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Fim do motim enfraquece greve da PM

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Salvador (AE) – A saída dos cerca de 300 policiais militares que estavam amotinados na Assembleia Legislativa da Bahia desde o dia 31 e a prisão do principal articulador do movimento, o presidente da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), Marco Prisco, enfraqueceu o movimento grevista que parte da PM promove no Estado.
Os cerca de 300 policiais que estavam amotinados no prédio da Assembleia Legislativa da Bahia deixaram o local ontem, mas sem conseguirem chegar a um acordo
Após duas reuniões, uma realizada pela manhã e outra no fim da tarde, cerca de 500 policiais – a maioria vinda da Assembleia – decidiu manter a paralisação, mas diminuiu as reivindicações. Em sete cidades do interior, Brumado, Campo Formoso, Guanambi, Ibotirama, Livramento de Nossa Senhora, Macaúbas e Poções, os PMs anunciaram o retorno aos trabalhos.

Parte dos grevistas insiste em cobrar do governo a revogação dos mandados de prisão contra 13 líderes do movimento (cinco deles já cumpridos). Na prática, porém, as entidades admitem que encerram a paralisação se houver pagamento de alguma parte da Gratificação por Atividade Policial do nível 4 (GAP 4) em março e antecipação do pagamento da GAP 5 (previsto para ter início em 2014).

“Aceitamos um porcentual em março e o resto em novembro e o governo decide como será a divisão”, afirma o presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar da Bahia, Jackson Carvalho. “Já encaminhamos o documento ao governador Jaques Wagner.”

O governo, porém, diz não ter espaço no orçamento para realizar o pagamento no mês que vem e mantém a proposta de depositar a GAP 4 a partir de novembro. “Nossa proposta leva o governo ao limite da lei de responsabilidade fiscal”, diz o governador. “Minha palavra agora é de serenidade e de paz e convocar todos os policiais a voltarem ao trabalho.”

A liderança dos policiais amotinados na Assembleia Legislativa havia decidido deixar o local ainda na noite de quarta-feira, depois da divulgação de conversas telefônicas entre lideranças regionais e nacionais do movimento grevista. No início da madrugada, uma comissão dos amotinados saiu do prédio para negociar a desocupação do prédio com o Exército. Por volta das 5 horas, ficou definida a estratégia para a saída dos PMs, que começou a ser realizada às 6h20.

Após a saída de Prisco e de outro líder da manifestação que foi preso, Antônio Paulo Angeline, às 7h20, o Exército declarou concluída a retirada dos manifestantes da Casa. Os trabalhos de vistoria do prédio, realizados em conjunto com a Polícia Federal, foram concluídos uma hora e meia depois. Todos os acessos ao Centro Administrativo da Bahia (CAB) foram liberados e as últimas tropas do Exército deixaram o local.

A notícia da desocupação da Assembleia teve reflexos rápidos na cidade. O trânsito nas principais vias, que estava tranquilo nas últimas semanas, voltou a ficar carregado. A maioria das escolas das redes estadual e particular funcionou normalmente. Os 1.550 homens que isolavam das forças nacionais que isolavam a área da Assembleia voltaram ao policiamento das ruas.

Dentro da assembleia, o cenário causou desolamento entre funcionários, que foram liberados para entrar às 11 horas. Houve pouco prejuízo, porém, às instalações. Foram identificados apenas alguns vidros quebrados e algumas fechaduras danificadas. A abertura dos trabalhos na Casa este ano está mantida para o dia 15, às 10 horas.  

Dilma é contra a anistia de policiais grevistas

Recife (AE) – A presidente Dilma Roussef se mostrou categoricamente contra a anistia dos policias grevistas da Bahia “Por reivindicar, as pessoas não têm de ser presas nem condenadas, mas por atos ilícitos, por crimes contra o patrimônio, crimes contra a pessoa e contra a ordem pública, não pode ser anistiado”, disse ela em rápida entrevista ao vistoriar obras da ferrovia Transnordestina, no município de Parnamirim, sertão pernambucano, a 561 km do Recife.

“Se anistiar, aí vira um país sem regra.” A presidente afirmou que o Brasil tem hoje uma visão de garantia da lei e da ordem muito moderna. “Nós não consideramos que seja correto instaurar o pânico, instaurar o medo e criar situações que não são compatíveis com a democracia.”

“Não concordo em alguns casos, de maneira alguma, com processo de anistia que parece sancionar qualquer ferimento da legalidade, não concordo e não vou concordar”, enfatiza.

Segundo ela, numa democracia sempre se tem que considerar legítimas as reivindicações, mas há forma de reivindicar. “Não considero que aumento de homicídios na rua, queima de ônibus, entrada em ônibus encapuzados, sejam uma forma correta de conduzir o movimento”, acrescentou ela, que disse ter ficado “estarrecida” ao assistir as gravações entre líderes de movimentos da Polícia Militar divulgadas pela TV Globo na noite de ontem.

“Há outros interesses envolvendo toda essa paralisação”, completa. A presidente disse aguardar com muita expectativa o desenrolar de todos os acontecimento e garantiu que o governo federal vai agir prontamente com suporte e apoio aos governadores sempre que eles peçam. “Em os governos solicitando, terão presença garantida do governo federal em todas essas questões”, finaliza.

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