas escadas para viabilizar, onde parecia improvável, a agricultura, que é a principal atividade da região.
As plantações de arroz existem há 2 mil anos e formam uma linda paisagem que lembram pirâmides
Chegamos tarde demais em Bontoc e só pudemos seguir para Banaue na manhã seguinte. Com um dia de atraso, tínhamos apenas um dia para explorar os terraços, o que normalmente é feito em dois ou três dias.

Como estávamos apenas em dois, tivemos que subir de triciclo até um certo ponto e depois tivemos que seguir caminhando, 1 hora de subida e 1 hora de descida pelas montanhas até chegarmos aos terraços de arroz de Batad.

As plantações de arroz existem há 2 mil anos em Batad e formam uma linda paisagem que lembram pirâmides de um verde incomum. Toda a plantação é exclusivamente para abastecimento da própria vila, onde vivem 1.500 pessoas.

Arquipélago tem 7.100 ilhas

As grandes atrações turísticas das Filipinas são as praias. Afinal, trata-se de um arquipélago de mais de 7.100 ilhas. A mais turística delas é Boracay, mas também é a mais cara. Por isso, preferimos ir para Palawan, também turística, mas ainda pouco desenvolvida.

Com uma hora de voo saindo de Manila, chegamos a Puerto Princesa, principal cidade da ilha, que apesar de pequena, tem uma boa estrutura de pousadas, hotéis, bares e restaurantes.

A atração mais famosa de Palawan é sem dúvida o Underground River, que é uma das novas 7 maravilhas da natureza.
 
O rio subterrâneo tem um comprimento de 8,7 km de extensão e é coberto por uma grande caverna de milhões de anos. O município de El Nido também é muito procurado por turistas e tem como principal atrativo o Island Hopping, um tour por várias ilhas, oferecido em quatro opções (A, B, C e D).

Fizemos os dois passeios, mas foi a pacata Port Barton o nosso paraíso em Palawan. A pequena vila está normalmente fora dos guias turísticos e só chegamos até lá porque seguimos um canadense que conhecemos no hostel que nos hospedamos em Puerto Princesa.

Em Port Barton, conhecemos mais um casal, um canadense e uma sul coreana, que moram no Vietnã.

E aproveitamos a semana em grupo sob comando do nosso guia local, barqueiro e cozinheiro, Gaga. Isso mesmo, como a Lady. Port Barton oferece quase nenhuma estrutura, a energia só funciona das 15h à meia noite. Mas em compensação tem um mar que mais parece um grande lago, com água completamente transparente e sem ondas, pouquíssimos turistas e um pôr do sol incrível que pode ser visto da própria praia. Tudo por um custo infinitamente mais baixo do que as atrações turísticas mais populares.
Ao passear pelas ilhas parecia que  estávamos participando de um comercial, visitando ilhas desertas, com mar cristalino, no melhor estilo praias caribenhas, ou melhor, filipinas. De quebra, nosso guia preparava o melhor peixe na brasa. E em uma noite até acampamos em uma destas ilhas.

No entanto, o que tornou os dias em Port Barton e nas Filipinas ainda mais especiais foram os amigos que fizemos. Cada um com sua história, mas todos com algo em comum: largaram a antiga vida para realizar o sonho de viajar pelo mundo.

O que só nos deu ainda mais estímulo para seguirmos com nossa viagem. Depois da temporada nas Filipinas estamos agora em Kuala Lumpur, capital da Malásia e em seguida vamos para Tailândia. Mas isso é assunto para a próxima matéria da série Dois no Mundo, que será publicada em 15 dias.

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