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Financiamentos perdem força no RN

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Vinícius Menna – repórter

O Rio Grande do Norte teve o pior desempenho no número de veículos novos e usados financiados do Nordeste e o terceiro pior do país no primeiro semestre de 2014, no comparativo com os seis primeiros meses do ano passado. De acordo com dados da Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip), que reúne todas as informações do mercado de crédito para veículos, o RN registrou queda de 9,7% neste tipo de operação, que inclui carros, caminhões, comerciais leves, motos e ônibus. A situação do Estado só é melhor do que a do Mato Grosso do Sul (-10,2%) e de Minas Gerais (-10%).

Especificamente no caso de financiamentos de carros, tanto de novos como de usados, a queda foi de 8,7% no semestre, também a maior do Nordeste. Na avaliação de empresas e analistas do setor, entre os principais motivos para esse resultado está o aumento da inadimplência, que tem feito com que os bancos neguem crédito aos consumidores com mais frequência. E diferentemente do que se via há dois anos, agora os bancos tem exigido entradas maiores e um número menor de parcelas para o financiamento.

“Não dá para perceber o que foi negado por bancos, mas se comparamos com uma série mais longa, nós temos uma redução na participação de veículos financiados nas vendas. Esse percentual tem caído ao longo do tempo”, explica o gerente de Relações Institucionais da Cetip, Marcus Lavoratto.

Somado a isso, diz ele, estão questões como a redução da confiança do consumidor, devido a uma baixa taxa de crescimento do país, a obrigatoriedade da inclusão de fábrica do airbag e de freios ABS nos carros, que encareceu os veículos, a retomada breve do IPI em janeiro, acarretando em uma antecipação de compra em dezembro, e ainda os feriados de junho, com a Copa. Esses fatores teriam ajudado a reduzir o movimento nas lojas.

Em junho, houve queda de 9,8%, no financiamento de carros, sobre o mesmo mês de 2013. A Copa é apontada por Luiz Carlos Zonta, gerente da Fiat Autobraz, como o principal motivo para o recuo. “Tanto que neste mês já houve uma recuperação. Já voltou ao nível de maio”, diz.

O gerente executivo de vendas da Natal Veículos, concessionária da rede Chevrolet, Alexandre Frias, também vê na Copa o principal motivo para a queda nos financiamentos de carros, no mês. “De forma geral, o comércio de automóvel não foi beneficiado com a Copa por conta da redução de dias úteis. E a retração de economia e crédito que se apresenta também empurram a demanda para baixo”, avalia Frias.

Hora de comprar

Se por um lado o momento é ruim para quem vende, para o consumidor pode ser a hora ideal para comprar. “Tem muitas ofertas e promoções, então é um momento propício para a compra. Sempre que a oferta é maior que a demanda, surgem promoções e descontos vantajosos”, afirma o gerente Luiz Carlos Zonta.

De olho nas promoções, o funcionário público Paulo de Souza, de 28 anos, já pesquisa carros há cerca de duas semanas. À Procura de um carro popular, ele diz ter encontrado preços ainda acima do que esperava. “Eu achei que teria mais promoções, mas não tenho visto isso”, conta. Já o empresário Alexandre Magnus Oliveira, de 36 anos, relata que notou as condições de emplacamento grátis e taxa zero. “Mas com relação à taxa zero, o cliente fica obrigado a dar uma entrada de 50% e as parcelas tem que ficar em um prazo de até 24 meses”, explica.

Embora os primeiros meses do ano não tenham sido positivos, para Alexandre Frias, a tendência é de um segundo semestre melhor do que o primeiro. “Devemos fechar o ano empatados ou com queda de 2% ou 3% em relação a 2013. Historicamente, o segundo semestre é mais forte. E à medida que o ano vai acabando, as montadoras vão sendo mais agressivas, oferecendo melhores condições e também pressionando os bancos por taxas e aprovações”, afirma.

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